Capítulo 2: A evolução

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Pessoal, está disponibilizado um link para o documento que contêm todas as referências de imagem e dados do universo, inclusive o mapa para que entendam melhor a história.

Boa leitura.

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Assim que se acalmou e aceitou a explicação de Bao, o mundo aos seus pés desabou e o Haru sequer conseguiu reagir. Teve de olhar no espelho para ver com seus próprios olhos a runa atrás de sua orelha que justificava como eles conseguiam se entender em uma conversa.Em seguida, olhou todos os livros sobre humanos que a curandeira havia deixado para o urso ler e se entender com o novo morador da casa.

Foram aproximadamente dois meses para que o humano tivesse a coragem de sair da casa e seus entornos para encarar a cidade de Furrys. Segundo o relato dos livros, o tempo parecia funcionar diferente na terra quanto ao envelhecimento, parecia correr mais rápido... Ou seja, na nação de Yeareich, nação soberana dos feudos daquela região, e em todo aquele mundo, os humanos envelheciam mais devagar, algo na composição do ar ajudava a conservar a saúde das células daquele corpo em uma proporção de que, a cada cinco anos passados no mundo dos Furrys, o humano envelheceria o equivalente a um ano terrestre. Isso explicava a melhora na saúde dos últimos humanos que chegaram naquela dimensão e a preservação visual e vital dos espécimes.

Naquele mundo era utilizado o calendário lunar, ou seja, o dia começava a contar ao pôr do sol e durante o ano, eram contadas 12 lunações, de 29 dias e 12 horas cada. Gerando, por fim, um ano de aproximadamente 354 ou 355 dias, ou seja, 12 meses e 11 dias a menos do que o calendário solar. Então, pela ausência de referência de datas entre um mundo e outro, Bao e Haru decidiram tornar o dia em que o coreano chegou naquele mundo sua data de aniversário, assim teria um dia para se lembrar de como foi parar naquele lugar e se dedicar exclusivamente para si mesmo.

Outra especificidade daquela realidade era que os animais, Furrys, eram principalmente mamíferos carnívoros e onívoros, sendo assim eles podiam fazer o consumo de carne e derivados provenientes de animais irracionais. Claro que algumas pessoas não concordavam e optaram por seguir um estilo de vida em que se alimentavam apenas de fontes vegetais, mas não era uma regra e todos se respeitavam quanto a isso, ou tentavam.

Existiam aproximadamente três feudos que estavam sob a liderança de Yeaerich, eles estavam espalhados pelos limites do continente e seguiam o mesmo padrão de troca que os feudos na Terra. Claro, Bao tinha sua residência dentro dos limites de um feudo, mas isso não era tão atrativo para Haru.

Principalmente depois de dois anos que havia chego aquele mundo e aprendido que suas criações ainda não eram tão disseminadas naquela realidade, ou seja, uma oportunidade imensa de negócios que não iria se limitar aos feudos. Por isso, com o apoio de Bao e alguns amigos que acabou fazendo durante aquele período, Park Haru construiu uma pequena padaria bem próxima de uma estrada onde passavam todos os tipos de pessoas e comerciantes. Todos com fome e com um faro excepcional para sentir o aroma de pães frescos a uma considerável distância.

Quem poderia prever que aquilo realmente funcionaria e daria tão certo! Pelo que parecia, os pães naquele mundo eram um pouco limitados, então, ao conseguir adaptar as receitas para os ingredientes similares daquele mundo, seus pães se tornaram uma parada quase obrigatória.

A padaria aos foi gerando favores e escambos até que o humano conseguiu contratar uma equipe para construir uma casa confortável para que pudesse morar ao invés de ficar em um puxadinho atrás da padaria. Como o ponto da padaria estava fora dos limites dos feudos, então não precisa se reportar a ninguém e ninguém tinha rivalidade com seu funcionamento... Todos gostavam de seus produtos e estavam disponíveis a ajudá-lo caso precisasse de algo, então isso aumentava a segurança do humano que negociava com todos os tipos de furrys, desde pessoas da realeza até os ladrões, tudo sem prejudicar nenhum dos lados.

Seguindo a lógica de negociar com todos, sem restrição, para obter conforto, o novo padeiro da região foi conseguindo tudo o que precisava para aprimorar seus serviços e aumentar seu conforto, principalmente de vestimentas, sapatos e itens para sua higiene pessoal. Pelos céus, como era difícil conseguir uma escova de dentes que funcionasse bem com o tamanho de sua boca e dentes...

Nunca sequer imaginou que ele poderia sentir tanta falta de algo tão simples quanto escova de dentes.

Outro item que fazia uma falta considerável eram os elásticos, caros demais para conseguir colocar em suas cuecas como na terra, então o humano precisou se adaptar a viver sem a peça íntima, o que não era de todo ruim, porque ele amava andar pelado em casa.

Ao fazer seis meses de abertura da padaria e construção da sua casa, ou seja três anos de sua chegada a Yearich, o humano começou a criar uma rotina de trabalho confortável e isso o deixava com tempo para descansar. Logo, tendo tempo livre, ele começou a ceder aos seus desejos que haviam sido negados desde que morava na terra, pois estava sempre trabalhando e não tinha tempo para romances...

O interesse em ceder aos diversos flertes e cantadas nada discretas que recebia dos viajantes que passavam por sua loja crescia assim como sua curiosidade. O humano queria experimentar como seria ir para cama com alguém com pelagem fofa e corpo tão firme quanto uma geladeira... Pela lua, ver aqueles homens e mulheres furrys vindo até si com sorrisos cafajestes era demais para o seu sedento coração...

Na terra Park Haru era o que conheciam como Bissexual, ou seja, a orientação sexual da pessoa não interferia em seu desejo por ela. O que descobriu ser o padrão normativo dessa realidade. Qual não foi a felicidade do de cabelos pretos quando ficou sabendo que héteros eram a minoria naquele continente!

Poderia aplicar o tradicional lema, caiu na rede é peixe, sem medo de ser julgado por isso.

Principalmente por ser de outro mundo, poderia ser mais libertino e dizer que era um costume na Terra, ninguém iria até lá para confirmar, certo? Certo, porém Park era um tanto quanto tímido, daquele tipo de pessoa que mais falava do que fazia na prática e como os Furrys tinham receio de estar machucando o humano, acabavam não passando dos beijos quentes.

Bom, isso durou até conhecer um lobo... Um lobo chamado Bastian Bennett, era um curandeiro que viajava entre os feudos para tratar das pessoas que precisassem por um valor mínimo que sustentava a sua sobrevivência. Na verdade o Bennett havia sido ensinado a não se prender aos pensamentos de posse, pois queria ajudar as pessoas ao redor daquele continente e para isso precisava ir até elas.

Bom, aquele curandeiro, com certeza chamou a atenção do humano, por isso o Park, ao perceber que já era noite e a loja estava vazia, logo propôs que, em troca dos pães que o viajante iria levar consigo, fossem oferecidos alguns beijos.

O humano tinha um desejo latente para extravasar e o lobo tinha fome de pães... Bom, pode-se dizer que os caminhos daqueles dois seriam unidos pela fome, cada qual por seu específico alimento. 

Você quer ser meu padeiro... - FurryOnde histórias criam vida. Descubra agora