Im Nayeon estava prestes a apodrecer lentamente por dentro se Hirai Momo não estivesse bem ali na hora certa.
Depois de ouvir tudo o que ela tinha para desabafar, Momo ficou se perguntando como os pais dela poderiam agir com tanta indiferença. Mesmo se antes de terem se cruzado Nayeon fosse muito diferente, ela não merecia se sentir solitária ou esquecida nem por um minuto.
E apesar de tudo, apesar das várias vezes que disse a ela que não precisava se sentir assim, não ia adiantar. Alguma coisa ainda a matava por dentro.
As lágrimas de Nayeon cessaram a muito tempo, e agora ela descansava a cabeça no ombro da japonesa. Momo mergulhava no meio de seus próprios pensamentos enquanto ouvia a respiração dela.
— Deixe a sua vida de antes pra trás. — Momo disse com firmeza, depois de procurar por longos minutos o que fazer ou falar para ajudá-la. Só queria ver ela melhor. — Não fica pensando em como seria se ainda fosse daquele jeito. Isso te faz mal.
— Eu não sei se consigo. Eu me acostumei aqui, e não é ruim. Mas eu sinto que...Que foi um acaso terrível. Que aqui não é o meu lugar. — Nayeon suspirou e respondeu com a voz fraca.
Momo se separou dela, fazendo com que se encarassem. E assim como Nayeon fez a dias atrás, Momo olhou no fundo dos olhos castanhos dela. E conseguia ver muito mais do que uma garota solitária.
— Se o seu lugar não fosse aqui, você não teria sido o encaixe perfeito na minha vida. — Sorriu. — E você não vai conseguir mesmo, não sozinha. A proposta é nós conseguirmos. Juntas. — Puxou a mão de Nayeon entrelaçando com a sua.
Aquilo foi a coisa mais linda que Momo poderia ter dito.
Nayeon nunca teve tanta certeza de que tinha encontrado o amor de sua vida. Ela fazia seu coração bater mais forte, mais vivo do que nunca. Pronto para qualquer coisa.
Ela é mesmo o meu lindo anjo sem asas.
E se Nayeon não se controlasse iria beijar Momo como se não houvesse amanhã. Ao invés disso, ela que a puxou para mais um abraço forte, fazendo com que caíssem deitadas no sofá.
— Vai me acostumar mal. — Nayeon murmurou.
— Eu tenho culpa se te abraçar é bom? Só... — Quando Nayeon teve a brilhante ideia de tirar o rosto do abraço e olhar pra japonesa naquela distância minúscula que separava ambos os lábios, Momo se amaldiçoou por sentir de novo tanta vontade de colar sua boca na dela.
Uma vontade quase incontrolável. O universo só poderia estar em conspiração.
De novo isso! Que droga Momo!
— Só... — E sim, finalmente, Nayeon percebeu. Correndo o risco de parecer tudo de propósito, apoiou a mão no sofá e continuou na mesma posição. Esperando Momo fazer alguma coisa. — O que você ia falar? — Sussurrou.
Mais alguns segundos e ia fazer o que o corpo pedia por um impulso.
— Eu lembrei que o Yoshi já está sozinho a muito tempo! — Deu um empurrão de leve em Nayeon. — É...Até amanhã? Isso, até amanhã! Fica bem Yeon!
Com nenhuma sutileza Momo saiu dali nervosa como o diabo foge da cruz.
Nayeon deitou no sofá com o sorriso mais feliz do mundo. Meio sem acreditar que aquele foi um dos primeiros sinais de que o sentimento era recíproco.
Pra um dia que começou ruim, essa foi uma forma incrivelmente boa dele terminar.
— Ah Momo, dessa vez você não conseguiu disfarçar. — Falou sozinha. — Pena que você ainda tem juízo pra fugir.
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Uma Troca de Favores [NaMo]
FanfictionDepois de falir, Nayeon é obrigada a ir morar em um bairro mais simples. E conhece Momo, sua vizinha feirante dona de um sorriso fofo, que descobre ser herdeira de uma fortuna. Entre idas e vindas e cada vez mais amiga de Momo, Nayeon resolve retorn...