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Pov Maiara

Acordo devagar e sinto um incômodo, como se não tivesse dormindo aonde eu estou acostumada. Vou abrindo meus olhos aos aos poucos, entendendo melhor aonde eu estou.

Começo a entrar em dessespero ao me ver em cima de Luísa, praticamente dormindo em cima dela, enquanto a loira dorme profundamente sentada no sofá. Não lembro em que momento ficamos assim, só lembro que eu peguei no sono ao lado da loira.

Olho para a janela e já está claro, eu dormi a noite inteira em cima da loira e não faço ideia de como isso aconteceu.

Tento sair de fininho, mas Luísa resmunga como se estivesse acordando e eu paro de me mexer, na esperança dela não acordar. Mesmo envergonhada por dormir assim com a loira e com uma vontade enorme de sair de cima dela, eu paro por segundos e vejo os pequenos detalhes perfeitos da loira, até dormindo ela consegue ser bonita, o som da sua respiração acalma, deve ter sido por isso que eu dormi a noite inteira com ela.

Luísa mexe comigo, é estranho, eu só queria sentir ódio dela, sentir que ela só quer me usar para não deixar meus sentimentos me controlarem, mas não consigo, porque quando eu olho para ela, parece que todos os sentidos ruins que eu sentia até dias atrás foram embora.

Saio com o máximo de delicadeza o possível e saio da casa para não encontrar com Luísa quando ela acordar. Minha cabeça está um misto de sentimentos, tudo está tão confuso, são tantos pensamentos e sentimentos, que eu não consigo colocar em palavras.

Quando estou nesse turbilhão de pensamentos, uma coisa me chama a atenção e eu olho para o lado, vendo a porteira aberta, mas vandalizada, como se a pessoa que abriu não tivesse a chave, o que não é normal. Me aproximo devagar e saio da fazenda da loira, só para saber quem abriu a porteira.

- Tina? - Pergunto saindo mais ainda da fazenda - Tina, é você que abriu a porteira?

Quando vou voltar para dentro da fazenda, sinto um alguém surgindo atrás de mim e eu me viro assustada.

- Que moça bonita - Um homem fala me olhando - Qual o seu nome?

- Quem é você? - Pergunto assustada - Você não trabalha para Luísa, quem é você?

- Eu acho que não vou precisar ir muito longe para encontrar mais uma serva para o leilão.

- O quê?

" - Me leva para a minha casa agora - Mando totalmente nervosa - Estamos no meio do nada, me leva para a minha casa.

Quando vou me aproximar do rapaz, duas mãos fortes me puxam para trás e alguém coloca uma tecido na minha boca, me impedindo de gritar. Começo a me debater, tentando soltar minhas mãos que são amarradas por cordas.

- Minha família precisava de dinheiro - Fernando fala indo até o seu carro - Sinto muito.

Tento me debater, gritar, mas não consigo e sou arrastada para dentro de um carro escuro, com mais três mulheres dentro, antes de colocarem um saco na minha cabeça, me impedindo de ver qualquer coisa."

Começo a sentir meu coração batendo mais rápido, minhas mãos suando e quando o homem tenta me segurar, eu dou um chute nas suas genitais e saio correndo para dentro da fazenda.

As lágrimas cobrem meu rosto e eu mal consigo ver o caminho, mas o que demora dez minutos para a fazenda, eu chego em cinco na grande casa da loira. Entro correndo na casa e vejo Luísa em pé, acordando aos poucos.

- Maiara? - Luísa pergunta confusa - O que acontec-

- Eles tentaram me pegar - Falo dessesperada - Um homem tentou me levar, ele ia me levar.

O Leilão (Mailu)Onde histórias criam vida. Descubra agora