A fantasia é a essência do prazer.

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Nota inicial: Espero que vocês estejam acompanhando que até mesmo nos atos carnais mostra a evolução da personagem. A forma como demonstram suas emoções e sentimentos, fora a luxuria.

TW: menção a abuso e homofobia.

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Se aproximar da entrada do prédio, pular da bicicleta, olhar para cima, ver que as luzes do quarto de Sarocha estão apagadas, guardar a bicicleta, adentar o saguão, subir pelo elevador, abrir a porta do apartamento, notar algo estranho.

Rebecca franze suas sobrancelhas e adentra cada vez mais o apartamento, se aproximando da sala e percebendo que Sarocha está dormindo em seu sofá.

Usando minha roupa? Rebecca se pergunta, familiarizando-se com a blusa que Sarocha usa.

Aproximando seu rosto ao de Sarocha, Rebecca repara que os olhos da veterinária estão um pouco inchados e o nariz vermelho, indicando que ela andou chorando.

Curiosa, Rebecca se senta no chão, assim como fez da primeira vez em que viu Sarocha dormindo em seu sofá.

Os olhos de Rebecca passeiam por todo o corpo de Sarocha, percebendo que além de estar usando sua blusa, a veterinária não usa nada na parte inferior do corpo, apenas a roupa íntima.

Bonbon se aproxima e deita a cabeça no colo de sua dona, e Rebecca imediatamente descansa uma mão por cima do pelo do cão.

Rebecca não sabe se está mais intrigada pelo fato de Sarocha ter chorado até dormir, ou por ela ter se despido totalmente e depois vestido uma de suas blusas.

Enquanto Rebecca pensa, Sarocha nota uma diferença no ambiente e desperta de seu sono, abrindo os olhos e se assustando quando vê Rebecca na sua frente.

"Me assistindo dormir?" Sarocha volta a fechar os olhos.

"Não. Me perguntando por que você está usando minha blusa." Rebecca responde.

Sarocha volta a abrir seus olhos, apenas fitando os de Rebecca. Ela se levanta da posição que estava sentando-se de frente para a escritora, ainda no sofá.

"E me parece que você estava chorando." Rebecca completa.

"Bom... lhe pareceu certo." Sarocha confirma.

As duas caem em silêncio novamente.

Mas Rebecca não tem pressa.

Ela espera pacientemente pelas respostas de Sarocha, e se a veterinária não quiser dá-las, Rebecca não irá insistir.

Sarocha não consegue mais olhar nos olhos de Rebecca, então ela desvia os seus para baixo, fitando suas pernas cruzadas.

"Rebecca, como seu pai é?" Sarocha pergunta de repente.

"Um bom homem." Rebecca não está mentindo.

Os pais de Rebecca criaram-na do melhor jeito possível. Amor na medida certa, broncas na medida certa. O único problema é que eles viraram as costas para a filha quando descobriram que ela é, aos olhos deles, uma abominação.

Rebecca sentiu na pele o medo que Sarocha está vivendo.

Apenas por um motivo diferente.

"Ele já te bateu?" Sarocha faz outra pergunta.

"Possivelmente. Quando eu era criança e fazia travessura." Rebecca responde.

"Ele já te bateu... por diversão?" Sarocha levanta seu rosto, voltando a olhar para Rebecca.

As noites em Paet Riu são perigosamente atraentes.Onde histórias criam vida. Descubra agora