Mônaco- Dezembro de 2020
O final de ano tinha chegado e com ele as festas de final de ano o que me leva a está tarde da noite na véspera da véspera de natal nas ruas de Monaco em busca de presente de natal com o George que reclamava igual um velho.
-Eu estou cansado Lia - ele reclamou mais um vez - Vamos embora.
-Ainda falta o presente de Charles - fiz bico para ele que negou com a cabeça.
-Eu faço um laço em você - ele falou e eu franzina testa - Será um ótimo presente para ele.
Revirei os olhos e continuei andando na frente e ele caminhou andando atrás de mim quando eu parei na frente de uma loja vendo uma pulseira que seria o presente ideal para Charles.
- Temos todos os presentes agora - George falou enquanto saimos da loja com todos os presentes comprados
-Temos pernudo - ele me olhou com a cara feia e eu gargalhei. - Agora vamos procurar algo para comer.
-Agora você falou a minha língua - ele falou andando de costas e olhando para mim e foi nesse exato momento que eu congelei.
Atrás de George estava o mesmo homem que eu vi nas entradas dos circuitos e no terno preto que ele vestia estava bordado o brasão da família Donatella, antes que eu pudesse gritar o homem agarrou George e fez com que ele desmaiasse.
-Seu pai quer falar com você - o homem falou e eu engoli em seco. - Vai me acompanhar por bem ou preciso fazer algo com esse seu amiguinho ?
-Eu vou com você - falei olhando seria para ele - Mas deixa ele aqui por favor.
O homem me olhou de cima a baixo e concordou com a cabeça, ele soltou George dentro do carro dele e me puxou pelo braço para o carro preto parado logo à frente. Entrei no carro e ele partiu em uma direção que eu nem sequer sabia.
-Eu disse que íamos voltar a passar o natal juntos filha - Matheo saiu da escuridão assim que o homem me jogou dentro de um galpão.
-O que você quer de mim ? - falei seria vendo novamente o rosto dele depois de anos.
-Quero reunir meus filhos de novo - ele falou e eu franzi a testa confusa.
Mas logo a confusão se tornou maior quando uma sobra saiu de trás dele e eu vi um rosto que eu achei que nunca mais veria.
-Você está morto - falei vendo o rosto de Lucas e não acreditando no que estava vendo - Como ?
-O sangue sempre fala mais alto Lia - Matheo falou e eu neguei com a cabeça.
-Eu chorei pela sua morte - falei começando a chorar - Eu sofri meses com a sua falta.
-Lia... - ele se aproximou de mim e eu caminheiro para trás.
-Não encosta em mim - enxuguei algumas lágrima - Eu não acredito que você fez isso.
-Ele descobriu que o maior inimigo de um homem é ter sentimento - Matheo falou e eu olhei para ele com ódio. - e você logo descobrirá isso também filha.
-Vou perguntar de novo - encarei ele - O que você quer de mim.
-Quero meus filhos ao meu lado - Matheo falou simples - Quero vocês herdando meu império.
-Eu não vou para lugar nenhum com você - falei olhando para Lucas que me olhava com um olhar perdido.
-Agora vem a lição de que sentimentos são seus pontos fracos - Matheo falou e um dos seus homens me entregou um envelope.
Abri o envelope revelando fotos de todos que andavam comigo e eu fechei meus olhos não acreditando que ele iria me manipular, eu odiava esse homem com o ódio mais profundo que eu tinha.
-Você tem duas opções Lia - ele falou e eu olhei novamente para ele - Ou vem comigo e mantém seus amigos a salvo ou fica com eles e vê talvez um carrinho desses perder o freio durante a corrida.
-Você é um monstro - neguei com a cabeça voltando a chorar.
-Qual a sua decisão pequena Lia ? - ele perguntou e eu olhei novamente para as fotos em minhas mãos.
Eu tinha criado uma família com eles, eu tinha pessoas que me amavam e apoiavam e eu amava e apoiava eles. Mas eu não tinha o direito de botar a vida deles em risco por minha causa, eu tinha que enfrentar o nome sujo que eu carregava.
Entrei no jatinho que esperava no aeroporto e olhei pela janela vendo o aeroporto de Nice iluminado de luzes de natal, olhei no celular a hora e já se aproximava da meia noite do dia 24 de dezembro e vi as inúmeras mensagens chegando, eu havia deixado uma carta para cada um me despedindo mas eles só encontrariam quando eu estivesse longe.
Vi a foto com Charles no papel de parede do meu celular e sorri lembrando do momento que foi tirada e em um impulso eu estava escutando a voz dele do outro lado da linha.
-Lia - ele falou meu nome e eu respirei fundo para não chorar - Está tudo bem ?
- Estou, sim. Só.. - suspirei alto. - Queria me despedir.
-Despedir ? - ele falou e eu fechei os olhos - Está todo mundo atrás de você.
-Eu preciso ir embora Char - falei já sentido as lágrimas descerem - Eu sinto muito por ter me aproximado de você e agora está indo embora.
- Lia... - ele tentou falar mais eu logo interrompi.
-Eu só quero que você saiba que eu não trocaria nossos dias por nada. - enxuguei as lágrimas no rosto - Eu não me arrependo de nada do que vivemos. Não se arrependa também, por favor.
-Você foi... a melhor coisa que aconteceu comigo. - algumas lágrimas molharam meu rosto novamente - Não se arrependa do que a gente viveu.
-Não vou - ele falou e eu suspirei alto - Nunca.
Encaro a janela do avião novamente vendo mais uma vez o lugar que eu fui tão feliz e pisco várias vezes para conter lágrimas que nunca achei que choraria.
- Seja feliz, Charles - falei sentido inevitavelmente uma lágrima escorrer pelo meu rosto e a desliguei a ligação.
-O amor nós torna fracos - olhei para a poltrona da frente vendo Matheo sentar - Por isso que está chorando agora.
Neguei com a cabeça e levantei indo para outra poltrona, eu não conseguia ao menos ficar ao lado daquele homem sem querer matá-lo.
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DRIVE
FanfictionA perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais... Quando se perde muito, as pequenas coisas se tornam essenciais.