Tudo o que ela quer

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[...]

Uma vez por ano o bairro inteiro se organizava pra fazer uma festa de inverno, ou pré-inverno, já que ali muitos só consideravam inverno de verdade depois do primeiro floco de neve cair. Enfim, tinha de tudo, já que pra arrecadar dinheiro para as criancinhas do orfanato, um que Nayeon nem sabia da existência, valia tudo.

Competição de bebedeira, de quem comia mais cachorro quente, junto com a de quem fazia o melhor cachorro quente, quem cantava melhor no karaokê e etc. Tudo feito para tirar o máximo de dinheiro possível de todos.

Mas nem toda a animação de uma noite de festa faria Momo mudar de ideia. De que aquela noite poderia ser tudo, menos boa.

Principalmente porque nos primeiros dez minutos depois de encerrar a ligação, ela percebeu que foi um erro. Um grande erro. É claro que Nayeon ia odiar, ela caiu no fundo do poço e sua própria mãe nem ao menos serviu para estender a mão!

Uma burra.

E o outro cenário terrível que Momo simulou em sua cabeça, foi o que Nayeon se rendia a saudade da vida antiga, e iria embora com a mãe.

No desespero as piores situações são imaginadas, e mesmo que não deixasse transparecer totalmente, Hirai Momo estava desesperada.

— É impressão minha ou esse ano a festinha deixou a desejar? — A voz levemente irritada de Sana tirou Momo dos pensamentos preocupados.

— Não sei se é só impressão sua. — Momo disse no mesmo tom.

Ambas de braços cruzados, sentadas nas cadeiras em uma das mesas, até pareciam irmãs.

— E aí gente, vão participar da bebedeira lá na Jihyo? Ela requisita vocês mais tarde. — Tzuyu apareceu super animada.

Ela amava a festa, só sentiu que poderia ter sido mais divertido se ela se arriscasse na competição "culinária", porém Sana de má vontade se recusou a participar com ela.

— Esse ano eu passo. — Momo esfregou as mãos uma na outra para tentar disfarçar o frio.

— Pois eu vou! — Sana se levantou e saiu, ignorando a existência de Tzuyu, que a observou ir embora sem entender.

— Ainda não sei o que eu fiz pra ela. — Tzuyu sentou na cadeira anteriormente ocupada pela japonesa.

O negócio era que a situação se repetiu bem do jeito que Nayeon previu. Tzuyu só servia pra beijar, tirar uma casquinha, e depois fingir demência como se nada tivesse acontecido. Sana queria as cartas na mesa, e pela primeira vez na vida, se sentiu usada.

Um verdadeiro chaveirinho na mão de Chou Tzuyu.

— Melhor perguntar o que você não fez. — Momo respondeu como se fosse algo óbvio. — Viu a Nayeon por aí?

— Vi. Ela não tá mais ajudando a nossa bartender. — Um sorriso maldoso surgiu no rosto da taiwanesa. — Ela está com a Jeongyeon, ajudando na barraca de pastéis.

— Jeongyeon? — Momo deu um pulo da cadeira. — Só pode estar de brincadeira.

Assim que ela foi pisando duro até a parte das barracas, Tzuyu decidiu perder o provável barraco para ir atrás de Sana.

Era um novo bem interessante para Nayeon, Jeongyeon apesar de ainda ser um pouquinho, ok, bem porquinho, mas uma quantidade ainda existente de detestável, era uma ótima cozinheira e ensinava bem.

— Não acredito que é a sua primeira vez fazendo isso. — Ela se sentou no banquinho perto da panela enorme em cima do fogãozinho, que parecia até ser portátil. — Até que tá se saindo bem, pelas suas mãos de pouca experiência com gordura.

Uma Troca de Favores [NaMo]Onde histórias criam vida. Descubra agora