Capítulo 11

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— Agora Otto acompanha minuciosamente todos os meus passos?

Rhaenyra sabia que Otto não era confiável. Esperava por qualquer sussurro calunioso chegar até seu pai pela víbora verde, mas não contava que um descuido poderia afetar seus planos.

No entanto, não foi um descuido, naquela noite nem ela poderia prever que acabaria na cama com Daemon com um pedido de casamento.

— Não mude de assunto Rhaenyra — seu pai continuava atento às expressões de seu rosto - quero apenas uma resposta.

— Me ofende essa simples pergunta duvidando da minha palavra. — demonstrar um pouco de ofensa faria o coração de seu pai amolecer — Sim, estive no quarto de Daemon aquela noite, mas com apenas um propósito.

— E qual seria?

— Não é óbvio? Depois daquele show ridículo perante todos os nossos capos, me rebaixando como uma boa escolha em sua sucessão, duvidando de suas decisões e ordens. Isso não poderia passar sem chamar a devida atenção.

Viserys permanecia quieto, prestando atenção em cada palavra e respiração de Rhaenyra. Ele sabia quando uma pessoa mentia, mas felizmente ela foi ensinada a como controlar a respirar, tom de falar e manipular da melhor forma com palavras.

E isso só poderia ser ensinado por apenas uma pessoa.

Seu tio.

— Se serei a matriarca desta família — ela continuou, fixando seus olhos profundamente na íris de Viserys — preciso ser respeitada e temida. Precisava deixar claro que nenhuma afronta seria aceita.

— Porque não fez isso perante todos?

— Porque ele não é um simples capo meu pai — ela sorriu — é um Targaryen. Nós não nos envergonhamos na frente de outros e isso foi lembrado com as devidas consequências se esse ato se repetir.

Um olhar de admiração preencheu o rosto de Viserys. Ela se permitiu envaidecer-se por se sair tão bem em uma mentira descarada.

A verdade é que Rhaenyra foi até o quarto de Daemon com os argumentos na ponta da língua, mas a língua acabou tomando outros caminhos que não ousaria dizer.

— Então nada além de uma conversa aconteceu naquele quarto?

— Não! Estou prometida a Cregan, jamais faria isso.

— Não sente nada por ele?

"Porque tantas perguntas sobre meus sentimentos" Rhaenyra não compreendia a insistência de seu pai com esse assunto. Parecia resolvido, mas sua intuição saltava desesperada afirmando que algo mais precisava ser dito, mas ela não sabia o que.

— Somos dragões e o sangue quente corre em nossas veias. Talvez por termos o mesmo temperamento acabamos nos desentendendo além do normal. Se o seu medo é de algo ruim acontecer, não se preocupe. Daemon será fiel à família custe o que custar.

Viserys agarrou a mão da filha com carinho, massageando delicadamente entre os dedos e um semblante dócil que Rhaenyra não via desde o falecimento de sua mãe.

— Quero que saiba, que se sente algo por ele, gostaria de ser a primeira pessoa a saber.

Os olhos violetas se arregalaram não esperando essa frase. O que ele queria dizer? Será um jogo para confessar ou realmente aceitaria meus sentimentos antes do dever?

Rhaenyra pensou com cuidado em sua próxima resposta. Deveria descartar por completo qualquer sentimento por seu tio ou deixar algo em aberto para seu pai analisar os termos?

— Não tenho sentimentos por ninguém meu pai — cobriu sua mão com os dedos dele - nós somos ensinados a não se apegar a ninguém, não é mesmo?

BloodlineWhere stories live. Discover now