- 𝐒𝐡𝐮𝐣𝐢 𝐇𝐚𝐧𝐦𝐚

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𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒:
𝐆𝐚𝐭𝐢𝐥𝐡𝐨𝐬: relacionamento abusivo e agressão física.
𝐓𝐞𝐦𝐚: Onde você vive um relacionamento abusivo com Hanma.
𝐂𝐨𝐧𝐭𝐞𝐮́𝐝𝐨: Sensível.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐞𝐮́𝐝𝐨: Sensível

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Amor. Onde começa e termina o amor? Será na intimidade, na amizade, no desejo carnal ou no amor à primeira vista? É engraçado, pessoas disfarçam amor em dependência, obsessão, agressão e comportamento.

Hanma era com certeza o que eu chamava de obsessivo e agressivo, ele era restritivo comigo. Não tinha direito de sair, de ter amigos, de vestir o que eu quisesse. Ele me proíbe de sair, me pergunto como cheguei em uma dependência tão deplorável?

Meus amigos se afastaram de mim, minha família nunca ligou para meu bem estar, estou sozinha. Foi nesse momento que me senti sozinha que Hanma apareceu e coloriu todo o meu mundo. Ele era carinhoso, brincalhão, fofo, o melhor namorado e pessoa que já conheci em toda vida.

Eu não percebi em que momento ele mudou, quando ele começou a me bater por erros comuns, a me trair, a falar mal de mim e do meu corpo. Eu tentei melhorar, achei que o erro de tudo era culpa minha, tentei agradar e nada adiantava.

Hoje foi mais um desses dias que acordei para meu dia de merda. Hanma sequer estava em casa, provavelmente estaria com alguma prostituta. Eu andei até a cozinha para deixar a comida pronta e tudo organizado para quando ele chegasse.

Eu fazia questão de evitar que ele me batesse ou me fizesse de fantoche. Enquanto preparava um prato exclusivo para ele, escuto o click da maçaneta e a figura alta de Hanma adentrar, ele passa reto por mim e sobe para o banheiro. Ouço a água do chuveiro cair e continuo o que estou fazendo com a maior pressa do mundo.

Se ele terminasse o banho e não tivesse seu café da manhã na mesa, eu estaria fudida. Ajeitei tudo tão rápido que coloquei uma colher a mais de açúcar no café dele, não dava tempo de fazer outro. Eu rezei para que ele não me batesse, rezei por mim e para alguém que pudesse ouvir.

Ele desceu com roupas frescas, cabelos arrumados no topete costumeiro e um cheiro de cigarro insuportável vindo dele. Ele não me olha, não fala comigo, só se senta e começa a comer. Eu engulo seco quando ele cospe o café, é a primeira vez que ele olha para mim hoje.

— Você por acaso tá tentando me matar porra? – Ele bate agressivamente na mesa. — Essa porra tá puro açúcar. – Ele levanta e vem até mim rapidamente.

Enquanto eu me encolho, sua mão vem diretamente ao meu cabelo. Minha cabeça tomba para trás e meu couro cabeludo arde pela força adicionada, eu solto um resmungo de dor e seu aperto fica cada vez mais forte.

— Você é inútil, nada que você faz é bom, você é uma merda! Como pude sequer cogitar em dizer que te amei um dia? – Ele me joga no chão com toda força que tem e me chuta bem na barriga. — Ninguém iria querer alguém tão imprestável, você é muito sortuda por eu ainda continuar vivendo com você. – Eu me arrasto pela casa, tentando fugir daquilo. Ele me puxa novamente e lança minha cabeça contra a parede.

Lágrimas rolam por todo meu rosto, ele me puxa pelas pernas e distribui vários socos em mim, minha boca já possui um gosto metálico e minha visão começa a ficar turva. Ele me dá um último chute e eu desmaio.

Na escuridão da minha consciência eu peço para que alguém me salve, me tire dali ou até mesmo que Hanma morra da pior forma possível. Eu me afogo em uma imensa e aconchegante escuridão, é tudo tão tranquilo e calmo aqui, não tem sofrimento e nem agressão.

Infelizmente minha consciência fisga e eu acordo brevemente, eu vejo homens fardados e pessoas de branco correndo até mim. Eles gritam que estou acordada, mas eu não quero acordar, não quero mais viver.

— Por favor... Não. – Eu resmungo como uma súplica.

Me deixe aqui, me livre disso, não quero viver, não quero mais ser salva, quero descansar. Mas não adianta, eles me levam até a ambulância e dirigem rapidamente pelas ruas de Tokyo. Eu dou entrada na UTI, são vários hematomas e ossos quebrados e com luxações.

Os médicos me olham com tanta pena, não quero pena, quero morrer. Não tenho ninguém por mim, não tenho mais saúde para nada, não tenho nada e nem pra onde ir. Abrigo para mulheres existem sim, mas eu não quero causar problemas, tenho medo de Hanma me achar e me matar por tudo que fiz.

Foram longas semanas até me recuperar, passei todo esse tempo sozinha, descobri que agora tenho uma medida protetiva contra Hanma. Os médicos e enfermeiras que cuidaram de mim fizeram uma vaquinha para que eu pudesse me reerguer, fiquei emocionada com tal atitude.

Eu era uma completa estranha e mesmo assim se solidarizam por mim, recebi o dinheiro com o maior sorriso do mundo, o primeiro sorriso verdadeiro nos últimos tempos. Eu fiz planos para sair do Japão, e com o dinheiro arrecadado, eu comprei a passagem e fui.

Deixei tudo o que me fez mal para trás, vai ser difícil seguir em frente, mas viver em Tokyo não é mais uma opção. Viajei para Europa, foi difícil no começo, mas finalmente consegui um emprego.

Eu entrei na terapia e progredi bastante na questão dos meus traumas. Me relacionar com terceiros é difícil, mas tenho bons amigos por aqui. Com o tempo fui promovida no emprego, pedi férias e saí em viagem pelo mundo. O primeiro lugar foi o Brasil e todas as suas regiões.

Eu segui em frente, estou melhorando gradativamente e a vida parou de ser um grande nada e se tornou em algo melhor e menos doloroso. Aquilo que eu tinha com Hanma não era amor, era uma dependência e medo de ficar sozinha.

Amor não machuca e nem te destrói, ele te acolhe até com seus defeitos e imperfeições.

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Capítulo pesado hoje, até a próxima atualização. Xoxo💋.

𝙀𝘾𝙎𝙏𝘼𝙎𝙔 𝙄𝙉 𝘿𝙍𝙀𝘼𝙈𝙎, 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨.Onde histórias criam vida. Descubra agora