SEGREDOS

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Toda mulher leva um sorriso no rosto e mil segredos no coração.

Clarice Lispector

MASON MUSSOLINI




OS DIAS em St Clarin estavam passando rápido demais, ou talvez fosse o turbilhão de coisas desagradáveis acontecendo ao mesmo tempo. Desde o dia que Judy me rejeitou, na mesma cama em que eu estava deitado naquela tarde encarando o teto, eu decidi não fazer mais nada a respeito. Afinal, era só a porra de uma mulher. Eu poderia ter a mulher que eu quisesse, mil vezes mais bonita e que ainda estivesse no mesmo nível que eu, em todas as áreas. Não ia mais gastar tempo e energia atrás de um rabo de saia, quem por sinal nem valia tanto assim.

Se ela queria jogar o joguinho do desinteresse, então iríamos jogar. Não que antes fôssemos amigos ou algo do tipo porque como não era novidade para ninguém, nós nunca nos demos bem, desde que nos vimos. Mas nossa interação passou a ser zero, nem mesmo para irritá-la eu a dirigia qualquer palavra, fingíamos que não nos conhecíamos e quando tínhamos que ficar no mesmo ambiente, sempre arrumávamos um jeito de não acontecer. Era mútuo, não queríamos nos encontrar, não queríamos interagir.

Só era uma droga, ter que ficar sonhando com a filha da puta por noites seguidas. Uma grande merda. Eu tentava me convencer a todo momento de que, era só a porra de uma atração, era só a porra de uma vontade ainda que insana de foder ela, era só sexo e isso eu tinha quando quisesse, era só estalar os dedos que noventa e cinco por cento das garotas da universidade, de todos os cursos, estavam na minha cama, porém, eu ainda insistia em pensar nela, eu ainda insistia em querer ela. Qual era a porra do meu problema?

Éramos muito diferentes de qualquer forma. Eu nunca havia rebaixado tanto a qualidade das garotas com quem ficava, e com certeza se dormisse com Judy, ela seria a pior em todos os quesitos. Então por quê raios eu fui me atrair por ela? Eu não conseguia entender o meu corpo, eu não conseguia achar explicação para o estado em que ficava toda vez que ela estava perto. Eu já havia visto centena de garotas muito mais bonitas e atraentes, garotas muito mais interessantes e não havia até então ficado da mesma forma.

Será que ela era algum tipo de bruxa?

— Oi meu amor, estou entrando... — disse fechando a porta. — Que bom que está sozinho, achei que Tobby estivesse por aqui.

— Oi Bea, não... ele está ocupando com um trabalho para ser entregue amanhã. — digo me sentando enquanto vejo a mesma caminhar até onde estava e sentar perto.

Ela se inclinou e o cheiro enjoativo do seu perfume me causou náuseas. O decote em sua blusa mostrava seus seios pequenos que outrora eu amava, mas não eram mais o meu tipo favorito. Seus olhos claros expressa luxúria, enquanto seus lábios pequenos e finos tocavam o meu, deixando um pequeno rastro de gloss de morango. Não senti nada. E puta que pariu, era para eu ter sentido!

— O que foi? Parece desanimado... — disse um pouco sem graça, de afastando. — tenho a impressão de que, você não queria ter reatado, então por quê reatou? — questionou cabisbaixa.

— Não... — balancei a cabeça suspirando fundo. — Não é isso Bea..., eu só... estou cheio de coisas da faculdade também e isso têm tomado meu tempo, e ainda tem o hóquei... e apesar de eu não ser mais capitão... ainda sou o vice...

— Você fala com uma certa raiva sobre isso. Aquela garota ter tomado o seu lugar feriu o seu ego não é? — ela diz acariciando meu ombro. — Bebê, você sabe que pode recuperar...

*Finalizada* RESISTÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora