NEGAÇÃO 👎

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Neste mundo, há apenas duas tragédias: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, e a outra a de os satisfazermos.

✓ Oscar Wilde


2° PARTE






MASON MUSSOLINI






Você reconhece a sensação de que os grandes barulhos a sua volta se reduzem a ruídos simplesmente porquê a sua mente se encontra perdida em alguma coisa? Não só perdida mas, fixada, presa. E você tem quase certeza de que se alguém te perguntou qualquer coisa, até mesmo o seu nome, a sua mente estaria em completo vazio, em branco e você não saberia responder, não porquê não sabe, mas porquê uma única coisa foi capaz de ocupar o seus pensamentos ao ponto de você não conseguir buscar no mais profundo do seu subconsciente alguma resposta.

Eu sabia que os garotos estavam conversando e dando risadas, enquanto assistiam a alguma besteira na tevê. Eram barulhentos. Mas nem todo o barulho que faziam era capaz de me fazer parar de pensar na sensação que era ter meus lábios nos de um certo alguém. As minhas passeando pelo seu corpo, aquele cheiro, aquele maldito cheiro que me deixava louco, insano e que não me fazia pensar direito. Era isso, quando Judy Ferraz estava por perto, eu me sentia incapaz de pensar, era como se tudo que eu sempre gostei, tudo que eu sempre defendi, tudo que eu sempre fui, sumisse do nada, e desse lugar a um outro Mason que eu não reconhecia. 

No início, eu a odiei porquê me atraí. Eu estava assustado, afinal, nunca me interessei por nenhuma mulher daquele tipo antes, é... negra e cheia de grandes curvas. Minhas namoradas e ficantes eram sempre magras e loiras, exceto por Beatrice que era naturalmente ruiva, mas ainda sim, eram todas iguais, o mesmo padrão. E eu estava confortável daquela forma, eu pensava que estava tudo perfeito até ser confrontado. Quando eu a vi chegando no dormitório de Mika, não era nada do que eu estava acostumado a ver por ali.

Não parecia feminina demais ou delicada demais, apesar de exalar uma certa presença. O shorts jeans curto, deixava a mostra sua coxas fartas, e eu me encontrei perdido, nunca havia visto uma mulher com aquele corpo, aquelas pernas, e quando ela se virou minimamente de lada para observar melhor o quarto, meu queixo caiu pois eu também não tinha visto ainda uma garota com uma bunda tão grande. O cabelo encaracolado e longo, os lábios grandes e carnudos e aqueles olhos tão pretos e intensos como jabuticabas que me encararam. Eu fiquei louco.

Claro que, eu não admitiria para mim mesmo e nem para ninguém que aquela preta me atraía. Por isso, achei mais fácil distribuir ódio gratuito para cima dela quando minha irmã a apresentou, pois na minha cabeça, ela me odiaria e não teria a menor chance de acontecer algo entre a gente. Errado, pois sim, a porra do ódio e dor amor estão em uma linha tênue.
Eu estava enlouquecendo pois cada vez que eu tentava irritá-la de alguma forma e conseguia, mais um desejo absurdo ia crescendo dentro de mim e não era como se eu pudesse controlar.

E sim, eu não só senti raiva como senti ódio ao ver o idiota do Paul flertando com ela. Óbvio que eu estava com ciúmes, mesmo sem ter o menor sentido nisso tudo. Nós não tínhamos nada e não íamos ter, era fato. Eu só estava curioso, como uma criança quando ganha um brinquedo novo mas logo depois de cansa. Minha vontade era apenas de saciar o meu desejo pois eu sabia que no fim seria igual a todas as outras vezes, ela seria igual a todas as outras, não haveria nada de especial. Eu só estava animado com um "tipo diferente" de mulher que estava na área.

Eu só não sabia como fui me atrair por ela. Justo por ela que era completamente o oposto de mim em todos os sentidos. E eu tentei, juro que tentei ignorar a tensão sexual que era gritante quando estávamos perto, juro que tentei ficar o mais longe dos lábios dela, mas não consegui, se eu vacilasse um pouquinho, eu já queria foder com o resto. Foder com ela e com a porra da minha vida.

*Finalizada* RESISTÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora