Demissão, reencontro e casinha.

114 13 1
                                    

— Tem certeza? — indagou pela terceira vez, ainda inquieto pela situação anterior em que encontrou Sanji — Você realmente está bem?

— Sim, marimo! Agora vai trabalhar, vai! — mandou nervoso, empurrando o Roronoa pro lado de fora da casa. Depois de voltarem para casa e organizarem um pouco mais o quarto da menina, Nami alimentava ela enquanto Zoro conversava com Sanji e tentava cuidar dele — Vai acabar sendo demitido, babaca. — desconversou, finalmente pondo Zoro para fora.

— Okay, okay. É pecado se preocupar agora? Aff. — resmungou, revirando seus olhos.

— Aw, obrigado! Não precisa mais se preocupar. — escutaram uma voz infantil espernear, chamando por "mamãe", que seria Sanji. O loiro suspirou cansado — Tenho que ir, então se apresse e pegue carona com o Franky logo. — apontou para o azulado, que aguardava o Roronoa em seu carro, falando com alguém no celular — Boa sorte e, eu juro que está tudo bem. Vai logo. — abraçou rapidamente o esverdeado.

— Urgh, você é chato. — exclamou ranzinza e Sanji gargalhou — Estou indo, não sinta saudades, eu voltarei rápido.

— Não irei sentir. Pare de enrolar! — bufou, e Zoro sorriu sarcástico, bagunçando os cabelos do loiro e dando as costas, indo finalmente embora. Sanji ficou ali, parado em pé, observando o carro indo embora e seus amigos irem para seus respectivos trabalhos.

— SANJI, A OTOKO CAGOU, SOCORROOOO! — escutou Luffy gritar desesperado e seu sorriso satisfeito se desmanchou aos poucos, bem lentamente. E lá se vai a paz dele pela manhã.

[ . . . ]

O Roronoa caminhou após ser deixado por Franky em uma calçada perto da lanchonete que trabalha. Entrou no local e foi direto para o balcão, pegando o avental deixado em cima de uma das bancas dentro da sala de funcionários com o seu crachá e respirou fundo, indo trabalhar.

— E aí, como estão as coisas? — questionou Tashigi, voltando pro balcão com um bloco de notas.

— Boas. — respondeu apressado.

— Ainda. — corrigiu, soltando uma risada sem graça. Quando o esverdeado arqueou a sobrancelha, pronto para perguntar, a azulada entregou o pedido e o empurrou pelo peito — Um expresso, pedido da mesa cinco... — ela sussurrou, apontando com a cabeça para a mesa mencionada, com um olhar constrangido.

Ele olhou para a direção que a amiga apontava, vendo um velho homem alto e com os cabelos loiros em tom escuro, além da barba feita e negra, as roupas de grandes marcas e conversando no telefone, com uma das mãos digitando algo no notebook em sua frente, além dos papéis espalhados pela mesa. A expressão de Zoro se fechou quando notou quem era. Era Judge.

— O que esse velhote quer agora?... — murmurou, rangendo os dentes e apertando o papel com o pedido.

— Não arrume encrenca, você não pode ser despedido agora que tem uma filha pra sustentar. — Tashigi tentou descontrair, sorrindo. Deu um tapinha no ombro alheio e foi atender os outros clientes de outras mesas. Zoro iria corrigir e dizer que Toko não era sua filha, mas deixou quieto.

Ele soltou um longo e pesado suspiro, pensando se poderia simplesmente fingir que o pedido não chegou em suas mãos, ou se jogar da janela, ou dar uma de maluco; todas as opções resultam em possíveis demissões. Ah, como sua vida era maravilhosa. Depois de enrolar — e bastante—, não teve jeito, teria que encarar Judge novamente. Então, sem muita vontade e com uma carranca no rosto, foi entregar o expresso para o homem mais velho.

— Aqui está. — disse, evitando o contato visual com o loiro. Colocou com cuidado o pedido em cima da mesa do cliente, fazendo uma breve reverência para se retirar. Mas fora impedido por uma mão que segurou firmemente seu pulso, na intenção de machucá-lo.

Criança ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora