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  - Temos mesmo que fazer isso?

  - Sim, Any. Qual é? Eles vão te amar.

  - Nem você está muito confiante disso. É melhor voltarmos pra casa.

  - Ei, estamos em Fernando de Noronha. Se conhecer meus pais for tão horrível assim, simplesmente nos hospedamos num hotel e passamos o final de semana aproveitando esse lugar e a companhia um do outro. Pode ser?

  - Tá.

  - Também te amo.

Descemos do carro e Noah foi na minha frente, batendo na porta em seguida.

  - Vocês chegaram! - a mãe dele o puxou pra um abraço.

  - Oi mãe. - ele resmungou e se desvencilhou dela.

  - Então essa é a famosa Any Gabrielly? - ela me encarou com um sorriso amigável mas meio fingido ao mesmo tempo.

  - Sim. Esta é a Any. - ele passou os braços pelo meus ombros.

  - Prazer em conhecê-la querida. - me cumprimentou com um aperto de mãos. - Entrem, vem. Crianças, amor, o Noah está aqui!

  - Any Gabrielly, certo? Não aguentava mais de curiosidade. - a irmã de Noah, aquela mesma de quem suspeitei que fosse uma suposta amante dele meses atrás, me abraçou calorosamente. - Sou Donyia, infelizmente, irmã do meio.

  - Prazer conhecer você. - sorri.

  - Quase não acredito que esse daí arrumou uma namorada bonita. - um garoto bem parecido com o Noah, e claramente mais novo, disse. - Sou Eric, o caçula. - me cumprimentou.

  - Olá.

  - Bem vinda á família, querida. - o pai dele me abraçou.

  - Hã... Eu quero levar a Any á um lugar, já voltamos pro jantar, ok? - os pais de Noah assentiram e o moreno saiu me guiando pra fora da casa.

  - Pra onde você está me levando seu maluco?

  - Vou te mostrar uma coisa e o melhor é ficarmos longe da minha mãe.

  - Qual o seu problema com ela?

  - Eu não tenho problemas com a minha mãe.

  - E está mentindo pra mim. - suspirou e me encarou.

  - Foi uma coisa que aconteceu há muitos anos e eu não gosto de falar disso. Por favor.

  - Tá.

  - Chegamos, madame.

  - Um quarto?  - encarei ele. Era um pequeno cômodo que tinha do lado de fora da casa, perto do jardim.

  - Abre a porta, por favor. - suspirei e rodei a maçaneta, me deparando com muitos e enormes quadros.

  - Meu Deus! Isso é lindo, Noah. Muito lindo. - adentrei o lugar e passei a analisar os desenhos. - Você devia expôr isso, é maravilhoso. - encarei.

  - Obrigado. - sorriu.

  - Não sabia que era tão talentoso nem que gostava tanto assim.

  - Ah, é uma paixão que tenho desde criança. Meus amigos jogavam bola e eu pintava.

  - Está vendo? Esse é estereótipo de uma adolescente que gosta de estudar, não um que dá trabalho.

  - Você nunca vai acreditar que eu já fui rebelde, né? - neguei rindo e passei o braço pelo seu pescoço.

  - Você é muito certinho pra ter sido rebelde.

  - Sou é? Eu poderia já ter feito muita merda na minha vida.

  - Não acredito nisso também.

  - Eu poderia saber usar uma arma.

  - Nisso muito menos.

  - Você duvida da minha capacidade!

  - Claro que não. Eu só te vejo como um nenêm.

  - Nenêm? Você é o meu nenêm. Pare de me clonar.

  - Está bem, senhor. - ri e  beijei ele. Noah me sentou na pequena mesa em frente aos quadros e eu ri quando escutamos o barulho de alguma coisa caindo. - Que fogo.

  - Efeito Any Gabrielly, já viu?

  - Estou vendo. - juntei nossos lábios outra vez e já sentia Noah se animando. - Vai com calma, Urrea. Os seus estão quase ali do lado. - ri mais ainda.

  - Que se dane os meus pais. - dito isso, ele beijou meu pescoço e tirou a minha blusa. Senti sua mão passear o meu corpo até chegar no meu short e me assustei ao ouvir um grito.

  - NOAH, ANY, VENHAM JANTAR.

  - Ah pra merda. - Noah resmungou e não consegui controlar a risada alta.

  - Filho?

  - JÁ ESTAMOS INDO, MÃE. Essa é empatada foda, puta merda. - meus risos só aumentaram.

  - Tudo bem, estressadinho. Vamos antes que ela volte.

(...)

O jantar se passou em conversar onde pudemos nos conhecer melhor. A mãe de Noah fazia questão de comentar a respeito de Chloe, o que me fez pensar que ela gostava muito da ex do Noah e isso me deixa em desvantagem.

  - Boa noite, família. - Noah se despediu e subimos.

  - Nem consigo acreditar que esse é o seu quarto. - falei analisando os pôsteres pregados na parede, dando á elas um ar de badboy. Alguns desenhos, que presumo ser do moreno, estampados na mesma em diversos tons escuros. - Definitivamente não é o você que eu vejo.

  - Qual é, Any? Não me zoa dessa forma. Eu já disse que dava problemas quando adolescente.

  - É, você disse. Mas ainda não acredito. Você parece muito mais com um nerd chato e sem graça.

  - Queria ter alguma das várias advertências que eu tomei mas foram tantas e já faz tanto tempo que tive que jogar fora. Desculpa. - ele fez piada e eu ri.

Ele se sentou ao meu lado e ficamos em silêncio por muito tempo.

  - Sua mãe me odiou né?

  - Ela odeia todo mundo. - me encarou.

  - Não era pra ela me odiar. - fiz bico.

  - Meu pai amou você, Dony me disse mais de mil vezes o quanto te adorou e o meu irmão, bem, até ele todo perverso disse coisas agradáveis a seu respeito. A minha mãe não conta.

  - N... - me encarou. - Obrigada.

  - Pelo o quê? - sorriu.

  - Por tudo. Sabe, toda a paciência que você teve comigo, todo o cuidado. Ninguém nunca tentou por tanto tempo algo por mim e comigo. Ninguém nunca foi tão calmo e olha que eu conheço a Sabina. - rimos. - Eu não disse antes porque essa frase significa muito pras pessoas saírem dizendo como se fosse bom dia. Eu posso não dizer mas você sabe, não sabe? - fiz uma pausa e ele já estava sorrindo. Idiota. - Eu... Por muito tempo, tive medo de admitir pra mim mas depois de tudo, de tanto tempo, como eu não iria amar você? Se não fosse por você eu nem sei o que seria de mim. Então é, eu te amo, N.

  - Ela disse! Puta merda, caralho, puta que pariu. Any  Gabrielly finalmente disse oficialmente que me ama. Alguém grava?

  - Para de ser idiota. - pedi rindo e bati nele.

  - Só estou descontraindo o momento. Eu sei como pra você foi difícil dizer tudo isso, fazer tudo o que fizemos. Você não faz ideia de como eu estou feliz de te ouvir dizer. Sim, eu já sabia disso. Mas te ouvir dizer, meu amor, é a melhor coisa que eu poderia ouvir no mundo.

  - Você é um idiota, Urrea, mas eu ainda te amo.

  - E eu também te amo.

Meu psicólogo - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora