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{Duas semanas depois...}

Pov Luísa

- Amor...

- Não quero assunto com você - Ela fala brava e vai para a outra extremidade da cozinha - Nunca mais, ouviu?

- Mai, eu preciso ir trabalhar nem que seja uma vez na semana.

- Então vai Luísa, deixa sua esposa grávida da sua filha sozinha.

Respiro fundo e me aproximo dela, tento encostar no seu braço, mas Maiara me dá tapinha na minha mão. Ela resmunga irritada e começa a pegar a maioria dos pães de queijo, colocando tudo no seu prato, sem deixar nada para mim.

- Eu não tomei café aind- Tento falar mas ela me olha brava - Tudo bem, pode comer.

- E quer saber? Pode ir trabalhar - A ruiva continua falando - Eu fico aqui sozinha, já que seu trabalho é mais importante que eu.

- Eu nunca disse isso, amor.

Minha esposa vai para a sala e continua me xingando em voz alta enquanto senta no sofá. Na primeira gravidez que foi interrompida, Maiara quase não tinha oscilação de humor, mas agora eu mal reconheço a minha esposa e as vezes tenho medo de falar com a minha mulher.

Apenas respiro fundo, procurando paciência e vou para a sala, falar com a minha esposa que se encontra comendo os pães de queijo, enquanto as lágrimas descem pelos seus olhos.

- Por que você está chorando, minha vida? - Pergunto sentando na sua frente.

- Você não me ama mais - Ela fala com a boca cheia - Só ama o seu trabalho e o Bruno.

- Eu te amo, amor - Falo com toda a paciência do mundo e me aproximo mais dela, limpando as suas lágrimas com a ponta dos dedos - Eu só preciso ir trabalhar hoje e o Bruno nem trabalha comigo.

- Não importa.

- Você não quer ir ver a Maraisa? O Léo? Ver a Lila, não precisa ficar aqui em casa sozinha.

- Não, eu quero você só.

- Amor...

- Olha já tô começando a ficar triste - Ela fala dramática - Se eu chorar a culpa é sua.

Reviro meus olhos e fico encarando a ruiva. Em quase doze meses de relacionamento, eu mimei ela em onze e agora na gravidez parece que jogaram cola em nós duas e Maiara não quer ficar longe de mim por nenhum minuto e eu não consigo dizer não.

- Eu fico com você, tá bom? - Falo deixando um beijo na sua bochecha - Só hoje, amanhã eu vou trabalhar.

- Amanhã não.

- Mai, não posso deixar meu emprego lá e fingir que não existe.

- Trabalha de casa.

- Eu sou a chefe, tenho que estar sempre presente.

- Depois de amanhã então.

- Tudo bem...

Maiara sorri alegre e se arrasta até sentar no meu colo, deitando a cabeça no meu ombro. Ela estende um pão de queijo na direção da minha boca e eu mordo um pedaço.

- Você tem que ficar comigo para sempre - Ela fala manhosa - Não posso ficar longe de você.

- Não vou sair daqui, eu só preciso ir trabalhar as vezes.

- Mas e se eu passar mal? Quem vai cuidar de mim?

- A Tina está em casa, amor.

- Mas eu quero você - Ela começa a falar e seus olhos vão enchendo de lágrimas - E se acontecer algo? Você tem que ficar aqui comigo.

O Leilão (Mailu)Onde histórias criam vida. Descubra agora