Capítulo 02

406 48 30
                                    

A água gelada bate em seus ombros tentando apagar o fogo que despertou naquela sala de treinamento.

Daemon já sentia desejo por sua sobrinha há muito tempo, ela foi o motivo de sua separação, mas nenhum contato tão íntimo aconteceu antes.

Não conseguia esquecer do olhar escuro, da boca entreaberta, dos pequenos sons que ela fazia apenas por roçar nele. Talvez a situação apenas favoreceu para ficar excitada, não tinha certeza se esse tipo de sentimento era mútuo.

Precisou aliviar a tensão pensando no corpo dela colada no dele no chão da sala. Fantasiou como seria seus gemidos embaixo dele e se eram mais contidos ou selvagens.

Sua masturbação debaixo do chuveiro não adiantou para tirá-la de seu sistema. Segurou seu desejo por tanto tempo, conseguiu ficar despercebido dos olhares sutis que ele dava a ela. Tudo se intensificou quando passou de menina para mulher. Era impossível não desejá-la, Rhaenyra é a personificação de tudo o que sempre quis.

Daemon não queria tentar algo antes e parecer estúpido, precisava entender se o fogo que sentiram queimava da mesma forma. Ela precisava ceder primeiro.

Secou seu corpo com uma toalha e vestiu seu melhor terno. Apesar de Viserys exigir algo mais sofisticado e elegante, Daemon se recusava a usar uma gravata. Odiava qualquer acessório que sufocasse. Seu irmão poderia agradecer por estar de terno e com os cabelos presos em um coque modesto.

Anéis e corrente no pescoço eram características dele.

Gostava de se arrumar, ser bem-visto visualmente, mas odiava que mandassem em como deveria ser.

Mais uma vez precisava fazer sala para os chefes das grandes famílias. Entendia que os Targaryens precisavam dessa proximidade, da política em volta de famílias poderosas, mas ficar no salão principal era entediante.

Encontrou o champanhe na bandeja de um garçom mais próximo e cumprimentou todos que elogiavam por seu grande desempenho em treinar os novatos.

Um bando de puxa-sacos. Revirava os olhos discretamente sempre que podiam. Manter o rosto inexpressivo era impossível. Não conseguia ser falso ou seguir com uma conversa mole.

Jason Lannister iniciou um assunto chato e não parava mesmo depois das diversas indiretas secas que recebia dele.

Sentiu a mão no ombro e uma voz salvadora.

— Com licença, cavaleiros, mas preciso roubar esse príncipe por alguns minutos, Rhaena necessita de uma pequena ajuda de seu pai.

Todos olhavam encantados por Laena em seu vestido turquesa feito sob medida, enquanto Daemon agradecia imensamente com o olhar por salvá-lo.

— Imagino como a conversa estava interessante naquela roda de homens extremamente agradáveis que você sempre amou.

— Obrigado Laena, você realmente me salvou, por alguns segundos, não destravei a arma e atirei na própria cabeça.

Ela ri, circulando com ele nos cantos do salão, apoiando seu braço em seu bíceps.

— Quando você vai declarar seus sentimentos por Rhaenyra? — ela sussurra olhando atentamente se nenhum curioso analisava a conversa.

— O ódio é algo que compartilhamos igualmente.

— Você precisava fazer aquela cena na frente de todos?

Daemon para a encarando, ficando de costas para o restante das pessoas.

— Ela me provocou!

— Quantos anos você tem? Quinze? Sei que sempre foi impulsivo, mas se deixar levar por uma provocação infantil foi além que te conheço.

BloodlineWhere stories live. Discover now