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Pov Maiara

- Maiara, não é uma boa ideia - Minha irmã fala tentando segurar as minhas mãos - É perigoso, vamos chamar a polícia e eles vão atrás da Luísa, temos o endereço, vimos pelo celular dela.

- Não, eu tenho que ir atrás dela - Falo colocando minhas roupas - Ela pode estar em perigo.

- Eu não vou deixar você ir - Maraisa nega imediatamente e tenta tirar a jaqueta das minhas mãos - Não mesmo, alguém pode te sequestrar e te levar para longe da nossa família de novo.

- Eu já estou longe da minha família - Grito nervosa e empurro ela para longe.

Minha irmã se afasta assustada e me olha totalmente incrédula, sem acreditar que eu estou falando assim com ela. Nego com a cabeça e coloco minha jaqueta, indo para a porta do quarto, pronta para ir atrás da minha mulher.

- Eu já estou longe da minha família - Falo com a voz embargada - E eu não posso ficar aqui parada, sem saber o que está acontecendo, sabendo que ela pode estar em perigo.

- Eu não posso deixar você correr perigo - Maraisa fala com os olhos cheios de lágrimas - Já ficamos longe por dois anos.

- E se fosse a Lila nessa situação? Se fosse o seu filho? - Pergunto para ela - Eu já perdi a minha filha, não posso ficar longe da minha mulher.

- Eu vou ligar para a polícia.

- E eu vou atrás da minha esposa.

Saio da casa às pressas, sem me importar do que estou deixando para trás, do que eu posso enfrentar, dos medos e pesadelos que eu tenho todas as noites, sem me importar com nada disso, só me importando com a minha mulher, que precisa de mim. Como um sentimento ruim, dizendo que eu preciso ir atrás da pessoa mais importante da minha vida, um aviso, um presságio, querendo me mostrar que Luísa não está bem.

Entro no meu carro e dou partida o mais rápido possível para a casa de Luísa, se eu ver que ela está bem, automaticamente eu vou ficar bem também. Em menos de trinta minutos, eu chego na fazenda da loira e eu não perco meu tempo desligando o carro, desço correndo e bato na porta, esperando que Luísa atenda.

- Por favor - Falo repetidamente batendo na porta - Por favor, abre a porta.

Bato várias vezes na porta, mas ninguém atende. A casa está escura, todas as luzes apagadas e a minha esperança de Luísa estar dormindo acaba, ela não atende a porta porque não está aqui, ela realmente foi para o leilão.

" - Eu sei que você não quer que eu vou atrás, mas eu preciso ir - Ela sorri fraco e levanta a cabeça para olhar nós meus olhos - Eu preciso garantir que você esteja bem.

- Perdemos a nossa filha com isso, Luísa - Falo com a voz embargada - Estamos quase nos perdendo, por que você não desiste disso?

- Porque tem muita coisa envolvida e eu...Eu te amo tanto que é como se meu coração estivesse com você o tempo inteiro - Luísa fala de uma vez - E mesmo que você queira terminar tudo, eu pelo menos vou ter a garantia que você está bem, mesmo que longe."

Engulo o choro e sinto uma única lágrima descendo pelo meu rosto e o meu maior pesadelo vem a tona, ter que voltar para dentro daquele lugar, relembrar os momentos, as torturas, socos, gritos, relembrar todos os momentos mais dolorosos da minha vida para salvar a minha mulher. Porém maior do que a dor que eu senti sendo serva durante e um ano e seis meses, vai ser a dor de perder o amor da minha vida.

Amar alguém do tanto que eu amo Luísa chega a ser assustador, é como se eu pudesse tirar o coração do meu peito para ela, entregá-lo nas suas mãos para ela viver. O amor assusta, e assusta muito.

O Leilão (Mailu)Onde histórias criam vida. Descubra agora