04 - Moreno.

1.6K 204 13
                                    

Senti uma dor no peito, um latejar sempre presente que apareceu no momento em que abri a porta pra dentro da minha casa. Cada respiração parecia uma luta.

Papai esteve aqui .

Dentro da minha casa.

O caos tomou conta de mim quando o ouvi entrar no prédio, o porteiro tinha avisado… tranquei e fiquei atrás da porta da frente, a ansiedade arranhando minhas entranhas enquanto ele subia quinze lances de escada.

Eu sussurrei para mim mesmo, torcendo minhas mangas em minhas mãos enquanto amaldiçoava o Sr. Thomas, mas não foi culpa dele, ele era apenas o porteiro, algum filho da puta humilde falou onde eu estava para Fugaku.

Eu só... não estava pronto.

Ainda não, eu nunca estaria pronto para vê-lo.

Sasuke? — A presença dele é pesada, quase sufocante, era tão nojenta e eu não estava de forma alguma preparado para a maneira como me sentiria quando finalmente visse seus olhos pessoalmente… Tão nojento!

Depois de horas batendo na porta, me gritando, ele foi embora.

[...]

MEUS BRAÇOS ESTAVAM COÇANDO HOJE, e eu sabia que não deveria coçá-los, mas oh meu Deus. Juro que havia formigas vivendo sob minha pele, rastejando ao longo das bordas internas de minhas cicatrizes. 

Meus antebraços estavam inchados e, a cada passagem de minhas unhas na pele, o inchaço só piorava.

Eu não pude evitar.

— Sasuke? — Olhei para Sakura, e nem mesmo sua carranca conseguiu me fazer parar de coçar. 

— Está ruim hoje.

— Você está sangrando.

Merda.

Pequenas gotas de sangue estavam espalhadas ao longo de meus antebraços, onde minhas unhas haviam rompido a pele. Eu não me importei muito, mas sabia que a visão a incomodava, então tirei meus braços do balcão e tentei escondê-los.

— Eu tenho feito tudo o que você disse. Eu prometo. — Falei, eu falei como fiz quando criança, pedindo perdão por aquele ato onde eu fui a vítima.

— Eu sei, Sas. — Seus olhos se fecharam, e eu observei seu peito subir e descer sob seu top. — Você está indo bem. Acho que você está apenas tendo um surto. Deixe-me ver.

Apoiei um braço em seu balcão e não pude deixar de cerrar os dentes quando ela o pegou. Minha mão se contraiu com a necessidade de coçar, mas prendi a respiração e deixei que ela olhasse para minhas cicatrizes.

Suas unhas eram afiadas, mas seu toque, como sempre, era suave quando ela traçou cada uma delas, estudando o tecido levantado. Seu maxilar endureceu quanto mais ela olhou, e eu sabia pela rigidez em seus ombros que ela estava ficando com raiva… Não era atoa, afinal Fugaku me achou novamente, ela o odiava tanto quanto eu o odiava.

Ela sempre ficava com raiva quando olhava para os meus braços, todas aquelas cicatrizes causadas pelo abuso.

— Como estão suas panturrilhas? 

My Omega By Rent - NaruSasuOnde histórias criam vida. Descubra agora