O Leilão (Mailu)

35.

Pov Luísa

- Você está pronta? - Bruno pergunta entrando no meu quarto - Precisamos ir, o leilão já começou.

- Eu já estou pronta - Falo colocando meus brincos - Você pode me esperar lá embaixo?

- Claro, estou descendo.

Assim que Bruno saí do meu quarto, eu respiro fundo, tentando controlar a minha ansiedade, passando uma mão na outra, tentando fazer elas pararem de tremer, me acalmando aos poucos, diminuindo o grande aperto no meu peito, como se fosse um sentimento ruim, algo querendo me impedir, como se pedisse para parar.

Olho para o espelho e vejo o vestido de luxo que eu coloquei, os brincos grandes de diamantes, e os meus cabelos soltos, tudo isso para ir até o leilão e coletar o máximo de provas que conseguirmos para acabar com todo esse esquema de uma vez. Não temos convites, mas sabemos aonde estão localizados, o que vai facilitar muito o nosso plano. E queremos derrubar de baixo para cima, começando com quem compra os "servos", até Larissa que está por trás dessa carniça.

Antes de sair eu pego a minha pequena câmera em cima da cama e coloco na minha bolsa de grife, pronta para coletar o máximo de provas possíveis. Desço as escadas rapidamente e vou para fora da minha casa, antes de ir para o carro e darmos largada para o leilão.

- Você não parece bem - Bruno fala ligando o carro - Que fazer isso hoje?

- Eu perdi a minha filha e quase estou perdendo a minha noiva, então não estou bem - Sorrio fraco para ele - Mas o importante é Maiara ficar segura, se ela estiver bem, eu consigo lidar com o resto.

- Tudo bem...

Olho para a minha mão e a aliança do meu noivado ainda está aqui, a pequena joia que simboliza o meu relacionamento com Maiara, um momento que era para ser apenas de felicidade, se tornou um dos mais dolorosos de toda a minha vida.

Engulo o choro e tento continuar focada, nada pode dar errado, até porque se alguém descobrir, provavelmente eu e o Bruno teremos o mesmo fim.

- Chegamos - Ele avisa tocando no meu braço - Esse é o endereço.

Olho para o local e memorias começam a voltar, as memorias do dia que eu conheci o amor da minha vida.

" Assim que entramos no carro, eu vou no banco de trás, com a ruiva totalmente machucada nos meus braços.

- Ela está muito machucada - Falo alisando seu rosto - Eu vou cuidar dela em casa, se não vou ter que levar ela para o médico.

- Você vai usar ela como a sua serva?

- O quê? Não, eu só vou cuidar dela - Nego imediatamente - Eu não sou assim..."

Meu coração dói só de lembrar da forma que eu encontrei a minha ruiva, de como ela estava machucada e isso só traz mais gás para acabar com tudo isso de uma vez, para que ninguém passe novamente essa tortura que Maiara passou.

Descemos do carro e eu passo meu braço pelo do Bruno, tentando ao máximo fingir que somos um casal. Assim que chegamos na entrada, o segurança nos olha por longos segundos, mas nós deixa entrar.

- Você está com a sua câmera? - Pergunto quase em um susurro - Vamos nos separar, é o melhor.

- Não acho que seja bom nós separarmos, Luísa.

- Eu não tenho estômago para ficar aqui muito tempo, você tenta tirar fotos dos rostos das pessoas, do lugar e eu...eu vou atrás da Larissa.

Bruno me olha apreensivo, mas não discorda, apenas vai para o outro lado do evento, tirando fotos discretamente, enquanto o leilão não começa. Vou andando pelas pessoas, decorando rostos, decorando todos os pequenos detalhes.