Karui!

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Eu e Karui estávamos andando no almoço, ela insistiu em comprar uma bebida pra mim e eu aceitei, não sou nem doida de negar coisa de graça né.
Mas ela comprou um chá com gosto muito forte, era uma garrafa com um rótulo verde que eu não conhecia, mas era um chá verde muito forte. Eu tomei bem mais por educação.

Depois de uns minutos nós fomos até o banheiro juntas e foi nessa hora que ela decidiu abrir o jogo e dar motivo pro bico de hoje.

— Você ta ficando maluca — Karui dizia de dentro de um dos cubículos do banheiro.

Ela estava brava por, novidade hein, eu ter saído com o Hanma e o Kisaki... Uau.
Enquanto ela reclamava mais uma vez do meu incrível salário pra simplesmente brincar de lutinha, eu me olhava no espelho, tentando dar uma melhorada na aparência mesmo sem grandes esforços. Foi quando eu comecei a ajeitar meus peitos no sutiã, eu realmente tenho intuito de fazer eles serem o menor possível... Só que eu queria ser vista mais bonita, era só uma vontade.

– O que tá fazendo? — Karui se aproxima de mim realmente brava.

— Eu tô só ajeitando aqui — termino de regular o meu sutiã, ele finalmente valorizava melhor na camisa da escola.

— Para com essa merda, você não tem que ficar impressionado homem não, garota — ela mesma começa a mexer nas minhas roupas, dói extremamente esquisito e eu me senti meio invadida com ela mexendo assim.

— Para com isso — dou um tapa na mão dela, abaixando minha blusa, ela quase me expôs... Era o banheiro feminino e não tem problema ficar pelada nele, mas não deixa de ser muito desconfortável.

— Você tá querendo botar o peito pro bandidinho do Hanma ficar olhando, você nunca gostou de garotos, Karina, ele só te deixou confusa — as mãos grandes dela me prendiam contra a pia do banheiro enquanto ela me forçava ainda mais contra o granito.

É, tem isso sobre a Karui, ela acha que eu gosto de meninas... Talvez desde a época que eu cortei o meu cabelo ela acha isso, é muito irritante já que eu nunca disse nada sobre isso... Eu nunca gostei de uma pessoa abertamente.

— Sai de perto de mim, por favor, você tá me assustando — aviso com os dentes cerrados e o maxilar quase travado. Eu queria sair correndo de perto dela.

— Eu não tô fazendo nada pra você, Karina, só quero conversar — ela parecia que queria me bater, isso sim

— Eu não — rapidamente passo por baixo dos braços dela e fujo do banheiro, a gente ia acabar brigando e se alguma inspetora flagrasse ou algo do tipo eu quem me daria mal. É sempre a pobre que se dá mal mesmo.

Eu tava meio confusa então nem sei direito o caminho que eu tomei, mesmo que fosse bem específico. Eu estava tremendo, aquela situação me deixou estranha e com vontade de vômitar, o jeito como ela me tratou era muito esquisito e agressivo. O mundo parecia um borrão e as paredes não pareciam sólidas conforme eu as tocava.

Quando dei de cara com Hanma no fim do corredor, ele estava conversando e sorrindo... O sorriso dele é até fofo... Mas assim que ele me viu esse sorriso sumiu imediatamente e ele se levantou, franzindo o cenho como se tivesse algo muito errado comigo

Ele caminhou até a minha direção e eu o abraço antes que o garoto diga qualquer coisa, afundo meu rosto no peito dele, até o cheiro do cigarro que é impregnado na pele dele parecia ser uma âncora pra me manter consciente. Senti que ele ficou um pouco rígido quando eu encostei em suas costas com minhas mãos, mas logo depois ele relaxou e me abraçou... Foi como se uma tempestade acabasse de repente.

— Deixa eu ver seu rosto — ele pega meu queixo e faz uma cara que eu não decifrei bem — Fica com o olho aberto, porra

Ele puxa minha pálpebra e olha de perto.

— Que foi? — perguntei quando ele largou meu rosto, esse magricela estava olhando em volta.

— Você usou alguma coisa? — que tipo de pergunta era essa?

— Claro que não! — era meio óbvio, eu sou atleta, não posso ficar usando droga que nem uns e outros não.

— Tá tá... Vamos lá pra cima, o Kisaki tá no terraço — faz menção a começar a andar, mas me segura pelo braço até as escadas, lá ele me pega no colo e começa a subir.

Eu encaixei minha cabeça no pescoço dele, aqui tem um cheiro de perfume... Mas não é dos fortes, parece mais uma colônia, sei lá... Mas é aconchegante. Eu devo estar muito tonta pra estar cheirando o pescoço do Hanma!

Eu vou morrer de vergonha quando voltar a mim mesma!

— Você precisa comer mais, tá magrinha demais pra uma lutadora — ele dá uma risadinha mas sua voz estava meio estranha.

Chegamos no terraço e eu vi o Kisaki sentado em uma toalhinha tomando chá... Que tipo de adolescente faz isso?

— O que tão fazendo aqui? — ele olha meio torto pra gente.

— A gata aqui tá meio estranha — ele se senta na toalha perto do Kisaki —  gata não, tchutchuca. Ela estava andando toda tor...

Ele para de falar quando olha pra baixo, no caso, eu estava no colo dele e acho que a fricção que rolou enquanto ele me segurava e subia as escadas abriu um pouco a minha blusa.

— Aí caralho... — Ele não mexe muito, só me encosta de volta nele, foi difícil ele voltar a me olhar.
Parecia que meus dedos estavam derretendo, por isso nem me movi pra fechar os botões logo de imediato.

— entendi... Toma — Kisaki me estende um copo de chá, eu pego com os dedos trêmulos e me ajeito no colo do Shuji, eu ouvi ele arfar baixo mas nem conectei as coisas na hora.

Eu bebi, era chá preto bem quente, mas nem parecia puro, tinha um cheiro bom de laranja junto. Conforme eu bebia o meu corpo e consciência iam voltando ao normal. Quando cheguei ao fim do copo já era eu de novo e...

— Mais que porra — eu pulei do colo do Hanma e comecei a ajeitar minha blusa na velocidade da luz. — não ri, seu corno!

Falo apontando pra Kisaki, ele estava rindo mesmo que parecesse estar tentando segurar.

— Ce tá viva agora? — aquele periquito que cresceu demais pergunta afastando meu cabelo do rosto, vi seu olhar esquadrinhar meu rosto algumas vezes.

— Ressuscitei — Sorrio de canto e seguro a mão dele, apertando levemente, eu gostei de encostar, a ele tem a pele tão quente — valeu.

As sobrancelhas de Hanma fizeram um movimento trêmulo rápido quando eu falei "Ressuscitei" acho que ele iria rir ou algo do tipo.

— Parem de flertar na minha frente, vou pagar pessoas para jogarem vocês daqui de cima — Kisaki murmura olhando pro céu com as mãos apoiadas atrás do corpo

— Só porque é rico que fica humilhando as pessoas assim — ele olha pra mim e me lança uma piscadela, no momento seguinte ele empurra o braço de Kisaki que quase cai pra trás.

— Filho da puta — o descolorido lança o copo de plástico na cabeça de Shuji que é acertado em cheio.

— Que idiotas, meu Deus — falo cobrindo minha boca pra tentar parar de rir desses bocós

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Mano, você sabia que o Hanma tem olhos roxos no mangá? E não dourado?!!!

Eu nunca vou dizer que te amo - Shuji Hanma Onde histórias criam vida. Descubra agora