Capítulo 3: O lobo

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Pessoal, está disponibilizado um link para o documento que contêm todas as referências de imagem e dados do universo, inclusive o mapa para que entendam melhor a história.

Boa leitura.

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Bastian Bennett, curandeiro de terceira geração da família Bennett, herdeiro do brasão de três pétalas e do estilo de vida nômade, onde seguia de vilarejo a vilarejo para curar os necessitados. Foi assim que cresceu e esses ensinamentos foram internalizados sob a pelagem espessa de um tom cinza azulado.

Em uma noite, durante o trajeto do Feudo Fernandes para o Feudo Bragança, o curandeiro pegou uma trilha mais popular, ao invés de seguir pelos caminhos secundários e mais ocultos que, em teoria, iriam lhe proporcionar maior agilidade entre o ponto de partida e o ponto de desejo.

Fazia alguns anos que não seguia por aquele caminho, por isso se surpreendeu com uma espécie de loja ter sido aberta bem ali. De duas uma, ou o dono era um completo idiota, ou um completo gênio... Por aquela ser uma região sem Feudo, o dono daquela estrutura não teria a quem recorrer para pedir ajuda em caso de saques ou coisas piores... Mas, se fosse uma pessoa esperta, ele teria feito amizade com os saqueadores e assim não teria o risco de ser morto/roubado e ainda teria o benefício de não precisar negociar apenas dentro do feudo.

Provavelmente o dono deveria ser um gênio para ter se arriscado tanto ao utilizar aquele ponto para venda.

O lobo, curioso por natureza, seguiu até o local que ostentava a placa escrita "PADARIA". Correu os olhos através do vidro quase grosseiro que permitia que os caminhantes tivessem um pequeno vislumbre do tipo de alimentos vendidos ali... Eram pães? Vários, dos mais diversos tamanhos, cores e formatos... E cheiravam bem, muito bem, mesmo sendo tarde da noite!

Bastian então tomou consciência de sua fome e como o ditado dizia: "Quem não arrisca, não petisca.". Talvez o dono estivesse precisando de algum remédio ou algo parecido, poderia oferecer seus serviços em troca de alguns pães para comer durante sua caminhada.

Entrou.

O sino acima da porta anunciou sua chegada e uma criatura coberta por um cobertor de retalhos se moveu atrás do caixa, ainda com a cabeça coberta. Parecia uma larva tentando sair do ovo...

_ Ahh, boa noite, desculpa, acabei pegando no sono... Como posso ajudar?

O lobo, que havia se virado por um momento para olhar uns pães que eram cobertos pelo que deveria ser queijo ralado, não viu o humano deixar para trás o cobertor e se posicionar corretamente atrás do balcão.

_ Hm, se não aguenta ficar acordado até esse horário pode fechar a loja, eu sigo a viagem, sem problemas.

_ Não, de forma alguma...você parece ter gostado desse pães...

_ Hurum, eu ado-... Espera...- Interrompeu a si mesmo para conseguir raciocinar.- Você é um humano?

_ Sim... Oras, nunca ouviu falar de mim? Eu estou vendendo pães nessa região a uns seis meses e pessoas de todos os feudos já passaram por aqui.

_ Como você veio para aqui? Como fala a nossa língua sem um cristal? Escreveram a runa em você?

O curandeiro nem percebeu que estava desfocando de seu objetivo principal e tentando descobrir quem havia sido o curandeiro ou xamã que havia atendido o humano. Ossos do ofício, ele diria se pudesse notar o que fazia.

_ Olha, é uma longa história... Os mundos se alinharam, eu passei por uma fronteira dimensional, cheguei aqui há três anos, faz seis meses que abri essa padaria e a curandeira que fez a runa atrás da minha orelha foi a Lontra Eliz. Bom, acho que isso responde a parte de suas perguntas, certo?

Você quer ser meu padeiro... - FurryOnde histórias criam vida. Descubra agora