Episódio 30

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Quando a sanidade retorna, eu abro os olhos e olho para o rosto da mulher que eu amo. A expressão de Lauren é macia, suave. Ela acaricia o nariz contra o meu, levando o seu peso nos cotovelos, com as mãos segurando os lados da minha cabeça. Infelizmente, suspeito, que assim eu não possa tocá-la. Ela planta um beijo suave nos meus lábios, enquanto se retira de mim.

— Eu senti tanta falta disso, de você. Ela respira.

— Eu também, eu sussurro. Ela pega o meu queixo e me beija forte.

Um beijo apaixonado, suplicante, pedindo o que? Eu não sei. Isso me deixa sem fôlego.

— Não me deixe de novo, ela implora, olhando no fundo dos meus olhos, com o rosto sério.

— Tudo bem, eu sussurro e sorrio para ela.

Seu sorriso de resposta é deslumbrante euforia, alívio e alegria juvenil combinados em um olhar encantador que iria derreter o mais frio dos corações.

— Obrigado pelo iPad.

— De nada, Camz.

— Qual é a sua canção favorita, de lá? 

— Agora isso seria revelador. Ela sorri.

— Vamos, cozinhe alguma comida para mim, mulher. Eu estou morrendo de fome, ela acrescenta, sentando-se de repente e me arrastando com ela.

— Mulher? Eu dou uma risadinha.

— Mulher. Comida, agora, por favor.

— Uma vez que você pediu tão bem, senhora, eu vou fazer logo.

Quando eu me esforço para fora da cama, eu desalojo o meu travesseiro, revelando o balão vazio de helicóptero debaixo dela. Lauren o pega e olha para mim, perplexa.

— Esse é o meu balão, eu digo, sentindo-me proprietária, enquanto eu visto o meu roupão e enrolo-o em volta de mim mesma. Oh caramba... por que ela tinha que encontrar isso?

- Em sua cama? Ela murmura.

— Sim, eu coro. Ele me tem feito companhia.

— Charlie Tango sortudo, ela diz, com surpresa. Sim, eu sou sentimental, Jauregui, porque eu te amo.

— É o meu balão, eu digo novamente e giro nos calcanhares e vou para a cozinha, deixando-lhe com um sorriso de orelha a orelha.

[...]
 
Lauren e eu nos sentamos no tapete persa de Dinah, comemos frango assado e macarrão, em tigelas de porcelana branca, com pauzinhos e bebendo Pinot Grigio branco gelado. Lauren se inclina contra o sofá, as longas pernas esticadas para frente. Ela está vestindo calça jeans e sua blusa com seu cabelo pós-foda, e isso é tudo. O Buena Vista Social Club, canta suavemente ao fundo, no iPod de Lauren.

— Isso tá muito bom, ela diz agradecida, escavando em sua comida. Eu estou sentada de pernas cruzadas ao seu lado, comendo avidamente, além da fome, e admirando seus pés nus. 

— Eu geralmente faço todas as refeições. Dinah não é uma grande cozinheira.

— Foi sua mãe que ensinou você? 

— Não realmente, Eu zombo.

— Quando eu estava interessada em aprender, minha mãe estava morando com o terceiro marido em Mansfield, Texas. E Alejandro, bem, ele teria vivido de torrada e Comida delivery, se não fosse eu. Lauren olha para mim.

— Você não ficou no Texas com sua mãe?

— Não. Steve, seu marido e eu, não nos dávamos bem. E eu sentia falta de Alejandro. Seu casamento com Steve não durou muito. Ela voltou à razão, eu acho. Ela nunca fala sobre ele, eu acrescento. Eu acho que é uma parte obscura de sua vida, que nós nunca discutimos.

Todos Os Tons De CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora