Última chance - Raphael Veiga (PAUSADA)

03.

Carol Martins.

Não tem como negar, Luca era a cara do pai.. O sorriso, os olhos, tudo lembrava Veiga.

Me sinto a pior mãe do mundo, talvez eu esteja privando meu filho de conhecer o pai?

Mas eu sentia medo, medo do meu filho ser rejeitado pelo próprio pai. Eu não sei se aquele amor que ele demonstra ainda permaneça ao descobrir que Luca era seu filho.

☆

Acordo assustada, tive um pesadelo em que Veiga rejeitava o filho, novamente...

Sou tirada de meus pensamentos por um serzinho minúsculo rindo enquanto puxa meus cabelos.

- Ei mocinho, onde já se viu fazer isso pra sua mãe? - Faço uma voz de brava, o que não dura muito tempo e nós dois começamos a rir. - Eu te amo tanto filho.

Levanto, troco de roupa e vou trocar a fralda do bebê. Descemos para tomar café e encontro meu pais na cozinha.

- Bom dia família. - Falo animada.

- Bom dia meus amores. - Meus pais respondem.

- Tava pensando em ir no shopping hoje mãe, bora?

- Mas é claro filha, vou comprar várias coisas pro meu netinho! - Ela diz pegando ele do meu colo.

- Posso ir junto? Não tenho treino hoje. - Scarpa pergunta.

- Se você começar a comprar trakinas pode ter certeza que você fica lá mesmo! - Minha mãe xinga ele.

- Relaxa, eu compro pra você. - Sussurro em seu ouvido. Ele sorri e fazemos um toque.

- QDT -

Mal chegamos no shopping e já me arrependo amargamente de ter deixado meu irmão vir.

Minha mãe fica em dúvida se leva ou não alguma coisa pro Luca, e o Scarpa fica dando corda, falando que ela deveria levar.

Eu mereço? Depois fala que sou eu que fico comprando um tanto de coisa pra ele.

Os dois entram em uma loja e eu fico pro lado de fora. Luca estava estranho, parecia inquieto. O mesmo começa chorar de perder o fôlego, entro em desespero e fomos direto ao hospital.

Chegando lá, o médico diz que Luca estava com pneumonia e precisaria ficar alguns dias internado.

Sinto meu mundo desabar, um sentimento de culpa toma conta de mim. Não consigo pensar em outra coisa a não ser o quanto eu fui irresponsável.

Lágrimas e mais lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Estou tão distraída que não percebo uma aproximação repentina. Era Veiga.

- Scarpa disse que não ia no treino hoje porque estava cuidando de vocês. Fiquei preocupado. - Ele coloca a mão em meu ombro.

- Ele está com pneumonia, é culpa minha, se eu estivesse cuidado dele, ele não estaria sofrendo.. - Sou interrompida por um abraço.

- Não diga isso, não é culpa sua. Ele vai ficar melhor, ele é o menino mais forte que eu já conheci. - Ele acaricia meus cabelos.

- Obrigado... - Digo em um fio de voz.

- Não se preocupe, estarei aqui assim que acordar, pode dormir. - Ele se encosta em um pequeno sofá.

- Desculpa, por não dizer a verdade... - Sussuro e Veiga parece confuso.