Você quer ser meu padeiro... - Furry

Capítulo 8: Reencontro

Pessoal, está disponibilizado um link para o documento que contêm todas as referências de imagem e dados do universo, inclusive o mapa para que entendam melhor a história.

Boa leitura.

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Park Haru, um coreano que viveu intensamente um dos piores lados do capitalismo, agora estava em um mundo utópico em que as pessoas eram na verdade os carnívoros da Terra. O coração desse humano estava batendo forte pelo lobo de pelos com tons azulados e, talvez, ninguém até aquele momento tenha entendido o real propósito de sua ida para a outra dimensão.

Na segunda semana do mês do equinócio de primavera Haru ainda usava os casacos pesados para dormir e estava, tardiamente, preparando o solo para as plantações que faria já que as temperaturas começaram a melhorar apenas agora. Tardiamente, pois o padrão de preparo do solo seria no mês anterior, mas ele saiu de casa poucas vezes e ia direto para o quentinho da padaria com os fornos ligados, ou seja, ficar a céu aberto arando o solo atrás de sua casa era algo que ele nem cogitou.

No terceiro dia daquela semana, enquanto estava removendo plantando as sementes de algumas leguminosas, que ele carinhosamente chamava de batatas e tomates terrestres , vez que eram extremamente parecidos em sabor e aparência, a pulseira no pulso do humano mudou de cor, os cristais antes em tons de roxo foram tomando uma coloração mais clara até tornarem-se brancos. Bastian estava por perto.

O Park deixou tudo o que estava fazendo e correu para sua casa, não sabia o quão perto o outro estava, mas poderia colocar uma roupa limpa e limpar as mãos dos resquícios de terra que permaneceram sob as unhas. Ele se arrumou, lavou novamente o rosto, penteou os cabelos e até usou de uma poção que um tigre trocou pelos seus pães há alguns meses atrás, dizendo que era apenas adicionar um pouco do líquido no canal anal e em cinco a seis minutos não haveria mais nada de resíduos fecais naquela região.

O humano quase estocou aquela poção em seu guarda-roupas, assim como lubrificante.

Ele passou um pouquinho de extrato de "baunilha" em sua nuca e umbigo para se perfumar Os perfumes e produtos aromáticos eram escassos em todo o mundo, porque os furrys tinham olfatos aguçados e qualquer aroma que não fosse o provindo por meios naturais, então o mais próximo que poderia fazer era passar algum fruto ou flor perfumada para não se sentir fedendo.

Depois de se arrumar em tempo recorde, o humano colocou o seu casaco pesado e foi para a padaria esperar pelo lobo. O estabelecimento na verdade estava fechado, mas poderia fazer a exceção de abrir apenas para facilitar o seu encontro com o Bennett.

Mais alguns minutos passaram até que uma pessoa coberta com roupas de frio e neve apareceu na porta e isso sequer deu medo em Haru, pois conseguiu ver o focinho tão esperado pelos últimos três meses.

_ Bom dia, padeiro.

_ Você veio... Espera, não tira o casaco aqui, vamos lá para casa. Eu não vou abrir a padaria hoje.

_ E onde fica a sua casa?

_ Bem aqui atrás da padaria. - O humano sorriu, estendendo a mão para o lobo. - Vem.

_ Com toda certeza, Haru.

Assim que a mão quente do lobo alcançou a sua, o Park assumiu o caminho, mostrando com calma o caminho entre a padaria e sua casa de pedras com revestimento interno de madeira. Os dois sabiam o que iria acontecer naquele dia... Os dois queriam isso mais do que tudo... A saudade e o desejo estão em níveis perigosos depois de ficarem três meses no frio congelante, longes um do outro.

Já na casa, a primeira coisa que fizeram foi tirar os casacos e deixar as botas ao lado do cabideiro perto da porta. Bastian optou por ficar descalço e Haru por colocar uma pantufa improvisada que ele mesmo tinha feito em seu tempo livre com a lã que conseguiu em suas trocas de mercadoria e uma meia maior do que seus pés. Não era a coisa mais bonita do mundo, mas com certeza era funcional e confortável.