Coyotes pt 2

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Chegamos no local do show, Max nos recebe e nos leva a um camarim. Toda aquela multidão, os gritos e a euforia me deixaram em choque. Meu estômago está completamente embrulhado.

Não fico nervosa assim desde os meus 8 anos... Era 1997 e meu pai estava prestes a fazer seu último show, os fãs estavam enfurecidos com a saída dele da banda, mas ele queria se dedicar à família e cuidar de mim. Muitos me culpam até hoje.

-Foi mal, pai. -Digo baixinho deixando o pensamento fugir pelos meus lábios.

-Que? -Pergunta Meg.

-Nada, eu preciso fumar um cigarro. Tem aí? -Pergunto tentando mudar de assunto e sendo sincera eu realmente preciso de um cigarro.

-Você não tinha parado? -Pergunta Meg erguendo a carteira de cigarros.

-Você vai querer me perturbar com isso hoje? Sério? -Pergunto.

-Ok, não tá mais aqui quem falou. -Diz Meg se virando.

Vou caminhando pelos corredores procurando algum lugar para fumar o maldito cigarro. A cada 5 metros existe uma placa de proibido fumar. Decido abrir uma das portas, tem uma escada, eu subo. Chego em outra porta e olho pela janelinha, parece que dá acesso ao terraço. Porra, finalmente.

Assim que abro a porta o vento gelado bate no meu rosto o congelando quase que imediatamente. Vicio maldito. Coloco o cigarro na boca e tento acender, o vento atrapalha. Me encolho e tampo o isqueiro com a mão, levo a chama até o cigarro e o acendo.

Vou para o beiral, olho para baixo. Daqui consigo ver a rua e a faixada do lugar. Mesmo faltando apenas uma hora para o show ainda tem uma fila gigante de pessoas querendo entrar.

Passo um tempo estagnada encarando tudo aquilo.

-Ham! Meu Deus. O que é que eu tô fazendo aqui? -Pergunto para mim mesma e acabo caindo na risada.

-Eu tenho me feito essa pergunta muitas vezes ultimamente. -Diz Tom.

-CARALHO! DE ONDE VOCÊ SURGIU? -Grito dando um pulo. Ele quase me matou do coração, eu quase engoli o cigarro.

Tom sorri.

-Calma. -Diz ele tragando o seu cigarro que parecia estar no fim.

-Cara, você é silencioso. Tá ha quanto tempo aqui? -Pergunto descartando as cinzas.

-Você que é muito desligada, eu estava sentado ali naqueles caixotes, não sei como não me viu.

-Não vi -Respondo dando o último trago.

-Não sabia que você fumava. -Diz Tom

-Eu estava tentando largar, mas agora eu desisti. Não tem mais pq.

-Pq não tem mais um pq? -Retruca Tom

-Deixa isso pra lá, eu só tô estressada e preciso disso para relaxar. Só, sei lá. Não se mete. -Digo me voltando para o beiral e jogando o cigarro fora.

-Você é marrenta, sabia? É a única garota que me trata assim.

-É mesmo?

-Qual é a sua? Não tem educação no buraco que você saiu não? -Pergunta Tom indignado.

-Se você vai continuar frequentando o meu bar é melhor se acostumar ou vaza. -Digo, mas logo me arrependo.

Porra, eu tô sendo muito chata com ele, ele não fez nada. -Olha, foi mal. Especialmente hoje eu tô sendo uma filha da puta com todo mundo. Eu só, sei lá. Não queria estar aqui.

-Todo mundo tem dias difíceis, Siobhan. -Diz Tom se apoiando no murinho.

Os olhos dele parecem cansados, ele parece exausto para falar a verdade. Frustrado talvez? Enquanto analisava Tom fui pega de surpresa por aqueles olhos de ressaca. Em um pensamento rápido faço uma pergunta idiota.

KARMA | Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora