Capítulo 17

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Daemon e Rhaenyra instalaram-se nas propriedades da família Strong. Harrenhal era uma fortaleza impenetrável e mesmo com o passar dos anos a mudança em sua arquitetura nunca foi prioridade. Seu design rústico e assustador causavam arrepios para qualquer visitante, gerando boatos de uma maldição antiga, mas para os Targaryen, era apenas um lugar com histórias de criança.

Após o interrogatório no Ninho da Águia, Rhaenyra decidiu consolidar mais alianças antes de iniciar o resgate do patriarca.

Aemond havia enviado o itinerário e a planta dos quartos, facilitando a entrada deles. Ele faria o turno da noite no dia seguinte e dependiam da mensagem dele para seguir com o plano.

A família Stark permaneceu fiel aos seus juramentos e Rhaenyra decidiu deixá-los afastados por enquanto. Os Strongs ofereciam uma rede de seguranças especializados e uma grande parte deles foi designado para o hospital onde Viserys estava.

— Espero que sua palavra com o meu pai seja cumprida, Strong - Rhaenyra permanecia em pé com os braços esticados na mesa analisando a estratégia e os pontos cegos na segurança do hospital.

— Seremos leais a sua casa! — Lyonel um homem robusto e com semblante confiante respondia com entusiasmo e senso de justiça.

— Lembrarei da lealdade de sua casa quando for anunciada como matriarca, mas saiba, Strong — ela circula a mesa aproximando-se de seu anfitrião — qualquer traição ou pensamentos tortos contra os meus interesses, eu os caçarei, não deixando sobrar nenhum para o legado de sua família.

O tremor e a tensão eram palpáveis. O fogo em seus olhos e sua postura intimidadora fizeram Daemon se desesperar para ter um momento a sós com sua sobrinha.

O sangue de dragão corre em suas veias.

— O hospital não está completamente isolado — Lyonel continuou - Os outros quartos acomodam outros enfermos não causando nenhum alvoroço no hospital. Alicent foi específica em não querer chamar atenção.

Rhaenyra ri melancolicamente.

— Ela não quer nenhum golpe precipitado.

— Exatamente! — pontuou Lyonel.

— Hmm — murmurou Daemon, analisando a estratégia no centro da mesa com braços cruzados e olhos semicerrados.

Rhaenyra girou sobre os calcanhares encontrando o rosto desconfiado do tio. As mãos dele passam no queixo analisando com cuidado o plano.

— Isso está fácil demais.

Rhaenyra suspira.

— Porque diz isso?

— É muito óbvio que Balerion esteja nesse hospital. Talvez seja uma isca.

— Vhagar confirmou ter visto meu pai. O que eles fazem com frequência é a mudança entre as alas, mas o local permanece o mesmo.

No canto da mesa, Daemon analisa o plano. Seu instinto alertava que isso não estava certo. Faltava alguma informação para o quebra-cabeça se encaixar.

Porque Alicent colocaria Viserys lá? Era o hospital destinado para momentos como esse. Um protocolo rigoroso quando qualquer Targaryen saia ferido de uma missão. Se não pudessem recorrer ao doutor Gerardys, os cuidados médicos precisavam ser feitos lá.

— Talvez Alicent tenha percebido as movimentações de Vhagar.

— Acha que ele poderia nos trair?

— Não. — Daemon responde sem tirar os olhos da planta em cima da mesa — Ele pode estar sendo enganado.

BloodlineWhere stories live. Discover now