Última chance - Raphael Veiga (PAUSADA)

08.

Carol Martins

Raphael acordou ligado no 220V dizendo que Luca ia entrar em campo com ele hoje?! Sem contar que, ficou jogando na minha cara que meu filho falou papai e não mamãe.

— Bom dia família! Vocês não sabem o que aconteceu ontem! – Faz um suspense.

Reviro os olhos e sento na cadeira.

— ELE FALOU PAPAI! – Abraça o filho.

— Parece que alguém não gostou muito. – Piquerez fala me atormentando.

— Mas é claro! Eu carreguei ele por 9 meses, pra sua primeira palavra ser 'Papai'? – Respondo desacreditada.

—Papa! – Luca fala feliz esticando os braçinhos na direção do pai.

— Olha isso, inaceitável ! – Olho a cena inconformada.

— Aceita que dói menos Carol! – Veiga ri da minha cara. – Outra coisa, ele vai entrar comigo hoje viu?

— Meu deus, você vai apresentar ele à torcida hoje? – Pergunto.

— Vou! – Fala empolgado.

- QDT -

Chegamos ao Allianz Parque, onde ocorreria o jogo entre Palmeiras e Fortaleza. Confesso que eu estava nervosa, muitos pensamentos estavam rondando minha cabeça naquele momento.

— Vamos? – Veiga chega ao meu lado pegando o filho no colo. – Ele ficou a coisa mais linda com a camisa do Palmeiras.

— Boa sorte, Veiga. – Dou um beijo rápido em sua bochecha e o mesmo sorri.

— Vou fazer um gol pra vocês! Enfim, vamos príncipe? – Ele sorri.

No momento em que eles entraram no gramado, a torcida foi a loucura. Ninguém esperava que Raphael Veiga, fosse aparecer com um filho. Muito menos eu.

Eu observava de longe, a felicidade que ele estava em apresentar o seu filho aos torcedores.

Quase no final do hino, percebo Luca balbuciar um "Papa" bem na hora que a câmera foca nos dois. Gritos e mais gritos são ouvidos, o filho de Raphael Veiga, tinha falado "Papai" em rede nacional, para diversos torcedores do Palmeiras.

☆

O Palmeiras estava ganhando e adivinha? Veiga realmente fez um gol para nós dois, e na hora da comemoração fez um coração para a câmera. Que logo em seguida, focou em mim e no meu filho no meio da torcida.

Eu estava comemorando o gol com Luca em meu colo e o mesmo tinha um sorriso banguela nos lábios.

No final do jogo, o Palmeiras venceu o Fortaleza de 3×1 e as famílias dos jogadores desceram até o campo para comemorar a vitória.

Eu andava lentamente até o gramado acompanhada pelos pais de Veiga. Um pouco mais afastada do casal, eu pude observar o jogador cumprimentando os pais, procurando algo ou alguém pelo gramado.

Assim que seus olhos se encontram ao meu, ele corre em nossa direção sorrindo, realizado.

O mesmo me abraça tão forte, em um momento tão reconfortante, que logo a torcida vai a loucura. O mesmo se aproxima radiante e grita:

— Apresento a vocês, a minha família! – Veiga sorri e quando eu menos espero, o mesmo me puxa para um beijo.

— O quê você achou do gol que o papai fez pra você príncipe? – Diz pegando Luca no colo e o mesmo sorri em resposta.

— Não vai dizer nada, mocinha? – Veiga diz se referindo a mim, que até então estava calada.

— Não foi um dos melhores, mas dá pro gasto. Posso dizer que Gabriel Barbosa faria melhor. – No mesmo instante Veiga fecha a cara me olhando.

— Agora você torce pra esse merdinha? – Seu maxilar está trincado.

E mais uma vez, Carol cutucando a onça com vara curta.

— Não, ele é muito irritante pro meu gosto, mas não posso negar o quanto ele é gostoso. – Veiga vira as costas e sai andando.

— EU TÔ BRINCANDO RAPHAEL VEIGA, VOLTA AQUI! VOCÊ É O JOGADOR MAIS GOSTOSO DO MUNDO! – Corro atrás dele.

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