As paisagens de Los Angeles dançavam em volta do carro. Deixei o vento abafado e quente passar pelo meu rosto invés do ar condicionado, acho que tem me dado uma sensação de realidade.Conversamos apenas sobre bobagens durante a viagem, nunca aprofundando em nenhum dos assuntos tão importante e pendentes que precisávamos.
Acho que nós duas queríamos um pouco de superficialidade.
Mas agora, a vendo rir enquanto brinca com o botão de fechar a minha janela, penso que preciso decidir o que quero de nós duas.
Acho que ficou claro até aqui os meus sentimentos. Ela mais que ninguém sabe.
Hoje sei que são recíprocos.
Mas não consigo deixar a aposta para lá. Eu vejo em seus olhos que está fazendo de tudo para que eu consiga perdoa-lá por isso.
Eu mereço ficar com alguém que acho divertido brincar com sentimentos dos outros?
Eu mereço ficar com alguém que parta para a violência na primeira oportunidade?
Todos evoluem. Devo dar uma chance baseada nisso? Devo esperar que ela se torne alguém melhor?
As perguntas não paravam de rondar minha mente. Billie falava comigo, sua boca rosada se mexia freneticamente.
Quando estava falando de um assunto que gosta, sempre acelerava a fala, tentando encaixar tudo que queria em alguns minutos.
—...e eu sei! você deve estar se perguntando, mas como que você consegue deixar a embreagem no ponto? — continua, animada — porque estudos saíram comprovando que o uso excessivo do freio de mão é consi-
— Como que eu nunca te ouvi cantar?
A morena do meu lado trava, surpresa com a minha pergunta. Alguns segundos passam em silêncio até que consiga me responder.
— Hm, eu não sei...— diz, seu tom de voz bem diferente do assunto anterior — Você gostaria?
— Claro que sim — afirmo — Eu não sei nada sobre seu interesse por música...eu só sei que você canta porque ouvi a Dani comentar sobre uma vez.
Ela balança a cabeça, demostrando que entendeu.
— Não sei o que dizer...eu não falo sobre isso com quase ninguém.
— Por que? Você não quer fazer isso para o resto da vida? Trabalhar com isso?
— Quero — abre um sorriso lindo — talvez não consiga, mas quero muito!
— Bil, você tem os contatos...só precisa do talento — explico — Você acredita que tem potencial para conseguir?
Ela usa uma das mãos para ajeitar o cabelo, coisa que eu sabia que fazia quando estava nervosa, e suspira antes de me responder.
— Potencial talvez. Mas essa vida de fama...eu não tenho certeza.Balancei a cabeça concordando. Billie sempre foi muito realística em relação a si própria.
— Eu entendo, não parece ser fácil — afirmo — Você compõe?
Billie balança a cabeça, sorrindo. Me parecia um pouco incrédula de estar comentando essas coisas comigo enquanto eu tentava aprofundar mais ainda minhas perguntas. Não parecia mesmo acostumada com esse assunto.
— Um pouquinho — responde, envergonhada — Nada bom ainda, na real
— Duvido! — digo — Me mostra uma?
Ela tenta esconder seu rosto vermelho com o cabelo enquanto sorria, evitando que eu ficasse a encarando.
— Nem fodendo! — diz.
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college times // billie eilish
FanfictionRegra número um: não se apaixone pela garota hétero da sua faculdade.