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|| Maya Guimarães ||

📍São Paulo, Morumbi, Quarta-feira, 15:00.

Nossas histórias. Todas elas são sensacionais. E nossas memórias inesquecíveis. Perdido nas suas curvas. Eu mataria por um beijo dela. Preciso vê-la antes do amanhecer.

Respiro fundo já sentindo o cansaço bater no meu corpo do dia corrido, hoje acordei as 05:30 pra conseguir colocar tudo que eu precisava aqui na sede em dia.

Tinha contabilidade pra revisar, modelos pra aprovar, tecidos pra conferir. Quando consegui finalmente terminar tudo, já se passava do meio dia.

Consegui encomendar almoço do restaurante que eu sou apaixonada de frutos do mar, e daqui alguns minutos eu entro em reunião pra revisar o projeto da próxima coleção.

Vou precisar ficar mais uns meses por aqui pra conferir o andamento da empresa, já que notei algumas irregularidades. Então pedi pra Paolo e Giovani voltarem pra tomar conta da de Madrid. Não confiaria em ninguém além do loiro pra isso.

Suspiro me espreguiçando na cadeira e estalando minhas costas, enquanto bebo um gole do café preto que minha secretária trouxe.

Observo de ponta da enorme mesa os designs trabalhando nos manequins, e me preparo pra entrar na primeira das três reuniões que tenho programadas pra hoje.

Antes que eu possa pensar em qualquer outra coisa vejo um entregador entrar no escritório com um buquê de rosas, chamando a atenção de todos e me fazendo encarar a cena confusa.

Ele caminha até minha secretária e pergunta alguma coisa, no mesmo instante vejo a Pietra me olhar e apontar pra onde estou.

Levanto imediatamente caminhando até os dois e cumprimento educadamente o entregador que me alcança as flores e se despede.

Vejo todos curiosos ao meu redor se obrigarem a voltar pra seus respectivos serviços e pego o cartão, abrindo o mesmo pra descobrir de onde essas belezinhas vieram.

Reconheço a letra do Daniel, sorrindo desacreditada dele lembrar que eu amo esses pequenos gestos. Leio o cartão rindo pela frase sem sentido e em seguida vejo meu celular vibrar com uma notificação.

Não nos vemos desde a manhã de sábado. Passamos a madrugada de sexta conversando sobre nosso passado, e foi tão bom, tão aconchegante. Estar com ele me traz uma sensação de paz e sossego.

Abro a mensagem do contato que ele salvou como "meu mal ❤️‍🔥", e reviro os olhos pelo apelido ridículo.

Leio com atenção o "na minha casa ou na sua?" rindo desacreditada da frase, e escrevo pra ele que se ele quiser me ver, vai ter que descer do próprio território porque tô muito cansada pra sair de casa.

Sem me perguntar onde fica, ele só manda um "me espera que as 20:00 tô colando minha luz". Sorrio toda boba como uma menina de quinze anos apaixonada pelo namoradinho da escola.

Suspiro percebendo que é exatamente quem eu voltei a ser, a menina obcecada pelo bad boy sem amigos e de poucos sorrisos. Daniel tem esse poder sobre mim, chega a ser ridículo.

Deixo as flores em um jarro com água, e caminho tranquilamente pra sala de reunião, me acomodando na cadeira na ponta da mesa e observando os designs que vão me ser apresentados em seguida.

Corações InterligadosOnde histórias criam vida. Descubra agora