Capítulo 10

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Viserys finalmente decide voltar para Fortaleza Vermelha. Os Lannisters planejavam um golpe contra ele, mas quem realmente seria o cabeça por trás dessa operação?

Ele precisava designar missões para os novatos e pensaria com muita cautela quem realmente enviaria. Essa decisão precisava ser feita com Daemon e Rhaenyra. Eles saberiam quais de seus pupilos estariam mais qualificados.

No entanto, um assunto mais urgente precisava ser avaliado naquela tarde. O príncipe Martell fez questão de solicitar três dias no conforto do lar Targaryen e ter certeza que seria bem recebido por seus antigos companheiros.

A família Martell era a segunda melhor entre assassinos e compadecia de qualquer assunto relacionado aos Targaryen. Porém, essa súbita reunião veio provavelmente por outro motivo, no qual preocupava Viserys.

— Hoje o príncipe Martell se hospedará na Fortaleza — todos acompanhavam os passos de Viserys até a sala de reunião principal — Não podemos cometer nenhum deslize com eles. São nossos mais fiéis aliados e precisamos nos manter assim. — ele para abruptamente fazendo os demais estagnar.

Viserys gira seu corpo mantendo o olhar sério para Daemon.

— Nenhuma gracinha! — apontava o dedo indicador no rosto de Daemon.

— Por céus, irmão, o que você pensa de mim? — perguntava com um falso drama.

— O pior! — respondendo caminhando novamente até a sala. — Sempre o pior.

"Isso por que ele não sabe que estou comendo a filha dele"

Daemon revira os olhos achando absurdo tal comentário. Rhaenyra ao seu lado estudava-o, confusa. "O que estavam falando?" não entendia o motivo de raiva pelo comentário de seu pai. O que exatamente Daemon causaria com um Martell?

Harold e Erryk riram com o assunto, deixando Rhaenyra ainda mais irritada por não entender nada.

— Calem a boca! — Daemon exclamou rindo, tentando conter a brincadeira de seus companheiros.

— O que está acontecendo? — disse Rhaenyra batendo no braço de Harold — Me sinto estúpida por não saber o motivo de tanta risada.

— Você vai entender Syrax. — Erryk respondia fechando a boca para conter um sorriso.

Ao abrir a porta, Viserys se surpreende com o moreno de pele bronzeada, se deliciando com uvas verdes entregues por uma mulher de longos cabelos negros.

Sentado debochadamente, olhando por cima dos cílios negros, ele sorri para Viserys, levantando com alegria ao vê-lo.

Suas roupas eram douradas, ornamentadas com símbolos de sol e uma flecha. As vestimentas dele e da mulher ao seu lado, eram decotadas, mostrando a sensualidade de seus corpos.

— Balerion, Balerion! — ele erguia os braços, animado, aproximando de todos — Resolvi adiantar a minha chegada em sua Fortaleza testando as defesas de seu pequeno castelo e conclui serem péssimas!

Viserys engole seco, controlando a ira que sentia por ser tão descuidado.

— Meu príncipe! — reverenciou por respeito, mesmo ambos sendo da realeza — Lembrarei de suas observações para melhorar os muros.

Um sorriso travesso estampou seus lábios e então seus olhos castanhos escuros permaneceram atenciosos para Daemon parado com as mãos nas costas.

— Olá Caraxes! — emanava uma sensualidade fora do comum deixando Rhaenyra ainda mais confusa.

Daemon sorriu olhando-o da mesma forma.

— Olá Oberyn!

Um silêncio constrangedor durou alguns instantes enquanto se olhavam.

Felizmente Rhaenyra lembrou de sua conversa com Laena.

"Teve o maior escândalo na época. Quando Viserys soube dele com um príncipe da família Martell, o obrigou a casar imediatamente."

— AGORA ENTENDI! — não conseguiu controlar a conclusão de seus pensamentos falando em voz alta.

Daemon acerta o cotovelo em sua costela fazendo-a lançar um olhar furioso.

— Os Targaryen são realmente interessantes. — a mulher entrelaçou seu braço no bíceps do príncipe analisando intensamente o corpo de Rhaenyra.

— É porque você não os viu nus, minha querida — respondia acariciando o rosto da amada.

— Vamos tratar logo o assunto meu príncipe! — Viserys sempre colapsava com qualquer comentário impuro lembrando do quão constrangedor foram as escapadas de seu irmão caçula.

— Claro Balerion, como quiser. — girava felizmente até a cadeira — Estamos em sua casa e seguiremos suas ordens.

Erryk e Harold se direcionam até a saída.

Daemon fecha as portas saindo da reunião e deixando a privacidade entre eles.

Rhaenyra olha curiosa, balançando o corpo de forma imatura e com um sorriso manhoso na boca.

— Então foi ele?

— Sim, Rhaenyra! — explicava impaciente.

— O grande motivo de você casar com Laena. — cantarolou — Olha, eu entendo. Ele realmente é um homem deslumbrante.

— Podemos parar com esse assunto? — caminhava até a escada.

— Não, não! Quero saber detalhes! — ela corria para alcançar seus passos — quem comia quem?

Ele parou girando os calcanhares e inclinando-se até sua orelha.

— Essa informação deixo para sua imaginação. — ele sorri do jeito que deixava Rhaenyra em chamas.

Continuou subindo as escadas calmamente.

— Daemon, você precisa me contar isso agora!

***

Fazia dias que Daemon e Rhaenyra não ficavam juntos. Depois de quase serem pegos da última vez, Rhaenyra resolve ser rigorosa com as carícias e visitas aos quartos. Não podia arruinar seus planos que seguiam perfeitamente bem.

No entanto, essa decisão a deixou em abstinência. Mesmo após o retorno para a Fortaleza não se permitiu fraquejar. Ela salivava com ele ao seu lado em reuniões, a forma como se vestia, treinava, andava. Apenas sua respiração a deixava excitada.

Sentiu-se uma adolescente voltando aos dias que fantasiava em como eram as mãos dele por seu corpo, os sons que fazia quando estava dentro dela, em como era seu corpo. Agora tudo ficou duas vezes pior. Ela sabe exatamente como ele é, elevando ainda mais suas vontades e tornando-se insaciável por ele.

Apoiada no parapeito da escada do primeiro andar da sala de treinamento, ela admirava-o treinando com suas filhas. Sabia que se fosse pega ali ninguém desconfiaria para quem seus olhares realmente eram.

Para sua surpresa, Laena apareceu puxando o braço de Daemon para um canto. Com certeza seria um assunto particular, mas esse jeito deixou Rhaenyra com ciúmes.

Ela adorava sua prima. Seu carinho por ela nunca mudou, mas depois que seu relacionamento com Daemon se tornou mais intenso, com pedidos de casamento e horas na cama, seus ciúmes aumentaram com qualquer proximidade com a ex esposa.

Seu olhar permaneceu no canto onde os dois conversam frente a frente. Não conseguia ler os lábios para entender qual seria o assunto e apertou os olhos tentando decifrar.

Um frio percorreu sua espinha quando viu a mão dele acariciar o rosto dela. A resposta por esse gesto foram as mãos dela apertando seu braço.

"Eu vou matar esses dois"

— Você vai se casar com ele?

Uma voz calma trouxe Rhaenyra de volta de seus pensamentos assassinos. Era sua doce irmã Helaena, encostada no parapeito com seu traje preto de treinamento.

— Eu... Hã... Eu... — Rhaenyra não conseguia responder uma pergunta tão direta.

— Com Cregan...

— Oh! Sim! Cregan! — coçou a cabeça sentindo-se boba — Sim, vamos, só preciso definir as datas.

Helaena olhava para as pontas de seu cabelo, formando pequenos redemoinhos nos dedos.

— Que pena! Você e tio Daemon parecem tão perfeitos juntos.

Ela riu.

— O que está falando? Nós só brigamos e apenas nos suportamos por causa do meu pai.

"E depois desse carinho em outra mulher era capaz de arrancar o pau dele."

— Eu notei seus olhares para ele. Tudo esclareceu quando o semblante dele de tristeza ficou evidente depois da revelação de seu casamento com Lord Stark. Vocês se amam, mas ainda não sabem disso.

