O homem estranho do clube. Trato feito e um pequeno passeio!

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— Sanji~... — Bon Clay o chamou com doçura, cutucando o braço alheio. Bon Clay é um de seus colegas de trabalho, no momento ele anotava os pedidos e chegou cuidadosamente com o bloquinho de notas, se esparramando pelo balcão de madeira.

— Ah? Sim? — o loiro se virou com um sorriso, cumprimentando-o — Parece abatido, o que houve? Aconteceu algo? — perguntou, lavando alguns copos.

— Me botaram como garçom e recepcionista, isso que aconteceu! — exclamou chateado, com um bico nos lábios tingidos pelo batom vermelho que utilizara na composição da bela e muito bem montada maquiagem — Deve ser porque estou na idade da aposentadoria...

— Quarenta anos não me parece a idade da aposentadoria... — Sanji tentou segurar seu riso, mas não aguentou ao ver a careta feia de seu amigo.

— Esses caras não querem esses vinhos deliciosos, meu amor. Eles gostam mesmo é dos novinhos! Você tem tanta sorte de ter esse rosto jovem, sério~ — ele choramingou.

— Ah claro, tenho sim... você também é lindo e bem jovem, Bon-chan. Só acho que Ivankov te botou nesses serviços porque Katakuri faltou hoje. — explicou, fazendo uma bebida simples e com o sabor doce, entregando-a delicadamente para Bon Clay, pondo um dos canudos personalizados em formato de coração — Espero que goste.

— Qualquer coisa vinda de você eu irei amar, queridinho! — disse empolgado, se deliciando da bebida servida para si — Ah~ era disso que eu precisava... Oh, tem pedido no quarto trinta no andar três... — entregou o bloquinho nas mãos do loiro, que lia atentamente o pedido anotado – lê-se rabiscado, o outro realmente não queria fazer aqueles serviços.

— Obrigado, Bon-chan. Farei os pedidos rapidamente, prometo!

— E, menino... — segurou o loiro pela roupa para que ele ficasse parado. Sanji encarou o colega um pouco receoso — Poderia ir no quarto e servir por mim?... Estou realmente exausto deste trabalho.

— Eu?... Ok, posso fazer isso sim! — afirmou com um sorriso e se retirou para preparar os pedidos anotados. Bon Clay suspirou contente, finalmente iria descansar – tirar uma soneca, no caso.

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— Eu não deveria ter aceitado... — com os pedidos em mãos, Sanji falou arrependido. Queria não ser tão gentil e bondoso às vezes, mas não queria soar grosso. Ainda mais que Bon Clay é uma pessoa tão alegre, positiva e foi seu primeiro amigo no trabalho. MAS ENTREGAR DENTRO DOS CÔMODOS RESERVADOS ESTÁ FORA DE QUESTÃO! POR QUE ACEITOU ISSO? SANJI, SEU BURRO, BURRO!

Sentia vontade de se bater e enfiar sua cabeça na terra, deveria ter fingido se acidentar enquanto preparava os pedidos ao invés de ir entregá-los. Entretanto, já era tarde demais, agora teria que seguir em frente e sair o mais rápido que puder do cômodo. Parou em frente ao quarto, puxou todo o ar que pôde para seus pulmões e expirou, entrando de uma vez no local com dificuldade por conta da bandeja em suas mãos.

— Desculpem-me pela demora. — foi a única coisa que conseguiu dizer após sua entrada. Aqueles homens eram amedrontadores, dignos de serem atores em filmes sobre máfia. Sentiu um arrepio em sua espinha ao perceber que os encarou demais e ser encarado de volta. Deixou a bandeja e fez uma reverência, logo se virou para ir embora.

— Espere, garoto. Venha cá! — um dos homens altos e cabelos grisalhos disse.

A mente de Sanji gelou, ele deveria ir? Ok, talvez não fosse nada demais e só ficou um pouco intimidado pela presença dos homens, mas ele estava sozinho. O loiro inspirou e expirou, deu meia volta e foi em direção ao homem, com cautela e se mantendo ainda distante o suficiente para fugir.

— Sim, senhor? — o encarou com receio e sentiu suas mãos suarem, um nervosismo tomar conta de seu corpo.

— Não seja tímido, venha até aqui... — o outro homem sinalizou, apontando para seu próprio colo, insinuando que Sanji se sentasse ali. Ele rapidamente negou com um sorriso sem graça — Ora, por que não?

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