25

110 17 4
                                    

{Anteriormente}

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

{Anteriormente}

-Você não tem que ficar, é claro- falei rapidamente. -Tenho certeza de que preferirá comer com os outros.

-De jeito nenhum. Jantar para três então - ela disse de um jeito imperioso, e a serviçal partiu. Genya fechou a porta e caminhou até a pequena penteadeira, onde começou a ajeitar os objetos que se encontravam ali: um pente, uma escova, um pote de tinta e uma caneta. Não reconheci nenhum deles, mas alguém devia tê-los trazido ao quarto para mim.

 Não reconheci nenhum deles, mas alguém devia tê-los trazido ao quarto para mim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

   De costas para mim, Genya disse:

-Anastasia, você deve entender que, quando começar o seu treinamento amanhã, bem, Corporalki não comem com Conjuradores. Conjuradores não comem com Fanricadores e...

-Olha, se você não quiser ficar para jantar, prometo não chorar dentro da sopa.

-Não- ela gritou. -Não é isso, de jeito nenhum! Só estou tentando explicar o modo como as coisas funcionam.

-Tá bom, Genya.

   Genya deixou escapar uma lufada de frustração.

-Você não entende. É uma grande honra ser solicitada a jantar com você e com a Alina, mas os outros Grishas não aprovarão.

-Por quê?

   Genya suspirou e se sentou em uma das cadeiras esculpidas.

-Porque eu sou o bichinho de estimação da Rainha. Porque eles não consideram o que eu faço valioso. Por um monte de razões.

   Eu me perguntei quais seriam as outras razões e se elas teriam algo a ver com o Rei. Como seria para Genya ficar isolada dos seus, mas sem ser uma verdadeira participante da corte?

-Engraçado- eu disse após um momento. -Sempre pensei que ser bonita tornaria a vida muito mais fácil.

-Ah, e torna- Genya, disse e riu. Eu não me aguentei e ri também.

   Fomos interrompidas por uma batida na porta, e a costureira logo nos deixou ocupadas com fitas e medições.

  Quando ela terminou o de Alina e estava reunindo duas musselinas e alfinetes, Genya sussurrou para Alina:

-Ainda dá tempo, sabe. Você ainda poderia...

  Mas Alina a cortou.

-Azul- ela falou, com firmeza.

   Eu havia decidido que o meu kefta seria preto mesmo, pois algo dentro de mim me dizia para ter as cores do Darkling.

   A costureira nos deixou, e nos concentramos no jantar.
  A comida era menos esquisita do que eu esperava, o tipo de prato que eu tinha provado em dias festivos em Keramzin: mingau de ervilha doce, codorna assada no mel e figos frescos.
  Genya manteve um fluxo de conversa durante o jantar, a maioria fofoca sobre os Grishas.  Eu não conhecia nenhuma das pessoas de quem ela falava, mas estava, realmente, interessada no que Genya falava. Quando a última criada nos deixou, levando nossos pratos de jantar, não pude segurar um bocejo, e Genya se levantou.

-Eu virei pegá-las para o desjejum ao amanhecer. Irá demorar um pouco até vocês aprenderem os caminhos por aí. O Pequeno Palácio pode parecer um labirinto.- Então seus lábios perfeitos se ergueram em um sorriso travesso. -Vocês deveriam tentar descansar. Amanhã conhecerão Baghra.

-Baghra?- pergunto. Por algum motivo desconhecido esse nome me parecia, extremamente, familiar.

  Genya sorriu de um jeito malicioso:

-Sim, sim. Ela é puro deleite.

   Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Genya puxa Alina gentilmente e as duas saem do quarto.
  Assim que a porta se fechou atrás de Genya, senti a exausta cair sobre mim. A emoção de saber o meu poder podia ser mesmo real, a excitação de conhecer o Rei e a Rainha, e as maravilhas estranhas do Grande e do Pequeno Palácio tinham mantido meu cansaço à deriva, mas agora ele havia voltado.
  Eu me despi, pendurei o uniforme de modo organizado em um cabide atrás do biombo pintado de estrelas e coloquei minhas botas novas e brilhantes embaixo dele.
  Vesti uma camisola macia de algodão branco e lavei o rosto.
  Subi na cama alta, deslizei sob as peles e sedas pesadas e apaguei a lamparina com um sopro. Ao longe, ouvi uma porta se fechando, vozes dando boa-noite, os sons do Pequeno Palácio indo dormir. Encarei a escuridão.
  Eu nunca tivera um quando só para mim. Em Keramzin, dormia em um velho corredor de retratos que tinha sido convertido em dormitório, cercada de inúmeras outras garotas. No exército, dormia nas tendas ou alojamentos com os outros Inspetores. Meu novo quarto parecia enorme e vazio.
  Acariciei minha cicatriz e imediatamente as memórias com Alina Maly vieram na minha cabeça. Eu sentia falta do Maly e estava muito preocupada com ele.  Não demorou muito para que eu acabasse pegando no sono.

My first and only loveOnde histórias criam vida. Descubra agora