Amor? Rhaenyra ainda não conseguia definir se tudo o que sentia por ele era amor. Talvez era apenas um enorme desejo, mas amor? Não! Isso é romântico demais e não combinava com eles.

— Não temos nada! — respondeu tentando ser convincente.

— Não? Então por que está com ciúmes dele conversando com Laena?

— De onde tirou isso?

— Você está segurando tão forte a madeira da escada que pensei por um segundo que destruiria com as mãos.

Rhaenyra olhou onde estava segurando e percebeu o sangue quase coagular pela força, imaginando o pescoço dos dois em suas mãos.

Ela se afasta, juntando as mãos tentando disfarçar.

— Eu fico feliz por vocês! — Helaena sorria chegando mais perto — Porém, vejo que nunca vou conseguir ter algo com Aemond.

— Oh! Minha pequena, — respondeu acariciando os cabelos da irmã — prometo cuidar disso e ninguém vai decidir seu futuro.

Um abraço acalorado entre elas deixaram seu coração mais quente.

O corpo de Helaena enrijece e sai de perto de Rhaenyra com rapidez.

— Desculpa. — sussurra antes de seguir ao lado de sua mãe.

Alicent estudava Rhaenyra com nojo, agarrando os ombros de sua filha como proteção.

"Patético"

***

Antes de dormir, Rhaenyra gostava de passar o creme em seu corpo e vestir sua camisola mais fresca. O tempo estava quente nos últimos dias, precisando se refrescar com as janelas abertas.

Um som reverberou pelo quarto mostrando a silhueta de uma pessoa pulando pela janela. Por instinto, ela destrava sua pistola em cima da cômoda e mira com precisão.

— Que você está nervosa comigo, isso entendi, mas não conseguimos resolver com diálogo? — Daemon permanecia com as mãos para o alto.

— Talvez um tiro em sua cabeça resolveria os meus problemas. — ela abaixa a arma guardando na gaveta.

— O que eu fiz dessa vez?

— Você não deveria estar aqui — sussurrou se aproximando — se alguém notar a sua presença em meu quarto nosso plano vai por água abaixo.

— Interessante! Pensei que não queria mais casar comigo.

— Posso mudar de ideia! — girou o corpo ficando de costas para ele.

Ele a puxa pelo braço irritado.

— Pode me dizer o que diabos eu fiz?

— Apenas vá embora!

— Rhaenyra não tenho muita paciência para enigmas — apertava um pouco mais forte o braço dela — fala logo!

Ela desfaz de seu toque puxando o braço bruscamente de suas mãos.

— Não sei que assunto você precisou ter com sua ex esposa.

— O quê?! — pisca duas vezes movimentando a cabeça — Você está com ciúmes? — questionou rindo, deleitando-se com essa informação.

— Vai se foder Daemon!

Ele ri aproximando-se dela.

— Meu dragão enfurecido! Infelizmente vou sempre falar com ela, Rhaenyra. Ela é a mãe das minhas filhas, não posso ignorá-la.

— Meu problema não é você conversar. Apenas não vejo necessidade de carícias e toques.

— Pelos céus Rhaenyra, ela não significa nada. Aquilo não foi nada!

— Ótimo! Talvez faça o mesmo com Cregan, já que não é nada, você não vai achar estranho.

— É diferente! — ele grunhiu raivoso.

— Oh! — ela estala a língua — Porque seria diferente?

— Porque não agi dessa forma para te irritar! Tenho um carinho por ela, apenas isso.

— Talvez sentiu saudades em como ela fodia bem.

— Ela fodia bem sim! — ele gritou — Era a única coisa que funcionava deliciosamente em nosso casamento!

Rhaenyra arregalou os olhos, colérica.

— Eu fodi aquela mulher de todos os jeitos — ele continuou — em pé, sentada, de quatro, no chão! Nunca reclamei no quanto ela era maravilhosa! Porém, você esqueceu de um ponto importante nessa história minha ingênua sobrinha — seu rosto ficou próximo ao dela — Eu quis você! Desfiz do meu casamento, por você! E não existe nenhuma mulher do mundo que se compare a você!

