Final | Karma

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Oi, meus amores, não vou enrolar muito aqui. Peço desculpas pela demora, espero de coração que gostem do final e muito, muito obrigada por todo amor que deram a ELITE!!

Aproveitem!

7 ANOS DEPOIS

TAEHYUNG

Olho para a aliança de casamento em meu anelar pela quarta vez desde que entrei na sala de espera do hospital.

Tem pouco mais de uma hora desde que cheguei aqui. Pouco mais de uma hora desde que comecei a pensar em todos os anos que passei longe dos meus pais, ignorando suas ligações, suas mensagens e qualquer outro tipo de contato que pudessem tentar ter comigo.

E não é como se eu me arrependesse das decisões que fiz, porque não me arrependo de nada.

O anel no meu dedo é a prova disso, é a certeza que tenho de ter feito o que era melhor pra mim, é a minha recompensa, o que faz valer a pena ter percorrido todo aquele caminho doloroso.

Mas também não consigo apagar a culpa, o sentimento de ter sido egoísta. Às vezes eu queria não sentir nada, muito menos compaixão por alguém que me fez tão mal.

— Aqui — a voz de Hoseok me traz de volta a maldita realidade, olho para a garrafa de água que está me oferecendo e a aceito mesmo não querendo — Tem certeza que não quer comer nada? — pergunta ainda de pé, enfiando uma das mãos na calça social. Ainda não acredito que ele saiu correndo do escritório pra me acompanhar nessa tragédia.

— Tenho.

— Você não comeu nada durante o voo pra cá  — ele continua falando e eu sei que só está tentando cuidar de mim, mas não consigo deixar de me irritar.

Aperto com força demais a garrafa em minhas mãos, respirando fundo na tentativa de engolir seja lá o que esteja acontecendo dentro de mim agora.

Mágoa ou raiva, não faço a mínima ideia.

Acho que ele percebe o que está acontecendo, porque as perguntas finalmente acabam e ele se senta ao meu lado. Uma de suas mãos se agarra ao meu pulso e eventualmente entrelaça nossos dedos.

Hoseok puxa minha palma para perto do rosto e beija as costas da minha mão.

Não tem muito tempo desde que meu pai descobriu um tumor no fígado, mas foi tarde o suficiente para tornar inútil qualquer tipo de tratamento.

Evitei esse encontro desde o primeiro dia que recebi a notícia, porque por mais que eu tivesse alimentado uma mágoa e um rancor enorme por ele durante todos esses anos, eu ainda não me sentia pronto para vê-lo em uma cama de hospital, não me sentia pronto para me despedir.

Vê-lo agora é como pôr um ponto final definitivo nessa história toda, como admitir que nunca vamos poder nos dar uma segunda chance. Ele nunca me pediu desculpas e eu também não espero que peça agora, do mesmo jeito que não me sinto capaz de perdoá-lo, por mais cruel que isso soe.

Ainda que, lá no fundo, eu tenha alimentado a esperança de que um dia ele se arrependesse e aceitasse o meu casamento com o Hoseok.

Em vez disso, meus pais ignoraram os convites e não se deram o trabalho de aparecer na cerimônia, tão pouco mandaram um presente, eu não recebi nada, nem uma ligação.

Me sinto bobo por ter tentado consertar as coisas e me sinto bobo por estar aqui agora, sentindo dor por alguém que nunca demonstrou se importar comigo de verdade.

— Você veio mesmo — essa voz, há tanto tempo eu não escuto essa voz. Minha mãe atravessa a porta que nos separa dos quartos e é a primeira vez em toda a minha vida que a vejo assim, cansada e abatida, como uma mulher indefesa.

ELITE | vhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora