Dia Dos Namorados 2

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Eu estava esperando pra dar o presente do Hanma em algum lugar que eu pudesse sair correndo depois, ia morrer de vergonha se ele lesse o que eu escrevi na cartinha... A minha irmã riu quando leu e a Karui me mandou tomar vergonha na cara e parar de escrever coisa pra marginal.

Mas a gente foi de carro pra escola e isso foi super legal

— Hanma — Chamo quando saímos do carro do Kisaki.

— Hanma — Kisaki chama ele também e damos um sorrisinho.

— Hanmaaa — cutuco ele com o cotovelo, eu tô sendo contaminada pela personalidade podre dele.

— Vocês são uns pentelhos, um bando de mala — ele começa a rir.

— Nossa, a gente tem que fazer isso todo dia — Murmuro e Hanma apoia o braço na minha cabeça.

— Se vocês fizerem isso de novo, eu quebro o dente dos dois — ele se afasta, eu tomo o rumo da minha sala e os dois vão pra outro canto.

A aula foi um sacrifício pra mim, eu não conseguia prestar atenção, o tempo todo só estava imaginando as inúmeras reações que Hanma poderia ter ao presente e a humilhação pública que todas elas gerariam.

Eu só tive coragem de pegar o meu presente pra ele na hora do almoço, assim que levantei da cadeira dei de cara com o Hanma também se levantando com uma caixinha em mãos.

— Tivemos a mesma ideia — ele ri e me estende até a caixa, empurrando ela contra o meu peito.

— Toma, não ri e vê se não come esse chocolate na minha frente — Empurro a caixinha que eu tive ajuda da minha irmã para fazer o lacinho.

A caixa que entreguei era de papel amarelo, minha irmã me ajudou a desenhar umas flores pra colocar as coisas dentro, ele pegou e eu recebi uma caixa com cor de papelão, cheia de floreszinhas desenhadas e um varal de fotos bem pewuenininhas desenhadas.

— Não ri — ele faz carinho no topo da minha cabeça — vou comer o chocolate longe de você

Ele sorri pra mim, Hanma gosta de bombom de coco e eu tenho alergia, mas acho muito gostoso.

Eu me sentei e abri minha caixa, a primeira coisa já me faz sorrir, a nossa foto quando crianças!
Eu estava com um cabelo enorme nessa época, estávamos estrupiados depois de brincar muito e tínhamos dentes faltando, comuns da idade.

"Ei, eu não vou escrever muita coisa não, eu não sou seu gado pra isso. Mas você sempre foi a minha tchutchuquinha, a única garota que me mandou pra lona brincando e sem se esforçar.
Falar com você todos os dias de novo é muito bom, é... (aqui estava meio rabiscado, então nem consegui ler direito) enfim, rabisquei e você nunca vai saber o que eu escrevi *desenho de carinha dando língua*, não me xinga ainda, eu prefiro quando faz isso pessoalmente.

E eu ainda sou o mesmo, meio bobo e levemente apaixonado por você, mas não se acha, eu não quero nem saber na real... A vida é tão mais emocionante e colorida com você, esquentadinha"

Eu terminei de ler a carta me sentindo uma tonta, o Hanma não é um bom escritor, mas eu estava emocionada com isso?

Estava admirando nossa foto enquanto crianças, ao olhar no verso tinha uma foto tirada recentemente, ambos usando os casacos da Valhalla e sorrindo abertamente com as bochechas vermelhas... Eu comecei a beber bem mais depois de começar a sair com esses caras, mesmo que eu também esteja me saindo muito melhor nos treinos também, já que tenho praticado muito soco e chute na cara de otários.

----- Hanma recebendo o presente----

Cheguei ali perto das escadas e me sentei no patamar da escada, aquele lugar que é sem degrau da escada, e abri a caixa, vendo de imediato muitos bombons e uma carta escrita em papel branco que podia até se confundir ali no meio das embalagens.

Eu puxei o papel, esperando um "Valeu cara" ou algo ignorante e delicado que nem um elefante bailarino como a Karina é.

Mas o título era "Eu te odeio" e o desenho de uma mãozinha dando dedo do meio.

— Uma fofa — Dou um sorrisinho e abro um bombom pra comer enquanto leio

"Eu odeio o seu sorriso, e o jeito como você fala
Eu odeio quando você me olha, e eu dou risada sem nem entender o motivo de fazer isso
Eu odeio quando você me chama para conversar e andar de moto
Eu odeio quando você vem, e odeio mais ainda te esperar, é um saco
Eu não sei o que fazer
Não tem ninguém aqui pra me impedir de te escrever (na verdade, a Karin sensatamente tentou me impedir)
Outra rima idiota pra me fazer entender
Que eu te odeio tanto porque...
Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer o que eu tava sentindo.
Eu nunca admiti que me importava com você
Agora tanto faz não quero mais me esconder
Estou escrevendo isso por ser uma covarde e não conseguir dizer isso olhando nos seus olhos."

Eu estava lendo em um certo ritmo, parecia que meu coração estava prestes a sair pela boca a cada linha.

" Eu odeio dar conselhos que você nunca usa.
Eu odeio quando você fala de outras garotas e eu simplesmente finjo não me importar"
Eu faço isso pra ver se você se importa! Que merda de garota complicada.

"Eu odeio como eu acho todas elas sem graça.
Eu não sei o que fazer
Não tem ninguém aqui pra me impedir de te escrever, não mesmo dessa vez."

É teste pra cardíaco essa merda, era mais fácil ter escrito uma frase simples, me dado uma facada, um chute.

Eu estou escrevendo que te odeio...
Por gostar tanto assim de você...
Talvez um dia você acorde um dia e perceba que a sua amiga de infância vale mais do que uns flertes e deboches... Talvez eu acredite na gente agora.

Estou falando na sua frente que eu te odeio (no sentido figurado)
Por gostar tanto assim de você!"

Eu estava tremendo mais do que eu nunca estive na minha vida, parecia que eu ia ter um troço, significa que ela achou que eu tava brincando com ela?

PUTA merda.

Desci as escadas pulando dois degraus por vez

Quando cheguei na porta da sala alguém deu de cara no meu peito, eu meio que de reflexo segurei.

—  A gente pensou na mesma coisa — falei sorrindo ao ver que era Karina ali, bochechas vermelhas, assim como a ponta do nariz. A desgraçada é linda até com cara de choro e tímida.

— Cala a boca — ela me agarra pela camisa e me puxa pra fora da sala, uma galera parecia achar que a gente ia brigar ou algo do tipo.

— Era sério o que você escreveu? — eu perguntei primeiro, eu não acredito que tô sem jeito com isso.

— Era exatamente o que eu ia te perguntar! — ela dá um soco no meu peito, ela parecia muito frustrada.

— Doeu — Murmuro — então vamos fazer o seguinte, daqui pra frente, não tem outras garotas nem outros garotos... Eu e você... Só

Falo inclinado na direção dela, sorrindo um pouquinho.

— O pedido de namoro mais Hanma Shuji que pode existir — ela ri segurando meu rosto.

— Que nada, eu nem pedi pra você ficar pelada ainda — topo um tapão antes de receber um beijo.

Dessa vez ela parecia querer e muito me beijar, então eu me sentia duas vezes mais seguro pra tocá-la e explorar sua boca com a habilidade que uma vida de canalhice pode te proporcionar.

Eu nunca vou dizer que te amo - Shuji Hanma Onde histórias criam vida. Descubra agora