DRIVE

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Mônaco - Julho de 2022

-Ou devo dizer meio irmão ? - berrei mais alto ainda.

-O que você pensa que está fazendo? - Lucas disse em tom ameaçador, entre dentes e eu abri a boca fingindo uma surpresa, mas logo depois cai em uma gargalhada falsa e assustadora.

-Acabando com essa merda de família. - o fitei nos olhos e Lucas engoliu em seco. - Família essa que nunca existiu, era tudo uma fachada para o mundo.

Olhei de relance os meninos entrarem pela imensa porta de madeira e eu continuei a olhar para Lucas que me encarava com ódio.

-Fala na minha cara que você queria me ver longe para herdar a herança - gritei em frente ao rosto dele. - FALA

-Me conta também dos seu planinhos e me diz o porque da chantagem para eu voltar - Ele me olhou de um modo que eu nunca tinha visto em vida. - Você é um doente, Lucas.

Não demorou dois segundos para ele vir em cima de mim e segurar meu pescoço e partir daquele momento, todos se exaltaram e foram para cima dos dois.

-Eu vou te matar sua vagabunda - ele me segurou a pelo cabelo e senti as pessoas o puxando pelo braço - Você não saíra viva daqui, maldita.

-Se morta ou não, morrerei com a alma lavada. - eu me debatia enquanto gritava. - seu doente.

Quando tiraram Lucas de cima de mim eu comecei a tossir e ele segurado por Max e Victor me olhou com mais ódio ainda nos olhos.

-Eu queria te ver morta Liazinha - ele falou me olhando - Mas você dificulta demais os meus planos.

-Eu só precisava de você aqui para modificar o testamento e depois eu me livraria de você - ele sorriu sínico - Mas você veio com um Leclerczinho na barriga e eu tive que agir.

-Você... - falei sentido meu olhos encherem de lágrimas - Você fez eu perder meu filho.

-Um remédio em um copo de suco faz tanto estrago - ele começou a rir - Não podia arriscar ter um novo herdeiro.

Ao ouvir aquilo eu perdi completamente a noção e com toda a força que eu tinha, agarrei a primeira coisa que vi na frente e parti em direção a Lucas acertando com força na cabeça dele e logo após no olho.

George e Charles me seguraram me afastando de Lucas enquanto eu gritava um monte de coisas para ele.

-Você será preso seu animal! - eu gritava completamente vermelha e sem ar. - Vai morrer na cadeia verme maldito!

Charles gritava comigo mandando eu parar de brigar e ir embora com ele. Quando eu vi o exato momento que Lucas puxou a arma da cintura e apontou na minha direção e como se tudo passasse em câmera lenta eu recebi o tiro no meu abdômen e logo depois a polícia entrou carregando ele descontrolado para fora da casa.

Cai no chão com as mãos na barriga e Charles caiu junto comigo. O sangue começou a subir pela minha garganta e eu me engasguei um pouco cuspindo ele.

-Alguém chama uma ambulância - Charles gritou deitado ao meu lado - Lia por favor.

Victor me pegou no colo rapidamente e me fez gritar de dor, mas isso não o parou ele correu em direção ao carro e Max já estava no banco do motorista. Ele me colocou no banco trânsito e sentou ao meu lado precisando o ferimento, vi Charles entrar no banco do passageiro e gritar para Daniel e George seguirem o carro e com isso eu apaguei.

[...]

Mônaco - Julho de 2022

Dentro do hospital na sala de espera, o clima estava péssimo, todos esperávamos notícias de Lia. Anne conversava com Daniel sobre tudo que havia acontecido e ao saber que era tudo obra de Victor, levantou da cadeira e foi até ele o abraçando carinhosamente.

As horas continuavam a se passar lentamente e às vezes, vinha uma ou outra notícia, que Lia estava passando por um exame, outra hora tomando medicação. Era já madrugada todos continuavam esperando para ver Lia, saber como ela estava, ou qualquer coisa que dissesse que estava tudo ok com ela.

-Lia Martinelli ? - o senhor de pouco mais de um metro e sessenta entrou na sala e ganhou a atenção de todos. Olhou para sua prancheta e logo depois para os rostos conhecidos. - A paciente está agora fazendo uma ultrassonografia de emergência. A bala está alocada em um órgão importante e será necessário uma cirurgia.

Todos nós fechamos os olhos, sabendo que aquilo não era nada bom. Anne e Kika naquele exato momento começaram a chorar e tudo o que o médico dizia, era o que de pior poderia acontecer.

Fiquei parado ali não sabendo porque minhas pernas não obedeciam meus comandos. Era coisa demais passando em minha cabeça. Primeiramente Lia me deixando e com isso todas as ligações recusadas dela. Seguida da volta dela e de toda a confusão que envolve sua família.

-Vou dar uma saída- eu falei alto e todos o olharam. - Querem vir comigo?

Falei olhando para Victor e Daniel e os dois me olharam concordando é assim que o carro parou bem em frente da delegacia os dois arregalaram os olhos, entendendo por fim o que eu estava planejando.

Entrei para a delegacia e caminhei até a sala do delegando onde estava Lucas com um advogado e o delegado tomando seu depoimento. Todos me olharam confusos e eu me aproximei de Lucas.

-Se não se importa, eu tenho alguns assuntos pendentes e tenho que resolver eles hoje mesmo. - falei para o delegado e depois olhei para Lucas que levantou cadeira.

Ergui a mão e soquei Lucas com toda a força que eu tinha. Ele cambaleou para trás, com a mão na boca e dois guardas entraram na sala me segurando.

-Por tudo que você fez com a Lia - falei com a cara fechada para Lucas. - E pelo meu filho.

Daniel e Victor estavam na porta da sala, boquiabertos. Olhei para o delegado que também estava assustado.

-Vou ligar para meu advogado antes de ir para a cela. - falei olhando para o delegado.

-Por favor Sr. Leclerc. - ele assentiu e os guardas me acompanharam para fora da sala.

-Isso vai ter volta. - Lucas cerrou os punhos e bateu com ele na mesa- Vou matar todos vocês.

Antes do meio-dia eu já estava solto, graças ao um bom advogado e as várias provas que incriminavam Lucas. Acabei dando meu depoimento para o processo contra Lucas e voltei para o hospital onde Lia estava, essa que ainda estava na UTI.