Aceitações e escolhas.

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Nota inicial:

Estamos chegando no meio da história, então as coisas vão ficar mais pesadas, eu acho. Leiam com atenção, o assassino pode surpreender vocês! Enfim, boa leitura. :)

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Rebecca olha, e depois escreve.

Ela está repetindo esse procedimento por um tempo, formando uma espécie de teia que consiga ligar tudo o que ela já descobriu à todas as pessoas que conheceu. Tanto pelos arquivos que Non lhe deu quanto pelo que testemunhou em Paet Riu.

Existem grandes vantagens em se passar por escritora.

Qualquer pessoa da equipe de investigação que Rebecca recebe, pode facilmente se passar por um funcionário da suposta editora que patrocinará o livro da doutora. E o melhor de tudo, ela pode explorar a cidade a qualquer hora sem levantar suspeitas, usando a desculpa de estar à procura de inspiração.

É uma meia verdade, já que ela realmente está procurando algo, mas não é inspiração.

Ela fica muito tempo rodando sem rumo, se afastando tanto do centro de Paet Riu ao ponto de quase se perder.

E Bonbon está amando tudo isso.

Em Bangkok, o pobre animal ficava sozinho e preso o dia todo, tendo liberdade para passear apenas nas noites frias, quando Rebecca retornava do trabalho. Aqui, ele está sempre na companhia de sua dona e passeando, sempre agitado e alegre.

E se Bonbon está feliz, Rebecca está feliz.

Mas Rebecca percebe que Bonbon sente a falta de Sarocha. O cão se acostumou com a companhia de Sarocha, nas noites que ela aparecia para conversar e jogar xadrez com Rebecca, mas acabava dividindo sua atenção, cedendo metade para Bonbon.

E ultimamente, o relacionamento entre as duas mulheres está um tanto caótico e instável. Desde a noite em que Sarocha beijou Rebecca, a última nunca sabe quando a veterinária vai aparecer, e quando ela aparece, Rebecca nunca consegue prever o que irá acontecer.

No começo, Rebecca estranhou a mudança, mas agora ela simplesmente ignora. Sinceramente, ela já tem muito com o que se preocupar.

Rebecca tem certeza que parar um assassino em série é mais importante do que se preocupar com uma jovem mulher que está confusa demais, questionando todas as crenças que lhe foram ensinadas.

Mas isso não quer dizer que Rebecca negligencie Sarocha.

Quando a veterinária procura por Rebecca, a última sempre lhe dá a devida atenção, mas digamos que não é sua principal prioridade.

Rebecca está preparada e alerta para qualquer coisa. Se Sarocha já ficou imprevisível depois de beijá-la, Rebecca nem consegue imaginar o que virá depois do ocorrido duas noites atrás.

O barulho da maçaneta sendo girada chama a atenção da doutora. Ela franze suas sobrancelhas, fitando a porta até que ela é aberta, revelando Mind.

Saint e Non entram logo em seguida, indo diretamente até a mesa de Rebecca.

"Sabe... vocês poderiam bater de vez em quando." Rebecca diz ironicamente.

"Não faz muito meu estilo..." Mind dá de ombros, pegando uma das várias anotações de Rebecca e lendo rapidamente.

"Eu sempre quero bater, mas ela me impede com agressão." Saint aponta para Mind, e recebe um tapa na parte de trás da cabeça.

"Viu? Eu também sei bater." Mind ri para provocá-lo mais ainda, e Rebecca acaba rindo junto.

"Ei!" Non grita, assustando os outros três. "Vocês são adultos profissionais ou um grupo de adolescentes?"

As noites em Paet Riu são perigosamente atraentes.Onde histórias criam vida. Descubra agora