Capítulo 18

210 14 4
                                        


Era necessário.

Daemon não deixaria Rhaenyra partir em uma missão arriscada. Sua prioridade sempre foi ela e nada mais. Ele estava disposto a se sacrificar por ela. Um ato de amor, dando sua vida em troca da dela.

Um amor trágico. Não poderia ser diferente com ele.

Seu conselho para os Strongs foi muito específico: "Não se deixe levar pelas palavras dela". Sua doce sobrinha era boa em manipular uma situação a seu favor. Suas artimanhas eram ilimitadas.

Por um momento, ele imaginou como ela estaria nervosa, andando de um lado para o outro no quarto, tentando pensar em maneiras de escapar.

Os olhos dela igual a duas chamas violetas, o peito dela se agitava de irritação e estava pronta para cometer um ato violento. Ela era linda quando estava nervosa.

Como Daemon havia previsto, Viserys não estava no hospital principal. Aemond informou por mensagens deixando um código em cada palavra onde revelava a verdade.

— Meu garoto — disse Daemon sorrindo ao visualizar a mensagem. A essa altura, os Hightowers desconfiavam da lealdade de seu pupilo, mas ele sabia que Aemond escaparia com maestria. Ele não era sua maior preocupação.

Com a experiência adquirida por anos em missões e momentos delicados, Daemon sabia exatamente onde seu irmão estava escondido. O lugar era conhecido como O Castelo de Aegon. Ficava próximo de Dragonstone. Uma fortaleza impenetrável para homens comuns, mas felizmente não para ele.

As entradas secretas eram semelhantes às da fortaleza vermelha. Maegor foi realmente um patriarca neurótico e Daemon só podia agradecer.

Chegando ao local, ele contou oito seguranças nos portões. Eram rostos novos e desconhecidos. Seriam os mercenários da companhia dourada contratados pelos Hightower? Ou alinhados de outras famílias, prontos para derrubar a reivindicação de uma mulher comandar uma família poderosa.

Ele não saberia dizer.

O que se sabe, por hora, é que corpos precisam ser derrubados e ele era o melhor em fazer isso.

Suas armas estão carregadas e localizadas em pontos estratégicos na saída da propriedade. As facas em cada lado da perna, pistolas nos coldres da coxa, cintura e axilas. Os cabelos presos em um coque firme, a roupa preta feita sob medida a prova de balas.

Ele não sabia ao certo quantos homens estavam protegendo a ala interior. Invadir sozinho seria loucura, era demais até mesmo para ele. Chegando a essa conclusão, ele chamou a pessoa mais qualificada para ser seu anjo da guarda.

— Consigo contar vinte capangas na área interna — disse Rhaenys no ponto de comunicação — Você ficará desprotegido nas áreas do subsolo, mas se atrair a atenção no meio da área principal, consigo eliminar boa parte deles a distância.

Rhaenyra considerava Daemon o melhor sniper entre os Targaryen. Uma declaração que enchia seu ego, mas não era verdadeiro. Sua sobrinha nunca fez nenhuma missão com Rhaenys, ouvia apenas histórias de seus grandes feitos e personalidade feroz.

Daemon conhecia sua prima muito bem. Nenhum adversário estava ileso de sua mira, não importando a distância.

— Não importa o que aconteça, Meleys, não venha atrás de mim.

— Não sabia que estava tão ansioso para morrer— ela ri — Você tem duas meninas te esperando, meu querido. Não tem permissão para morrer.

— Elas estão em boas mãos.

— Syrax precisa de você. Pense nisso.

As palavras encorajadoras de Rhaenys pareciam sumir com sua voz longe dos pensamentos de Daemon.

BloodlineWhere stories live. Discover now