21.

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Carol Martins

Depois de passarmos alguns dias em Cancún, nós voltamos para o Brasil, e confesso que foram os melhores dias da minha vida.

Luca crescia cada dia mais esperto, Raphael me trata como se eu fosse uma princesa, meu aniversário está chegando... Sério, o universo conspira ao meu favor!

Nesse momento, estou no quintal, dando mama para Luca. Já que Raphael foi treinar hoje cedo, resolvi tirar um tempo pra nós dois. Desde que chegamos aqui, é difícil passar um tempo sozinho com meu gordinho.

— Carol? – A empregada aparece na porta, me chamando.

— Sim? – Me viro para ela.

— Você está esperando alguém? – Ela pergunta.

— Hm... Não, porquê? – Falo me levantando.

— Tem um homem lá na entrada querendo falar com você.. – Ela diz me acompanhando até a sala e depois me deixa sozinha com ele.

— Quem é... – Paro de falar assim que vejo o homem parado na porta me olhando.

Meus olhos se enchem de lágrimas, coração aperta, sinto minhas mãos tremerem e no automático, seguro Luca com todas as minhas forças.

— O-O quê você está fazendo aqui? – Falo em um fio de voz.

Era Caíque, meu ex namorado. Com certeza, os dias ao seu lado, foram os piores possíveis. No começo, ele era um amor, me tratava super bem, era carinhoso com o meu filho.. Mas depois, minha vida virou um pesadelo. Ele me batia constantemente, dia após dia. Toda vez que ele chegava bêbado, eu trancava Luca em seu quartinho. Jamais me perdoaria se esse monstro fizesse alguma coisa com meu filho..

— Oras, o que mais eu estaria fazendo aqui? Eu vim atrás dos amores da minha vida. – Fala com um sorriso macabro e tenta se aproximar de mim.

— Vai embora... – Me afasto assustada.

— Não se faça de difícil Carol, eu sei que você ainda me ama! E outra, não sabia que você tinha se tornado "mulher de jogador" – Debocha. – Aproveita essa vidinha de luxo por enquanto, já já vai levar chifre desse cara e voltar chorando para os meus braços. – Ele segura meu braço tão forte, que eu não tinha como me soltar.

Eu tinha duas opções, proteger meu filho ou me soltar de seu aperto... Eu prefiro a primeira, ele não é louco de levantar a mão pra mim.

Você vai se negar voltar para mim? Eu te ajudei, cuidei de você, coloquei vocês dois para morar comigo, e é assim que você me agradece? Esse menino é meu filho também! Eu que criei ele! – Grita comigo e acaba assustando Luca, que acorda chorando.

— Para! Ele não é seu filho! Vai embora! Me deixa em paz! – Nesse momento eu já chorava, a única coisa que eu queria, era sumir dessa casa.

— Carol? O que está acontecendo? – Márcia aparece na porta da sala preocupada, provavelmente tinha escutado a gritaria quando estacionou o carro.

— Vai embora Caíque! Some da minha vida! – Ele solta meu braço e vira as costas indo embora.

— Meu deus, eu vou ligar pro Raphael! – Márcia fala discando o número dele. – Cris, pega uma água com açúcar pra ela..

Minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Tudo que eu passei, todos os dias, cada semana, veio à tona. Todo aquele sentimento tinha voltado, Ele tinha voltado.

Eu não sabia o que fazer, muito menos como reagir. Eu passei mais de 2 anos fazendo terapia tentando superar esse relacionamento, e hoje, eu voltei a sentir tudo que eu senti durante aqueles anos ao seu lado.

— Aqui minha filha. – Dona Márcia fala me entregando um copo com água acariciando minha costas, tentando me acalmar.

— Obrigada.. – Sussuro e sinto uma mãozinha puxando meu cabelo.

— Mama.. – Luca fala baixinho.

Quando olhei pra ele, meu coração parece ter sido arrancado do meu peito. Ele estava assustado, os olhinhos brilhando por causa das lágrimas prestes a cair. Luca segura minha blusa com força e fica choramingando baixinho.

— Desculpa.. Desculpa... – Falo segurando sua mãozinha, eu me sentia tão culpada.

— Eu.. – Começo a falar me levantando – Eu vou subir, preciso tomar um banho...

— Carol, o Raphael já está chegando, não se preocupe.. – Dona Márcia fala me abraçando e eu apenas concordo.

Subo para o meu quarto e entro para tomar banho. Eu ainda estava em choque, minha ficha não caiu, que ele realmente veio aqui me ameaçar..

Termino de me arrumar e vou colocar Luca para dormir, ele parecia bem mais calmo agora. Deito na cama ao seu lado e fico observando o mesmo dormir e vejo a porta abrir.. Era Raphael.

Ele entra no quarto correndo e vai em direção a cama, onde estava deitada. Eu sentia um mix de emoções, vergonha, medo, tristeza.. Eu não conseguia olhar em seus olhos e dizer que meu ex veio atrás de mim e ameaçar minha família..

Meu deus, eu.. – Ele fala segurando minha mão. – O que aconteceu? Quem era aquele homem?

— Eu... – Tento falar, mas eu explodo em lágrimas e minha respiração falha, ansiedade.

— Tudo bem, não precisa me contar agora... O que você acha de tomarmos um banho, hum? – Acaricia meus cabelos.

— Eu já tomei.. – Minha voz sai tão baixa que eu nem sei como ele escutou.

— Não tem problema, vamos! Eu vou dar um banho na minha mulher! – Ele fala brincalhão, me tirando um sorriso.

— Bobo.. – Respondo me levantando na cama.

Entramos na banheira e ficamos ali durante um bom tempo trocando carícias, até que eu tomo coragem em contar o que aconteceu.

Carol, quem fez isso no seu braço? Tá roxo! – Ele me olha assustado.

— Então.. Meu ex apareceu aqui hoje.. – Conto toda história para ele.

— Filho da puta! Como esse desgraçado tem coragem de falar que o MEU filho é dele? E pior ainda, colocar a mão em você! – Raphael está com o semblante sério.

— Eu sofri muito quando estávamos juntos.. Ele me batia todos os dias, mas isso não me preocupava. A minha única preocupação era trancar Luca em seu quartinho antes mesmo dele chegar, eu tinha medo desse monstro fazer alguma coisa com meu bebê, acho que eu jamais me perdoaria por isso.. – Falo chorando e sinto braços fortes me envolvendo em um abraço. – Desculpa.. Não queria envolver sua mãe na briga...

— Carol, eu não vou deixar esse cara chegar perto de vocês, hum? Vou tirar alguns dias de folga para cuidar de você. – Raphael beija meu ombro. – Outra coisa, não chora. Esse cara não merece suas lágrimas.. – Fala limpando meu rosto.

— Obrigada.. – Abraço ele com toda força que me restava e sem querer, deixo algumas lágrimas caírem.

Saímos do banho e deitamos para assistir um filme.

— Aqui! – Fala me entregando um prato com pizza. – Não é a coisa mais saudável do mundo, mas hoje não tem problema! – Sorri.

— Raphael? – Chamo ele.

— Hum? – Me olha.

— Eu já disse o quanto eu amo o seu sorriso? – Sinto meu rosto corar e o mesmo me olha surpreso.

— Eu já disse o quanto eu amo cada mínimo detalhe seu? – Ele responde beijando cada parte do meu corpo.

E assim, nós três, depois de um dia caótico, dormimos juntinhos..

— Oii galeraa, o quê acharam desse capítulo?? Confesso que chorei viu..

— Não se esqueçam de votar e deixar um comentário!! <3

Última chance - Raphael Veiga (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora