16.

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Pov Maiara

Acordo devagar e resmungo quando percebo que a cama está vazia. Felizmente ou infelizmente eu já me acostumei com os braços da loira sobre mim todos os dias. Sento na cama e vejo o quarto vazio, provavelmente Luísa foi trabalhar e esqueceu de me avisar.

Escuto barulhos no andar de baixo e penso que é Tina, provavelmente fazendo nosso café da manhã. Levanto da cama e decido descer até a cozinha, até que eu escuto um celular tomando e eu decido seguir esse toque.

- O celular da Luísa...

Estranho porque a loira não iria deixar o seu celular aqui em casa, principalmente porque ela recebe inúmeras chamadas sobre trabalho todos os dias. Escuto o barulho de algo quebrando e em seguida um grito alto e eu imaginando reconheço como o da loira.

- Maiara, corre - Luísa grita novamente - Corre agora.

Desço as escadas correndo e os barulhos se tornam mais altos, até que eu escuto um corpo caindo no chão e eu saio correndo para a adega da casa. Os gritos param e quando eu abro a porta, meu coração para por longos segundos.

Vejo Luísa caida no chão, com um machucado na barriga, completamente encharcado de sangue.

- Luísa, meu Deus - Falo quase em um sussuro.

Me ajoelho ao lado da loira e ela está pálida, quase desmaiando pelo seu machucado.

- O que aconteceu? - Pergunto com a voz embargada - Não fecha os olhos, eu vou te levar para o médico, não fecha os olhos.

- Vai embora - Ela pede quase sem forças - Não fica, vai embora, por favor.

- O quê?

- Eles...eles vão te machucar, vai embora.

- Luísa...

Quando vou tentar levar a loira para o andar de cima, sinto alguém colocando um tecido sobre o meu rosto, deixando tudo escuro como se fosse um dejavu de quando me sequestraram pela primeira vez.

- Deixa eu ajudar ela - Grito desesperada - Ela vai morrer.

Sinto braços fortes me levando para fora, ignorando meus gritos, me impedindo de ir ajudar o meu amor. Começo a gritar por ajuda, até que eu sinto meu corpo caindo em um grande abismo e eu acordo do meu pesadelo.

Sento na cama assustada e passo as mãos pelo meu rosto que está coberto por lágrimas. Olho ao redor e estou no quarto de Luísa, mas ela não está aqui e a primeira coisa que eu faço é levantar e ir atrás do meu amor.

Procuro em todos os cantos e só acho acho Luísa no seu escritório. Assim que eu abro a porta, ela vira sua atenção para mim.

- Oi, amor - Luísa fala levantando da sua cadeira - O que aconteceu?

Ignoro a sua pergunta e saio correndo para abraçar seu corpo. Luísa me abraça com força, sem entender nada.

- O que aconteceu, meu amor? - Ela pergunta beijando meu pescoço.

- Você tem que ficar salva - Falo soluçando - Eu só tenho você, você é meu porto seguro.

- Eu estou aqui - Luísa sussura baixinho - Não vou para lugar nenhum.

Seguro seu rosto e junto nossos lábios, suspirando baixinho por ela estar aqui comigo. Luísa segura minha cintura e aperta meu corpo contra o seu.

- Eu te amo - Ela fala baixinho - E sempre vou estar aqui para você.

- Eu só me sinto segura com você, porque você me protegeu quando todos na minha volta me machucava.

- Eu te protegi porque eu sabia que você era diferente.

O Leilão (Mailu)Onde histórias criam vida. Descubra agora