TW: sangue e assassinato, são citados levianamente.
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Chegar ao local do crime, passar por todos os carros de polícia, ambulância e outros órgãos governamentais, se curvar para passar por baixo da faixa amarela que isola a área, adentrar a casa, observar o local exato do assassinato, pensar.
"Boa noite, doutora." Non faz sua aparição ao lado de Rebecca.
"Não tão boa assim..." Rebecca suspira, fitando vidros quebrados em cima da mesa de jantar e marcas de sangue.
Ela lentamente coloca luvas de perícia em suas duas mãos, escaneando os objetos e selecionando qual vai pegar primeiro.
Uma rosa branca descansando em cima da mesa, logo na frente da cadeira onde a vítima se sentava, chama a atenção de Rebecca. Ela caminha para mais perto da mesa, cuidadosamente pegando a rosa e aproximando-a de seu rosto.
"Curioso. Esse homem mostra... compaixão pelas suas vítimas." A doutora comenta.
"Isso para você é um ato de compaixão?" A ironia na voz de Non não passa despercebida aos ouvidos de Rebecca.
"Não o crime em si. Depois que ele contempla o que fez, sente... remorso? Essa não é bem a palavra que eu procuro." Rebecca franze as sobrancelhas em sinal de frustração. "A rosa branca... ele deseja que a vítima descanse em paz."
"Finalmente se conformou que é um homem?" Non nota que Rebecca finalmente se referiu ao assassino como um homem.
"Eu estou apenas generalizando para facilitar minha análise. Assim eu posso usar um sexo só... Mas não se deixe levar pela minha preguiça, senhor. Eu só acredito que é um homem quando eu realmente vê-lo." A mulher esclarece.
"Entendo..." O detetive coloca ambas as mãos dentro do bolso de sua calça e se aproxima de Rebecca, também analisando a rosa. "Pode muito bem ser uma rosa que já estava ali."
"Não... haveria marcas de sangue nela. Além disso, a posição em que a rosa estava diz muito." Rebecca explica.
"Posição?" Non franze o cenho.
"As pétalas estavam viradas para a cadeira, exatamente no local onde estaria mirando o centro do peito da vítima." Rebecca coloca a rosa cautelosamente de volta ao lugar que antes estava. "Como se o assassino estivesse presenteando a rosa ao homem que matou."
A doutora se coloca do outro lado da mesa e faz um movimento com a mão, como se estivesse jogando uma flor por cima de um caixão.
Luto, Rebecca pensa.
"Ou ele pode estar apenas debochando da sua vítima." O detetive compartilha sua visão.
"Não," Rebecca discorda. "Ele teria deixado isso bem claro, jogado a rosa em vez de posicioná-la cuidadosamente. Ele teria a jogado de qualquer jeito para demonstrar seu descaso."
"Eu espero que o que aconteceu aqui te ajude a ter uma melhor visão do homem que estamos procurando." O detetive diz.
Escutando o que Non disse, Rebecca para e fita a rosa branca por longos segundos, tentando tirar dela mais algum significado oculto.
"Eu posso ver os corpos?" Rebecca pergunta.
"Perdão?"
"Os corpos... das outras vítimas." Ela repete.
"Hm... é claro." O detetive estranha o pedido, mas decide apenas concordar.
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Todos na sala estão em silêncio absoluto, observando Rebecca, que observa os corpos.
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As noites em Paet Riu são perigosamente atraentes.
عاطفيةUma série de assassinatos é cometida, e Rebecca se vê enfrentando a investigação mais complexa de sua vida. Se infiltrar na cidade e na vida dos moradores de Paet Riu seria um desafio, e conhecer Freen Sarocha Chankimha deixaria uma marca em Rebecca...