Ela amou ouvir isso.

Amou cada palavra.

O jeito como falou convicto fez seu corpo amolecer.

No entanto, não queria transparecer e deixá-lo vitorioso.

Daemon olhou ela inteira com seus olhos escuros pela luxúria. O cheiro do seu corpo era divino, a pele reluzia e a camisola branca tinha uma leve transparência mostrando sutilmente os mamilos rosados.

Fazia dias que ele queria aquele corpo.

— Não quero você aqui!

Ele sorriu.

— Nem você acredita nisso — andava em sua direção.

A cada passo que dava, ela recuava duas vezes mais até encostar na parede.

Ele cheirou seu pescoço, deslizando as mãos por seu corpo.

— Eu te odeio!

Daemon riu na curva do seu pescoço, fazendo sua pele arrepiar. Puxou seu rosto para beijá-la, mas ela desvia, relutante, ao seu toque.

— Vai ser uma pirralha então?

Ele desce abocanhando o mamilo, esfomeado por cima do tecido. Ela segura o gemido tentando esconder um sorriso pela sensação.

A barra de sua camisola estava na cintura quando os dedos dele invadiram sua carne encharcada. Ela fica na ponta dos pés, esticando seu corpo com o prazer que percorria.

Ele acrescenta um terceiro dedo esticando-a prazerosamente.

Suas mãos agarram os cabelos dele ferozmente, buscando a melhor forma de se equilibrar. As costas arquearam, movimentando os quadris, se derretendo nas mãos dele.

Ela respirou fundo, com as pernas tremendo, desejando desesperadamente ele dentro dela.

— Daemon... — seu nome escapou de seus lábios e ela não ligava mais para o falso desdém que ela tentava fazer com ele.

Ainda com seus dedos, fundo, a palma de sua mão friccionando o clitóris, Daemon puxa seu rosto, conseguindo beijá-la.

Com as mãos ágeis, ela desfaz o nó da sua calça, revelando seu membro duro e pronto para ela.

Ele a levanta e por instinto, ela envolve suas pernas na cintura. A calcinha estava em seus calcanhares há muito tempo, permitindo o pau dele entrar com facilidade.

As mãos agarram as coxas, deixando a marca de seus dedos em sua pele.

— Que saudades estava do seu pau! — disse ofegante, agarrando seus ombros.

— Que saudades estava de você!

Isso aqueceu seu coração. Não era apenas de sexo que ele estava sentindo falta, mas dela por inteiro.

Se deixou acreditar que talvez seja amor o que ambos sentiam e toda essa fúria carnal se transformou em algo maior.

Seus beijos estavam mais calmos e suas estocadas deslizavam em uma dança quente pecaminosa no altar de seu sexo.

Uma batida na porta e a voz grossa de Harold chamando por Syrax faz o corpo deles congelarem.

— Balerion solicitou sua presença agora em seu escritório.

Daemon grunhiu nervoso.

— Ele tem uma antena empata foda? — falou baixo — Parece que sente quando estou fodendo você!

Ele se desfez dela, duro e raivoso.

— Vai! Se demorar ele mesmo vem aqui.

***

Rhaenyra tentou disfarçar as marcas no pescoço com uma blusa de gola mais alta e os cabelos soltos para frente.

— Queria falar comigo? — fechou a porta devagar vislumbrando seu pai olhando pela janela com o charuto entre os dedos.

— Venha aqui minha filha — disse calmo e doce, indicando com a mão onde ela deveria ficar.

Ao seu lado, os dois observaram a lua cheia no céu estrelado. A brisa do vento refresca o corpo e um momento de calmaria se estabelece brevemente, antes da tormenta chegar.

— Otto viu você entrando no quarto de Daemon na outra casa — jogou a fumaça pela janela e olhou para ela — Está acontecendo algo entre vocês?


***

Capítulo dedicado para a aniversariante Livia @/lihsandrade

Espero que gostem e por favor deixem comentários, eu amo ler cada um deles. Me siga no Twitter: moneceles.

Beijooos.

BloodlineWhere stories live. Discover now