KARMA | Tom Kaulitz

Um dia de cada vez

O dia amanheceu e não foi um sonho, delírio ou alucinação causado pela bala que Juan me deu às escondidas antes que eu entrasse no palco ontem. Era verdade, Tom Kaulitz estava na minha cama me olhando acordar. Tudo foi tão intenso que eu nem fechei as cortinas ontem a noite, o sol entrava pela janela e tocava boa parte da minha pele e a de Tom deitados cobertos parcialmente por um lençol branco.

-Eu não sabia que era tão bom odiar alguém e ser recíproco. -Dispara Tom, logo de manhã falando sobre o nosso ódio mútuo.

-Acho que está mais pra raiva, sabe? Pq sendo bem sincera, eu não estou te odiando agora.

-Eu também não. Pq as coisas são tão complicadas entre a gente? -Pergunta brincando com uma das mechas do meu cabelo.

-Você foi um belo de um babaca ontem.

-Você me largou no meio do nada.

-Você não parava de falar das modelos que você comeu e como a sua vida sexual era maluca.

-Claro! Você não parava de tirar com a minha cara. Fez uma analogia da sua moto velha com o meu pau. -Diz Tom se sentando na cama.

-Do que você tá falando, garoto? -Pergunto esticando o braço até o pé da cama para pegar o robe que estava jogado ali. Eu o visto.

-Ah, então vai dizer que era tudo da minha cabeça, que eu estou ficando maluco e que a essa altura o bar inteiro não está sabendo sobre mim e Clara. -Pergunta Tom me puxando, deitando-me no colchão com o seu corpo por cima do meu.

Eu não fazia ideia do que ele estava falando, mas se eu desse para trás agora eu nunca saberia. Do jeito que ele é orgulhoso nunca me contaria, ainda mais depois do papelão de ontem.

-Ahh! A Clara... aquela menina que você...(?)

-Você vai me fazer falar depois de tudo isso?

-Essa é a MINHA vingança.

-A menina que eu não consegui comer porque a minha cabeça estava em você. Tá feliz agora?

Mordo a parte interna da bochecha tentando conter o riso e a satisfação em ouvir aquilo. Toda aquela cena foi pro ego ferido dele?

-Você não imagina a minha felicidade em ouvir isso.

Tom sai de cima de mim e deita ao meu lado com uma expressão de frustração no rosto.

-Ninguém no bar sabe disso, Tom. -Digo me sentando ao seu lado e passando os dedos por seus abdômen marcado.

-Como assim? Como você descobriu então?

-Nem eu sabia disso, Tom. Não joguei nenhuma piada pra você ontem. Você literalmente parecia estar completamente drogado para falar aquelas coisas em um encontro. -Respondo segurando o riso o máximo que posso.

-Eu sou um idiota... -Diz Tom esfregando o rosto em uma tentativa de se acalmar ou se esconder. Não estava claro pra mim.

Tom ficou em silêncio por um tempo. Imóvel. Por mais que o gostinho de vitória fosse muito bom, eu estava extremamente desconfortável. Eu tinha essa mania de querer equiparar a minha desgraça com a da pessoa para ela se sentir melhor comigo por perto. Com Tom não foi diferente, foi então que eu disparei.

-Pelo menos você não falou o nome errado.

Tom tira uma das mãos do rosto demonstrando interesse do que saía da minha boca.

-Como assim? -Pergunta se sentando na cama escorado pela parede.

-Quando eu estava com o Nick aquele dia, eu o chamei pelo seu nome.