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    Um grupo de serviçais vestidos de cinza nos aguardava nós degraus. Desmontei, com a ajuda de Darkling e um deles correu para pegar o cavalo, enquanto os outros empurravam um grande conjunto de portas duplas para abri-las.
   Enquanto passávamos por eles, não pude resistir ao impulso de tocar aquelas esculturas primorosas.
    Nós passamos por uma câmara de entrada e, em seguida, por uma vasta sala hexagonal com quatro mesas compridas arrumadas em um quadrado no seu centro. Nossos passos ecoaram pelo chão de pedra, e um domo de ouro maciço parecia flutuar sobre nós a uma altura impossível.
    O Darkling emparelhou-se com um dos serviçais, uma mulher mais velha de vestido cinza-escuro, e falou com ela em tons abafados.
    Então, ele fez uma reverência sutil para mim e saiu do salão, seguido por seus homens.
     Senti uma onda de arrependimento. O Darkling tinha falado pouco comigo desde aquela noite no celeiro, e não tinha me dado nenhuma pista do que esperar quando chegássemos. Mas eu não tinha cabeça nem energia para correr atrás dele, então segui humildemente a mulher de cinza por outro par de portas duplas e em uma das torres menores.
     Quando vi todos os degraus, quase desabri e chorei. Talvez eu pudesse perguntar se não teria como ficar sentada ali no meio do salão, pensei, miseravelmente. Em vez disso, coloquei a mão no corrimão escupido e me arrastei para cima, meu corpo rígido protestando a cada passo. Quando chegamos ao topo, minha vontade era comemorar deitando e tirando um cochilo, mas a serviçal já estava se movendo pelo corredor. Nós passamos porta após porta até, finalmente, chegarmos a uma câmara onde outra criada uniformizada esperava perto de uma porta aberta.
   Registrei vagamente um grande quarto, com cortinas pesadas e douradas, fogo queimado em uma lareira belamente azulejada, mas eu só tinha olhos para a enorme cama dossel.

-Eu posso trazer algo para você? Algo para comer?- perguntou a mulher. Eu balancei a cabeça. Só queria dormir.

-Muito bem- disse ela, e fez um gesto de cabeça para a criada que, após uma reverência, desapareceu no corredor. -Então deixarei você dormir. Certifique-se de trancar a sua porta.

  Eu pisquei.

-Por precaução- disse a mulher. Em seguida, ele partiu, fechando gentilmente a porta ao sair.

    Como eu estava muito cansada, nem reparei na fala da mulher. Tranquei a porta, tirei o Kefta e as botas e me joguei na cama.

My first and only loveOnde histórias criam vida. Descubra agora