O desdobrar de mentes e sentimentos.

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Nota inicial:
Olá! Que dias malucos pro fandom... enfim, bem, o capítulo anterior talvez tenha ficado um pouco... fora de contexto? Acredito que não muito, mas eu achei importante esclarecer algumas coisas que podem ter sido incógnitas sobre Rebecca ao longo da fic. Este aqui é o último, infelizmente. Falarei tudo o que preciso nas notas finais, até lá, uma boa leitura!

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Bangkok, quatro anos após a investigação.

Rebecca está sentada em sua cadeira, com os pés em cima da mesa, olhos fechados enquanto escuta a gravação da sessão que teve com um de seus pacientes.

"E você sente que odeia seu irmão?"

"Não, eu o amo! Eu só... não consigo controlar esses pensamentos horríveis."

"E por que você acha que tem esses pensamentos horríveis? Por que planeja modos de matar seu irmão?"

"Eu não sei! Eu só preciso que isso pare, porque nunca faria isso, com ninguém, muito menos com meu irmão."

Alguém bate na porta da sala de Rebecca, e ela rapidamente pausa a gravação, se levantando e indo em direção à porta.

"Desculpe incomodar, doutora. Preciso que dê uma olhada nisso." A enfermeira estica uma ficha médica na direção de Rebecca.

Sarocha Chankimha... isso é uma piada? Rebecca pisca várias vezes, se certificando de que leu o nome corretamente.

"Um colapso logo após dar uma facada no próprio pai. Autodefesa." A enfermeira informa.

Rebecca está paralisada, tentando processar as informações. Sarocha, em Bangkok, entrando em colapso após dar uma facada no pai abusador.

"Eu não posso me responsabilizar por essa paciente." Rebecca engole em seco enquanto nervosamente devolve a ficha para a enfermeira.

"Perdão?"

"Eu a conheço. Quebraria o código de ética." Rebecca responde. "Por favor, encaminhe-a diretamente para Dra. Lee, e mais ninguém." Rebecca diz antes de rapidamente fechar a porta, descansando as costas na madeira verniz e massageando as têmporas.

Isso só pode ser uma piada. Rebecca reforça o que já havia pensado.

A doutora rapidamente caminha até a janela de sua sala, olhando para baixo, tentando encontrar Sarocha no pátio ou no jardim da clínica, mas não obtendo sucesso.

Ela provavelmente está no quarto. Rebecca imagina, passando os dedos entre os fios de seu cabelo e tentando raciocinar.

No meio de todo o caos mental da doutora, a porta da sala é aberta abruptamente, assustando Rebecca.

"Eu sinto muito, doutora. Eu disse que ela não pode entrar sem –"

"Não, tudo bem." Rebecca levanta uma mão e interrompe o enfermeiro. "Eu cuido disso." Ela assiste o homem hesitando um pouco antes de deixar a sala e fechar a porta.

É como se Sarocha estivesse vendo um fantasma na sua frente.

Ela fica imóvel enquanto assiste Rebecca caminhando lentamente até sua cadeira e se sentando. "Por favor." A doutora aponta para uma das cadeiras na frente de sua mesa.

Tranquila por fora, assustada por dentro.

Sarocha arrasta seus pés e se senta, não tirando os olhos de Rebecca nem por um segundo.

"Por que você invadiu minha sala como se fosse uma paciente histérica?" Rebecca pergunta.

"Quando entrei na clínica, eu vi a placa dizendo que você é a diretora. Eu queria... ter certeza de que não estava ficando louca." Sarocha se explica.

As noites em Paet Riu são perigosamente atraentes.Onde histórias criam vida. Descubra agora