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 — Eu nem sei por que aceitei vir com você. — Sabina reclamou mais uma vez desde que entramos na casa.

  — Porque você é uma amiga muito boa, lembra?

  — Grr, você me irrita.

  — Vamos beber alguma coisa que isso passa. — a puxei até o bar.

 — Engraçado que é você quem quer beber e eu quem peço. — ela reclamou e pediu nossas bebidas.

  — Como você pode não gostar disso? Olha quantos garotos da nossa idade! Devia ser como uma adolescente normal e ir se divertir, sabi.

  — Claro, isso vindo da garota que não fala com ninguém além da melhor amiga, que poético.

  — Se eu falar com alguém por alguns minutos, você vai se divertir sem reclamar? — a encarei enquanto dava outro gole na minha bebida.

 — Fechado. Eu escolho quem.

  — Vá em frente.

Ele passou a analisar o lugar e eu já estava no meu terceiro copo, longe de estar bêbada.

  — Cas, se demorar mais eu vou atrás do Harry.

  — Esqueça o Harry. Você vai falar com aquele Deus Grego que acabou de entrar.

  — Onde, que eu não estou vendo?

  — Alí, any. — ela apontou pra entrada e quase não acreditei.

Ele usava uma jaqueta de couro preta, acompanhada de um visual totalmente diferente do que eu vi nos últimos dois dias.

Ele estava parecendo um cara normal!

  — Eu não vou falar com ele. — avisei e me virei pro bar novamente.

  — O quê? Por quê?

  — Só não quero. Talvez você estivesse certa e devêssemos ir embora, sab.

  — Ah não, any. Ele é lindo e eu sei que você consegue. E o nosso trato?

  — Eu não vou falar com ele.

  — Tá. — ela revirou os olhos. — Eu vou ao banheiro, já volto. Nada de ir atrás do Harry. — apenas concordei e ela saiu.

Terminei minha bebida e pedi outra.

  — Éric! O de sempre, por favor. — o cara que se sentou ao meu lado pediu e o barman me entregou o meu copo, antes de entregar o dele. Virei o meu. — Ei! Vai com calma. Isso pode te fazer mal nessa intensidade. — encarei ele e os seus olhos pularam em surpresa, tal como os meus. — Any Gabriely . — ele sorriu. — Que surpresa boa te encontrar aqui.

Apenas sorri forçado e comecei a andar, pra procurar Sabina. Agora até que ir embora não é uma ideia tão ruim assim.

 — Não me diga que voltamos á isso, Gabrielly. — ouvi a voz dele atrás de mim e revirei os olhos. — Você sabe que sempre te faço falar. — ele puxou meu braço e o encarei. — Oi. — ele sorriu, de novo. — O que perdeu por aqui?

  — A minha paciência depois de te ver sentado ao meu lado, agora com licença. — me soltei e voltei á andar mas ele me puxou pela cintura de novo. — Que saco!

  — Se me der uma resposta com uma pessoa normal, eu te deixo ir.

  — Você sabe como ser irritante.

  — Acho que minha convivência com você tem ajudado bastante nisso. — fechei a cara e ele riu. —  O que foi? Achou que só você sabia dar má resposta nas pessoas, cara Gabrielly?

  — Você pode me soltar?

  — Olha! Começou a tocar uma música, vamos dançar? — ele ignorou completamente o que eu disse.

  — Só me solta!

  — Dança comigo e eu deixo você ir.

  — Pra que isso?

  —Estou desvendando Any  Gabrielly.

  — Uma música, Urrea. —ele sorriu concordando e me levou até a pista.

  — Qual o problema? — ele perguntou.

  — Não sou do tipo que dança.

  — Eu te ajudo, Any.

Conforme Lauv tocava absurdamente alto, Urrea colocou as mãos na minha cintura e me trouxe pra perto dele, fazendo com que eu me movesse ao seu ritmo.

  — Você está indo bem, Any.

Encarei ele e acabei sorrindo ao ver o seu jeito tão descontraído.

  — Sabe que só agora eu percebi que não sei seu nome.

  — Parece que alguém está tentando ser legal. — ele me zoou e revirei os olhos. — É Noah.

   — But I'm still lost in the light and I don't know what night it is.

(Mas eu ainda estou perdido na luz, e eu não sei em que noite estamos.)

Comecei a cantar.

  — Então você canta?

  — Talvez. Você não?

  — Blurry bodies, but you're on my mind we let it go now I'm full of rum and regret. I go out just so I can reforget.

(Silhuetas estão embaçadas, mas você está em minha mente. Nós desistimos, agora estou cheio de rum e arrependimentos, eu saio e só assim posso esquecer de novo.)

Ele terminou o refrão e eu ri, terminando de cantar a música com ele.

— I go out, go out.  - terminamos a música e começamos a rir.

 — Nem sempre você é uma adolescente rebelde que só sabe encher o saco, Any.

  — Nem sempre você é um médico chato que acha que me conhece, Noah.

  — É, eu acho que não.

Ele sorriu e se aproximou. Me afastei na hora, colocando minha mão no peito dele pra manter distância.

  — Eu... Hã... Eu ... Eu acho que vou atrás da bina.

  — Sabina? Vai ser um prazer um dia conhecer a única pessoa que te conhece.

  — É, um dia, talvez. Tchau, Noah.

  — Tchau, Any. — ele beijou minha bochecha e eu saí andando.

  — Me conta agora como foi com aquele gato que eu vi. — Bina  abraçou meu pescoço e começou a tagarelar sobre o Noah. — Acabou falando com o Deus Grego. Viu? Eu disse que você conseguia. Agora desembucha. Quem era ele?

  — Meu psicólogo.

Meu psicólogo - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora