|| Daniel Maldonado ||
📍São Paulo, Paraisopolis, Sexta-feira, 17:00.
Muda de beijo, de corpo, de cama. Mas o coração não muda quem ama. E quando acaba a balada. Adivinha quem é que tu chama. Sou eu. E todo mundo sabe que tu nunca me esqueceu.
Olho a foto que a desgraçadinha postou com a blusinha que mandei pra ela só de zoação, e meu dedo coça pra comentar um "verdade" pra frase "meu ex é meu maior fã", me fazendo rir baixo ao mesmo tempo em que viajo naquele corpo perfeito.
Sou assumido o maior fã dela mesmo, e isso não é segredo pra ninguém desde que a loira pisou nesse morro de novo. Os cochichos dos moradores antes eram de que eu não tinha coração, e agora mudaram pra que o que quer que seja que eu tenho no peito, só bate por ela.
Já ouvi um burburinho um dia inteiro só porque ela me fez rir na praça, e o pessoal se impressionou porque segundo eles, era uma cena rara.
Não tenho como negar o que tá escrito na minha cara quando ela tá perto, mas o que tem me tirado o sono, o sossego e a minha paz, é com certeza a distância que ela colocou entre nós depois do episódio daquela mina do baile.
A Maya sendo o poço de educação que sempre foi, nunca deixaria explícito ou seria grossa e indiferente comigo, mas qualquer evolução que estávamos tendo, morreu por terra depois daquilo.
Ela se mantém distante, foge de qualquer tensão que se cria entre nós, e me trata apenas como mais um dos seus amigos, e não como seu futuro marido, como todos sabemos que eu serei.
Qual é, passei tempo demais sem essa mulher na minha vida, e agora que ela voltou, não tem diabo nessa Terra que me impeça de apostar todas as minhas fichas e fazer isso entre nós dar certo.
Eu vi nos olhos dela quando nos encontramos que o que existe dentro do meu coração ainda existe no dela também, e vou lutar pelo que nos foi tirado anos atrás.
Solto a fumaça pro ar com esse pensamento rondando minha cabeça, e olho a data na minha tela de bloqueio percebendo que já faz mais de um mês e meio que minha vida voltou a ter cor, a ter luz, a minha luz, mas sou interrompido com um pequeno corpo se jogando sobre o meu no sofá, me fazendo rir baixo da maluquice da minha pretinha.
- Yasmin: Achei uma graça a blusinha da minha sogra viu bebezinho? - diz como não quer nada me fazendo erguer o olhar pra ela que ri irônica revirando os olhos em seguida - SUPEEEEER discreto da sua parte - deixo um riso baixo escapar e ela suspira se recostando agora no sofá e me olhando tensa.
- Maldonado: desembucha Yasmin, tá toda esquisita ai, qual o papo que tu tá com medo de me dar? - pergunto já engolindo o nó que se forma na minha garganta.
Toda vez que essa pequena criatura fica desse jeito é uma bomba pro meu coração, a primeira foi quando ela menstruou pela primeira vez, em seguida seu primeiro beijo, quando perdeu sua virgindade, e por último, e acredito que mesmo com a importância dos outros o pior dos meus tombos, o noivado com o bendito mauricinho.
- Yasmin: que merda, eu nunca consigo te enrolar - murmura baixinho cruzando os braços emburrada e eu dou dois tapinhas na minha própria perna chamando ela que vem pro meu colo toda manhosa.
- Maldonado: pequena criatura, eu te ensinei tudo que tu sabe nessa vida, acha mesmo que eu não conheço todos teus trejeitos? - pergunto irônico fazendo ela rir baixinho - conta pro teu velho o que foi dessa vez, mas ó, já te prepara pra chamar um dos moleques se eu cair morto, a última vez já foi teste suficiente pro meu coração - digo de forma dramática fazendo ela gargalhar e meu coração suavizar o desconforto de ver ela nervosa.
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Corações Interligados
Romance📍São Paulo, Paraisópolis | Madrid. Maya e Daniel se conheceram no auge da adolescência, hormônios a flor da pele, emoções alteradas, foi inevitável não se apaixonar a primeira vista, ao primeiro toque, beijo. Mas como estamos na vida real e não em...