Família

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"Uma família não precisa ser perfeita, só precisa ser unida."



"

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MASON MUSSOLINI

∆ Madrid estava silenciosa, o que não surpreendia já que a noite daquele domingo se aproximava, com ventos sutilmente gélidos. O inverno estava anunciando que estava a caminho. Nem mesmo a vista ampla e calma da cidade, foi o suficiente para fazer com que minha mente barulhenta se aquietasse. A taça que antes cheia, e naquele momento se encontrava na metade, escorreu da minha mão suada e trêmula causando uma pequena bagunça.

Suspirei frustado.

O celular em meu bolso vibrou pela quarta vez em um curto espaço de tempo, mas não me dei ao trabalho de atender. E então na quinta, desliguei o aparelho e o deixei em cima da poltrona que ficava na sacada do meu apartamento. Adentrei o quarto e caminhei diretamente para a cama, onde me sentei na beirada, passei as mãos pelo rosto em uma tentativa falha de me acalmar ou pelo menos não parecer tão aflito, em vão. Em cima do criado mudo, um porta retrato, onde eu e Mika estávamos. Me lembrava bem daquele dia, tínhamos acabado de completar dez anos e Bertha quem havia tirado a foto e ela mesmo quem revelou duas cópias e nos deu de presente.

Suspirei atordoado, pois a única coisa em que eu conseguia pensar, era que Mika era a minha família, era quem eu mais amava no mundo, ainda que pareça cruel, eu tinha muita mais afinidade e cumplicidade com Mika do que com Kate, talvez por sermos gêmeos, talvez por tudo que passamos juntos, não sabia explicar.

Mika só...era o que eu tinha.

Porém, a mágoa de ter sido enganado, praticamente traído por quem eu mais confiava estava me corroendo. Não era como se fosse fácil ignorar o fato de que uma pessoa que você acreditou estar morta, por anos, estava viva e pior, todos pareciam saber, até sua irmã que era aparentemente sua confidente, e não contou nada. Mika me deixou acreditar em tamanha mentira, me fez de idiota e aquilo era totalmente frustrante.

Me deito na cama a encarar o teto, logo penso em Judy, e na paz que ela parecia me trazer, quando não estava me tirando do sério, claro. Penso em ligar para ela, para me fazer companhia, mas desisto. Eu não estava no meu melhor humor, e provavelmente descontaria tudo nela.

Despejar toda a sujeira sobre mim e minha família em cima dela no dia anterior já foi o suficiente.

Agoniado e com a cabeça explodindo, fecho meus olhos mas não percebo, quando finalmente fui vencido pelo sono.

[...]

Sabe quando o seu sono se torna leve? E você mal sabe definir se está acordado ou dormindo, talvez esteja um pouco dos dois. E, aquela estranha sensação de estar sendo observado.

Mas não se tratava apenas de uma sensação. Havia alguém ali.

Abri meus olhos e ainda que com dificuldade, eles focaram na pessoa parada bem na ponta da cama. Pensei em ignorar e voltar a dormir, ao menos fingir, mas não consegui. Parte de mim estava curioso em saber se ela me contaria algo, se pediria desculpas, ou até mesmo que merda fazia ali depois de eu ignorar todas as suas ligações e mensagens.

*Finalizada* RESISTÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora