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  - Any, Você está bem?

  - Sim. - respondi Sabina pela milésima vez enquanto mexia a comida da escola no prato, totalmente aleatória.

Dois dias depois e eu ainda martelava as palavras de Noah e Trisha na cabeça.

Dois dias depois e nem sinal do Noah.

Dois dias depois e isso só doía mais.

  - Não mente pra mim de novo.

  - Você acha que as pessoas costumam sempre fazer isso umas com as outras?

  - Hã?

  - Nada, nada, esquece. Não se preocupe comigo, saby. Eu vou ficar bem... Eu estou bem. - me levantei da mesa, deixando meu prato no devido lugar e fiz o trajeto até a minha sala.

  - Any Gabrielly, por favor, converse comigo.

  - Sabina, eu estou mesmo bem. Doeu, ainda dói mas eu vou me virar. Sofri sozinha por dois anos e não morri. Consigo superar um homem idiota.

  - Só não quero que se feche de novo. - ela me encarou com o olhar mais suplicante que eu havia visto. - Eu conheço você, talvez até melhor que você mesma, e sei que você é forte, nunca precisou de homem nenhum pra porra nenhuma. Eu sei que você supera. É capaz de ficar melhor antes dele mas eu também sei que você se fecha quando fica triste e é só isso o que eu não quero. Eu amo você e te quero bem.

Meus olhos se encheram d'agua. Desde tudo o que aconteceu comigo, eu me afastei bruscamente de saby. Por mais que voltamos a conversar, eu, de fato, nunca cheguei a retribuir o afeto direito, do jeito que fazia antes. Ter saby aqui, me apoiando, é a coisa mais importante pra mim.

Num gesto rápido, abracei a morena e apertei meus braços ao redor dela.

  - Obrigada. Eu também amo você.

  - Promete ficar mesmo bem?

  - Prometo. - funguei uma última vez e me soltei dela. Limpei as lágrimas e botei um sorriso no rosto. - Vamos parar de falar de coisas tristes. Como vai você e o Styles?

  - Estamos indo bem. Aquela ideia de tentar alguma coisa até que deu muito certo. - ela riu. - Harry é mesmo um amor e nem acredito que passei tanto tempo odiando ele por uma briguinha na quarta série. - ri junto dela. - Você não ficou magoada, não é? Por ele ser tipo o seu ex peguete?

  - Não, claro que não, saby. Fico feliz de ver vocês juntos, de verdade. Se você gosta dele, invista. Vai valer a pena.

  - Ai tomara! Amiga, te vejo na saída. Fica bem, tá? - ela me abraçou e seguiu o seu caminho.

Agora era a minha aula extra de inglês e eu não estava muito animada com isso. Louis, terrivelmente, me lembra o Noah.

O Tomlinson explicou a matéria e passou uns exercícios a respeito. Eu estava distraída pensando em um moreno filho da puta que me magoou.

  - Dispersa novamente, Any Gabrielly.

  - Ai, desculpa. Só não estou muito bem.

  - Quer dividir?

  - Com certeza não. Mas valeu... - ele concordou e passou a corrigir umas provas. - Louis. - chamei ele depois de um tempo.

  - Sim, Any Gabrielly?

  - Gostaria de, sei lá, tomar um sorvete mais tarde?

  - Chega a ser engraçado essa história do sorvete com a gente. - ele riu. - Mas é claro que sim.

(...)

  - Então, minha aluna favorita, por que não estava bem?

  - Não, nada demais. Relaxa.

  - Será que, se a senhorita Any Gabrielly não fosse fazer nada amanhã, gostaria de ir á um concerto comigo?

  - Concerto? De quem?

  - Conhece Arctic Monkeys?

  - Está zoando comigo? Há uns três anos eu só ouvia eles. Eles praticamente enfrentaram comigo todo o problema que sofria na pré adolescência.

  - Que bom. - ele sorriu. - Então, você vem? É claro, se N6 não se importar.

  - Eu vou. Não íamos fazer nada amanhã, de qualquer jeito. - dei de ombros.

Eu não preciso contar pra ele ainda, não é?

(...)

Tudo parecia bem demais. Eu estava num show perfeito, com a minha banda favorita tocando as minhas músicas favoritas e uma pessoa legal do meu lado. Era surreal. Eu, com um coração quebrado e estraçalhado em vários pedaços, estava conseguindo me divertir e esquecer dele por um tempo.

Eu não sei exatamente o porquê mas, quando vi, beijei Louis que logo tratou de responder.

  - Any, e o Noah? - ele perguntou ofegante e me encarava curioso.

  - Nós terminamos. - ele tentou esconder o sorriso mas foi quase impossível não notar a felicidade dele.
 
  - Então, sendo assim, azar o dele que perdão um mulherão desses.

Sorri, como não havia feito nos últimos dois dias, e juntei nossos lábios de novo.

Merda. Beijar o Louis é bom demais.

Meu psicólogo - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora