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Espero que gostem, boa leitura!

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Carol Martins

Acordo no meio da noite com Luca choramingando. Pego ele e vou para a sala, não quero acordar Raphael. Sento no sofá e abaixo a alça do meu pijama, para que ele possa mamar.

Ultimamente venho sofrendo diversas crises de ansiedade. E o motivo principal, é o quanto eu me cobro no papel de mãe. Por mais que Luca seja um bebê quietinho, me sinto horrível quando não consigo solucionar alguma coisa que esteja sentindo.

Escuto passos na escada e acredito ser Raphael, já que o mesmo sempre acorda quando saio da cama.

— Amor, porque vocês estão acordados? Aconteceu alguma coisa? – Sua voz sai baixa e rouca.

— Não, está tudo bem.. Luca acordou com fome e decidi ficar aqui, pra não acordar você.. – Falo baixo, sentindo a movimentação de Raphael se sentando ao meu lado.

Raphael não diz nada, só concorda. O mesmo passa o braço pelo meu pescoço, deitando sua cabeça em meu ombro.

Ao perceber os atos do pai, Luca fecha a cara, batendo as perninhas, tentando impedir qualquer troca de afeto entre eu e Raphael.
Nós dois nos olhamos e começamos a rir.

Deixa de ser ciumento moleque, eu cheguei primeiro que você! – Ele provoca o filho.

— Mama... – Luca fala baixinho, com os olhinhos brilhando.

— Não precisa chorar meu amor, seu pai tá brincando.. – Sorrio para o bebê e belisco o braço de Raphael.

— Para amor, eu só falei a verdade.. Você é minha! – Ele dá ênfase no 'minha'.

Ao escutar isso, Luca desiste de mamar e começa a chorar, aos berros.

— Raphael, olha o que você fez! Tá pior que criança! – Falo brava, levantando do sofá. – Xiiu, a mamãe é sua bebê, não se preocupe.. – Coloco a chupeta em sua boca, tentando acalmá-lo.

— Não é nada, ela é minha! – Raphael insiste, e o choro de Luca piora.

— Você não está ajudando, então não atrapalha Raphael! – Saio de perto dele. – Ele é um bebê e você, um adulto! Pare de comparar com ele!

Eu estava tão cansada, que sem querer, descontei minha frustração nele.

Meu anjinho, a mamãe está aqui, não tem porque chorar, hum? – Sorrio pra ele.– Você vai acordar seus avós desse jeito..

Fico mais ou menos uns 20 minutos conversando com Luca, até que ele se acalmasse e dormisse.

Raphael ainda estava lá, sentado no sofá, de cabeça baixa.

— Eu vou subir.. – Me viro para ele, com o bebê adormecido em meus braços. – Boa noite Raphael...

Saio da sala, antes mesmo que ele possa responder.

Ultimamente, Luca tem acordado no meio da noite com muita frequência. Parece até que voltamos aos seus 3 meses?

Deito na cama e aconchego o bebê ao meu lado, fecho os olhos e finalmente consigo relaxar. Parece que um caminhão havia passado por cima de mim.

'QDT'

No outro dia, levanto da cama num pulo quando escuto Luca chorar. Eu mal dormi essa noite. Olho para o lado e vejo que Raphael já estava de pé.

Última chance - Raphael Veiga (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora