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  - Doente, filha? O que está sentindo? - meu pai perguntou vagamente preocupado.

  - Minha garganta dói e estou com muita dor no corpo. - fingi uma tosse. Ás vezes eu acho que devia ser atriz.

  - Você está ardendo em febre! - minha mãe exclamou ao ver o termômetro.

  - Acho que não posso ir a consulta com o doutor Urrea hoje.

  - Você vai, daí te levamos ao médico.

Não, mãe, você entendeu errado!!!

  - O quê? - quase gritei em desespero.

  - É praticamente caminho então podemos te levar ao médico assim que saírmos do consultório dele. Tudo bem?

  - Claro. - reclamei.

Depois de mais algumas horas tentando fazer minha mãe mudar de ideia e não ir á minha consulta, eu já estava entrando no consultório dele.

  - Por que não me atendeu? Eu estou desde a nossa última consulta sem notícias suas, Any. Isso foi na quarta! Faz ideia? O que aconteceu? - tentei encarar ele mas foi demais pra mim. Fechei os olhos e inclinei a cabeça, de forma que olhava pro teto. - Any, conversa comigo. - senti ele se sentar ao meu lado e neguei, sem ao menos abrir os olhos. - Sério mesmo que voltamos á isso? Até quando, Anabelle?

A forma como ele parecia indignado e cansado me fez perder o resto da calma que eu achei que tinha e me levantei já puta de raiva com ele.

  - Qual é o seu problema, Noah? Eu nunca fui atrás de você, quem insistiu nessa ideia maluca desde o começo foi você. Se não era verdade, por que disse? Por que fez parecer que sim? Hã? Isso dói, sabia? Eu acreditei em você, eu confiei. Você sabe coisas que ninguém mais sabe sobre mim e mesmo assim você me magoou.

  - O quê? Do que você está falando?

  - Eu estou dizendo pra você ir se foder, Noah Urrea.
(...)

- Como você está? - Sabina perguntou do outro lado do telefone.

- Ainda não sei. Mas brava por Noah não parar de ligar. Tive que bloquear ele senão não dormia.

- Acho que está errada. Deveria ouvir ele.

- Mas não vou. Já está tarde, Sabi. Acho que vou dormir.

- Tudo bem, sua teimosa. Até amanhã e vê se fica bem, ok?

- Eu sou forte, aguento um idiota. - brinquei e ela riu antes de desligar o celular.

Desci pra ir pegar um copo com água na cozinha e, na volta, ouvi minha mãe falar com alguém na porta.

  - Ela está em casa?

  - Sim, no quarto. Por quê?

  - Eu preciso muito falar com ela, senhora Soares.

  - Doutor Urrea, já está de madrugada. Aconteceu alguma coisa?

Merda. Ele não fez isso.

  - Me desculpe, por isso. - o moreno pediu antes de passar por ela e vir até mim, no final da sala. - Eu precisava vir. Não tenho dormido a noite sem saber o que fazer. Nem ao menos sei o que fiz pra merecer isso mas eu não aguento mais. Me desculpa por seja lá o que eu tenha feito. Pensei que talvez você precisasse de um lembrete de que eu te amo.

  - Você ficou louco? Os meus pais! - briguei com ele em um sussurro.

  - Eu sei mas era a única forma de você falar comigo. Eu estava em desespero. - acabei rindo. - Você me perdoa?

  - Não. Eu quero um beijo antes. - fiz graça e ele riu antes de juntar nossos lábios.

  - O que está acontecendo aqui? - minha mãe soou rude e Noah se posicionou ao meu lado.

  - Eu namoro a sua filha.

  - O quê?!

  - É... Eu estou namorando a Any.

  - Há quanto tempo? - nos entreolhamos e ambos pensamos na mesma coisa.

  - Acho que uns dois meses? - perguntei ao Noah.

  - Quase três, na verdade. - ele me respondeu e encarou minha mãe.

  - Três meses? Como pôde esconder isso de mim, Any Gabrielly?

  - Justamente pra evitar isso. Eu sabia que a senhora ia fazer escândalo.

  - E preferiu me esconder isso? Ficou louca de vez? Eu sou a sua mãe!

  - Me desculpa, está legal? Não queria.

  - Discutir, e ainda mais agora, não vai adiantar. - meu pai argumentou. - Por que não deixamos isso pra amanhã?

  - Tudo bem, mas não pense que eu esqueci mocinha. - minha mãe avisou e subiu as escadas com raiva, sendo seguida por meu pai.

  - Talvez eu devesse ter pensando um pouco mais antes de vir até aqui. - o moreno se virou pra mim.

  - Não, está tudo bem. Isso iria acontecer uma hora. Não podíamos evitar de qualquer forma. - dei de ombros. - Você vai ficar?

  - Eu posso? - fingi pensar.

  - Pode.

Subimos e Noah já foi se acomodando na minha cama. Me deitei ao lado dele e só depois de vários minutos desse jeito ele puxou assunto.

  - Por que estava com raiva?

  - Eu vi aquela morena linda no seu escritório.

  - E decidiu tomar as suas próprias conclusões antes de me perguntar?

  - Vocês estavam próximos demais, ela é muito linda, deve ter a mesma idade que você e ela...

  - Não é você. - ele puxou meu rosto pra ele. - Quantas vezes preciso dizer que eu amo você mesmo que revire os olhos sem dizer de volta? - revirei os olhos e ele riu. - Ai, viu? Desse jeito mesmo. Nós estávamos mesmo muito próximos e talvez até íntimos demais mas ela é apenas a chata da minha irmã.

  - O quê? - minha cara de tacho devia estar engraçada pelo sorriso dele. Senti eu ficar vermelha feito tomate na hora.

  - Any, eu nunca ficaria com outra estando contigo, entenda isso. Eu amo você.

  - O que eu sinto por você pode não ser amor ainda, Noah, mas é algo bem parecido.

Sorri e beijei ele.

Meu psicólogo - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora