Meu psicólogo - Adaptação Noany

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  - Vai me deixar dormir na sua casa?

  - Não precisa pedir pra dormir na minha casa mas você sabe que uma hora vai ter que encarar seus pais, certo?

  - Sim. - revirei os olhos.

Noah fez o trajeto de carro até a sua casa em silêncio. Entramos sem conversar e eu fui direto pro quarto dele.

  - Está com fome? - neguei. - Conversa comigo, amor. - ele pediu manhoso, fazendo graça enquanto contornava a minha cintura com os braços.

  - Está tudo bem. Podemos dormir? Já está tarde e eu preciso descansar.

  - Odeio quando muda de assunto. - resmungou. - Vamos sim, dona Soares. - beijei a bochecha dele e fui rumo ao guarda roupas dele, pegar uma blusa. - Olha a folga!

  - Não me enche, Urrea. - brinquei. Troquei de roupa no banheiro e me deitei na cama, de costas pra Noah. - Você acha que quando fiquei sem falar com as pessoas foi pra chamar atenção?

  - O quê? Any claro que não. A sua mãe disse isso? O que mais ela disse?

  - Não tem importância.

  - Olha pra mim. - me virei pra ele. - O motivo de você ter ficado sem falar foi o impacto do que aconteceu com você, seja lá o que tenha sido. O nosso cérebro segue um lei própria e pra ele o seu trauma foi um choque muito forte. Você não teria como impedir de qualquer forma, entendeu? - concordei. - Me conta o que ela te falou.

  - Ela disse que fiz drama, defendeu o Liam, me bateu, praticamente me chamou de puta. Por que, Noah? O que eu fiz pra ela? - algumas lágrimas começaram a descer e eu abracei ele.

  - Não é culpa sua. Alguns pais ficam desorientados quando os filhos passam por situações que eles não conseguem compreender.

  - Eu penso que estou tentando avanços mas aí chega a minha mãe e me mostra como estou errada.

  - Ei, isso não é verdade, você sabe. Uma vez até me deixou passar de beijos, lembra? - ele fez graça.

  - Aí, para, nem lembra.

  - Qual é? Foi emocionante pra mim. - ele riu.

Ele é exagerado mas não é como se tivesse rolado alguma coisa. Só tomamos banho juntos UMA vez.

  - Você é ridículo. - pontei língua e comecei a rir.

  - E aí está a Any que eu amo e conheço! Não ligue pro que ela disser, ok? - concordei.

  - N... Aquele seu amigo, Néil, Nil...

  - Niall. - me corrigiu rindo.

  - Isso, Niall.

  - Sim, o que tem ele?

  - Nós já o vimos antes? Tipo, quando saímos encontramos ele em algum lugar?

  - Não, não me lembro de apresentar vocês. Por quê?

  - Eu conheço ele de algum lugar e pensei que deveria ser de você. Ele trabalha com o quê?

  - Ele também é psicólogo, um dos melhores.

  - Psicólogo? - foi como se eu lembrasse na hora. - Doutor Horan?

  - É, ele mesmo. Como o conhece? - arqueou uma sobrancelha.

  - Calma, ciumento. Ele foi meu primeiro psicólogo. Ele está diferente, quase não o reconheci.

  - Niall foi seu médico? - concordei. - Não foi como eu não, né? - ri.

  - Não, idiota, você foi o único.

  - Bom mesmo senão eu mato um. - concordei ainda rindo e me deitei sobre o peito dele.

  - Posso te pedir uma coisa?

  - Até duas.

  - Iria ao baile da escola comigo?

  - O quê? Sério? - perguntou animado e eu concordei. - Seria um prazer te acompanhar, Any.