Any Gabrielly
— Noah? O que faz aqui?
— Bem, meu carro... Ele estragou na porta da sua casa e com essa chuva a essa hora da noite eu não vou conseguir ir embora então decidi ver se o dono da casa que meu carro escolheu pra estragar não era alguém legal. Acho que não me dei bem.
— Está me chamando de chata?
— Não, claro que não! Longe de mim. — ele disse no seu costumeiro tom de brincadeira e revirei os olhos.
— Entra vai. — abri a porta e deixei que entrasse.
— Sempre soube que por trás de toda essa armadura feita de aço há um coração que mesmo sendo de pedra ainda é um coração!
— O quê? — perguntei confusa mas acabei rindo.
— Só estou dizendo obrigado.
—Tudo bem, minha mãe me ensinou a ser legal com os necessitados e você, com certeza, é um agora.
— Pode assumir que foi o meu charme. — ele brincou, passando a mão pelos cabelos molhados.
— Com toda certeza você todo molhado e com a maior cara de tapado está me fazendo ficar loucamente apaixonada por você.
— Viu como você é mais legal quando entra nas minhas brincadeiras e é uma pessoa normal?
— Viu como você é legal quando não tenta ser meu médico em tempo integral?
— Desculpa.
— Tá. Vou pegar roupa pra você. Você precisa tomar um banho e tirar essa roupa molhada antes que molhe o chão da minha casa. — avisei subindo as escadas com ele vindo atrás de mim.
— Obrigado, Any. De verdade.
— Sem problemas. Só não dependa de mim de novo.
— Vou tentar me lembrar disso.
Entreguei á ele uma peça de roupa de Liam que, acreditem ou não, ainda tem aqui em casa. Ele tomou banho e desceu, me encontrando na sala.
— Até que não ficou tão ruim assim. — o zoei, já que meu irmão era claramente maior e mais forte que ele.
— Ridícula. Eu estou horrível nisso. Olha, cabem dois Noah's aqui dentro! — ele se sentou ao meu lado.
— Meu irmão também não era gordo!
— Eu não disse isso. Só que ele era maior que eu e eu estou ridículo nisso.
— Oh, depois que você chegou eu perdi o sono. Então eu vou assistir tv e você pode ficar aí reclamando ou ficar aí caladinho sem perturbar a minha paz. — avisei passando os canais e deixando em um filme que estava começando.
— Tudo bem, por mim. Que filme é esse?
— Não sei, mas começou agora então está tudo certo.
— É 'Simplesmente Acontece'. — encarei ele. — Nunca assistiu?
— Não, provavelmente não. É sobre o quê?
— Um romance. Dois melhores amigos que cresceram juntos e acabaram se apaixonando mas nunca conseguiriam admitir isso á si mesmos ou ao outro. No final, eles só reconheceram que eram o amor da vida um do outro doze anos após a faculdade.
— É, parece ser exatamente o tipo de filme que eu odeio, obrigada por avisar. — peguei o controle pra mudar mas ele tomou da minha mão.
— Não seja chata. Devia assistir. Vai que esse filme consegue amolecer seu coração.
— Mais é ridículo mesmo, Urrea. — rodei os olhos. — Tá, eu assisto. Mas só porque estou de bom humor hoje.
O filme já havia acabado e Noah já dormia feito morto no sofá. Apenas peguei cobertor e travesseiro pra ele e subi.
∞∞— Any Gabriely, por que tem um homem no meu sofá? — minha mãe gritava do outro lado da porta.
— Mãe, que gritaria é essa? — me levantei e abri a mesma.
— Você falou. — ela se mostrou surpresa por instantes mas logo voltou a sua expressão séria. — Quem é aquele?
— Sério que não reconheceu?
— Não reconheci quem?
— Bom dia, senhora Soares. — Noah apareceu atrás da minha mãe sorrindo, com o cabelo todo bagunçado e com a maior cara de sono.
Realmente lindo.
Espera, quê?
— Doutor Urrea? Olá. Mas o que faz aqui em casa em um domingo?
— Ah, eu precisei de ajuda ontem e sua filha me ajudou.
— Vocês transaram? — ela me encarou.
— Mãe!
— Não, senhora Soares, eu não transei com a sua filha. — Noah se segurava pra não rir, está estampado em sua cara.
— Bom, sendo assim, eu vou preparar o café. Se troquem e desçam.
Ela sorriu e desceu.
— Me desculpa por isso. — pedi e peguei as roupas do dia anterior de Noah já limpas e secas. — Toma. Secaram ontem á noite mas você já estava vestido e dormindo então...
— Obrigado. — ele pegou as roupas das minhas mãos e caminhou em direção ao banheiro mas parou na metade do caminho e me encarou. — Bom dia, Any.
— Bom dia,Noah.
Tomei o café em silêncio enquanto ouvia o assunto render entre os três. Meu pai, minha mãe e Noah. Juntei a louça na pia e fui pra sala, fazer exatamente nada, apenas pra não ficar sobrando na cozinha.
Estava tão distraída no meu celular que nem ao menos notei Noah ao meu lado até ele colocar a mão na tela, a fazendo sair do aplicativo em que eu estava.
— Ei! — reclamei.
— Só vim dizer tchau.
— Graças a Deus! Pensei que eles já iam te adotar como o mais novo integrante da família.
— Você sabe como ser implicante, Any Gabrielly.
— É, eu tento.
— Bom, então, eu vou embora. — ele se levantou.
— Eu te acompanho até a porta.
Caminhei junto com ele até a saída da minha casa.
— Você não vai precisar de ajuda com o carro?
— Seu pai já me indicou um mecânico aqui perto, consigo me virar. Mas obrigado, Any.
— Não é como se eu fosse ajudar, de qualquer forma. — ele riu.
— Por que não disse nada no café?
— Eu não falo com as pessoas... já te contei isso.
— Você fala comigo.
— Porque você é chato e eu preciso retrucar toda hora.
— Tudo bem então. — ele riu. — Vá, Any. Pergunte o que está tão curiosa em saber.
— O que te faz pensar que eu quero saber de alguma-- ele me encarou como se dissesse "só pergunta e não enrola" -— Tá. Eu só queria saber o que fazia por aqui ontem.
— Ah. Uma amiga minha se mudou, e agora aparentemente mora por aqui.
— Entendi. — respondi, e um incomodo estranho se fez presente dentro de mim. Não sei, um sentimento ruim. — Bom, então tchau.
— Até amanhã, Any.
— Até amanhã, Noah. — ele beijou a minha bochecha e eu voltei pra minha casa pensando em como meu psicólogo
dormiu na minha casa?
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Meu psicólogo - Adaptação Noany
FanficEle, um médico. Ela, uma garota com problemas. Ele, com uma vida perfeita. Ela, com uma vida complicada. Tudo o que ele quer é ajudá-la. Tudo o que ela quer é manter-lo longe. 🚨⚠️ ATENÇÃO ⚠️🚨 🚨⚠️ ADAPTAÇÃO AUTORIZADA PELA A AUTORA ⚠️🚨