BEM VINDO AOS SERPENTES

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Mesmo a melhor das cobras, ainda é uma cobra.







MASON MUSSOLINI






∆ A bolsa em meus ombros pesava, o que estava causando uma certa ardência no local, mas ainda estava um pouco distante do meu destino, portanto, não tinha outro jeito a não ser carregá-la, até um ponto de táxi ou ônibus e o grande problema, é que eu não encontrava nenhum. Não tão fácil assim.

De frente a catedral eu faço uma prece. Nunca fui muito religioso, acreditava em Deus, mas não do tipo que fazia orações o tempo todo ou ia a igreja, mas naquele momento eu quis muito que Judy me entendesse e me perdoasse, pois não suportaria perdê-la, não quando descobri que a amava. Todavia, eu não podia colocá-la em risco, não podia tirar ela de Madrid, da segurança do St Clarin para trazê-la para Sevilha. E tinha absoluta certeza, que se eu tivesse falado que estava indo embora por um tempo que eu ainda não sabia a duração, ela não entenderia. Eu não entenderia se tivesse no lugar dela.

Por isso decidi não contar nada.

Fazer silêncio com ela doía, mas era melhor do que envolver ela na bagunça, na grande bagunça dos Mussolini.

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∆ Quando cheguei no endereço que Mika havia me enviado, estranhei. Não era uma casa ou algo do tipo, estava mais para uma espécie de galpão e haviam alguns homens na entrada, que logo liberaram o caminho para mim. Pareciam me esperar.

Caminhei por um corredor escuro, até chegar em uma porta dupla, velha e enfurrajada, porém de fácil acesso. Empurrei, e quando ela se abriu, revelou uma grande quantidade de pessoas, dentre elas, a minha família. Quando me notaram ali, muitos pareciam surpresos, exceto meu pai que possuía um grande sorriso estampado nos lábios.

"Filho, eu sabia que viria."- disse e se levantou caminhando em minha direção. Próximo o suficiente, tocou minha meu ombro e me puxou para um abraço. - "Sabia que não abandonaria sua família."

Fiquei em silêncio, não tinha o que falar. Não sabia se estava fazendo aquilo de fato por ele, ou pela família. Talvez estivesse fazendo por mim, ou pelo meu avô, eu já nem sabia mais. Tio Kaleb também sorria de orelha a orelha e veio me abraçar, porém eu esquivei. Ainda estava chateado com ele e não sabia quando conseguiria o perdoar.
Sem graça, ele se afastou mas ainda continuou me encarando com certa adoração. Zach, me olhava sério, parecia quase com raiva, irritado e ao lado dele havia uma garota que eu nunca havia visto antes, não era parente minha. Sua pele era muito branca, e os cabelos muito lisos e negros, o corpo era coberto por tatuagens.

Percebendo que eu a analisava, ela sorriu amigavelmente, sem jeito apenas desviei o olhar para a minha mãe, que me encarava também sorridente. Sério que eles estavam tão felizes assim com a minha presença? Por quê significava tanto?

"Olha Mason, por um instante eu realmente achei que você não fosse vir por causa daquela garota." - minha mãe comentou com certo sarcasmo.- "Mas que bom que fez a escolha certa."

"Aquela garota, é a minha namorada." - disse sério e recebi um olhar curioso da garota tatuada.

"Sua namorada?" - ela riu.- "Achei que era uma diversão."

"Nem eu acreditei quando você disse estar com ela..." -Zach sorriu esnobe.- "Ela tem uma boa bunda, mas daí assumir algo mais sério com uma garota daquela..."

Garota daquela? O que merda ele queria dizer com aquilo? Nem vi quando já estava de frente para ele agarrando seu colarinho. Ele começou a se debater e eu só pensava em matá-lo enforcado.

*Finalizada* RESISTÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora